HOJE MARIA DE BELÉM AVISOU
A NAÇÃO DE QUE VAI PENSAR…
Brasilino Godinho
(15 de Agosto de 2015)
Por de mais evidente a obrigação do
indígena questionar: Agora, vive sem pensar?
Será que muito sorri para disfarçar o
ausente pensar?
Maria
de Belém presumível candidata à Presidência da República emitiu um comunicado à Nação anunciando que “nada a impedirá de pensar para lá das
legislativas” (pressupõe-se que, por enquanto, não pensa).
Esta afirmação, atirada assim de chofre
para a praça pública, deixa-nos atónitos. E suscita-nos duas interrogações:
- Tal informação será boa notícia?
- Ou uma terrífica, preocupante, ameaça?
Quando a Mariazinha, ternurenta criatura
de Belém, diz que nada a impedirá de pensar, interrogamo-nos como coisa nenhuma
poderia obstruir-lhe o pensar. E se coisa nenhuma não tem efeito prático de
impedir o que quer que seja, não se percebe o temor da distinta senhora (magno
ornamento da política nacional), de falta, perca ou diminuição da sua faculdade
de pensar.
Deveras intrigante a expressão “para lá das legislativas”. Por que não
para cá das legislativas? – se admitirmos validade e sentido de aplicação ao
advérbio de lugar.
Porém, como localizar no espaço
territorial das legislativas, o sítio que lhe é próximo ou distante onde se
fixará o pensar da Mariazinha de Belém? Dado como adquirido que naquele lugar
das legislativas (esquisito que haja um local assim designado…) melhor expressando:
nas suas proximidades, o pensar irá ter expressão mui concreta, ressalta a ideia
de que – repetimos - a Mariazinha de Belém, por agora, não pensa. E isto,
forçosamente, perturba o indistinto eleitor, vulgar cidadão da sociedade
portuguesa. Mais: é um mau indicador ou mui deficiente credencial de qualquer
candidato à suprema magistratura do Estado; mesmo que ele seja um mimoso ser
feminino, sempre predisposto a rir-se, como é o caso da Mariazinha de Belém.
Todavia, atente-se que a função
presidencial não deveria comportar desempenhos histriónicos e hilariantes,
apesar de os mesmos poderem ter grande aceitação mediática, lisonjeira
apreciação popular e favorecimentos jornalísticos e televisivos…
Todavia, se Mariazinha após chegar além
do lugar das legislativas, decide, definitivamente, pensar, qual será ele?
No tempo actual que garantias poderá antecipar
a Mariazinha aos eleitores de que, então naquele idílico, venturoso sítio das proximidades
das legislativas, vai - sem sombra de dúvida - conseguir pensar?
E se pensar: Pensará bem? Pensará mal?
Pensará o suficiente, de quê? E para quê? Em termos filosóficos? Com que
adornos líricos e floreados róseos? Ou em termos futebolísticos do pontapé para
a frente e seja o que Deus quiser ou do jogo de bilhar de meia bola e força?
Manifestamos a curiosidade: Mariazinha fará
demonstração de um pensar profundo? Bem ou mal estruturado? Melhor expresso: Com
arte literária? Beleza de estilo? Conformação académica? Raiz científica?
Sentido pedagógico? Caracterização democrática? Opção de regime:
República/Monarquia? Essência doutrinária? Matriz ideológica? Orientação política?
Quais?
Esperamos que - por carência de pensar
ou que por muito de excessivo e controverso; ou ainda, por pouco ou nulo pensar
de acerto pessoal e de utilidade colectiva - a Mariazinha de Belém não seja uma
forte desilusão das eleitorais jornadas carnavalescas que, agora, estão
emergindo no abrangente horizonte vislumbrado a partir dos palácios de São
Bento e de Belém; por sinal, ambos situados no centro emblemático da “QUINTA
LUSITANA”. Esta, excessivamente trabalhada e gerida com escândalo público - em
regime obscuro de reserva sigilosa, como se fosse propriedade conventual -
pelos operacionais correlacionados com a governação e poder central: administradores,
feitores, companheiros e afins; todos empenhados nos rendimentos das colheitas
e nos proveitosos trabalhos de exploração do grande complexo agro-pecuário, de
dimensão nacional.
Enfim, a Mariazinha de Belém, qual
borboleta de bicho-da-seda socialista, ainda não saiu do casulo, e já, de-repente,
nos pregou uma partida de inusitada matreirice, configurada numa charada de eventual
malfadada resolução.
Por mim falo: fiquei a ver navios…
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