NO
ESPECTÁCULO FOLCLÓRICO DO PONTAL
O
GRUPO CORAL DA GOVERNANÇA
IRÁ
ENTOAR O “CANTO DO CISNE”?
Brasilino Godinho
14
de Agosto de 2015
Se bem nos apercebemos o grupo canta, ao
compasso alentejano:
Cá
vamos, cá vamos, cá vamos cantando e rindo… a caminho do Pontal lindo!
Pausa, para tomar fôlego.
A seguir e a plenos pulmões:
Deixem
passar esta linda brincadeira, que sendo muito, muito nossa, mais parece ser
uma parvoeira…
É
do conhecimento público que Portugal tem uma absurda, coelhal, preciosidade
artística que, infelizmente, não dá lustre ao património cultural do país, nem agradável
visibilidade de colorido verniz democrático ou oportuna e útil amostra da recomendável
arte de bem governar.
Trata-se
do grupo coral formado por políticos adrede arregimentados pelos aparelhos
partidários do PSD e do CDS/PP, sob tutelas hegemónicas respectivamente de
Passos Coelho e Paulo Portas, com a característica comum de serem cantores
compulsivos ensaiados para actuarem em bloco e a solo em espectáculos de
folclore político com matriz ou inspirados no património cultural do Cavaquistão.
Como
o grupo é financiado pelo Estado (leia-se contribuintes forçados a sê-lo) os
membros do coral não se inibem quanto a exibições por mais descabeladas e
pífias que sejam; talvez por as despesas não lhes afectarem as carteiras, aparecem
frequente e intempestivamente, nos mais diversos lugares do País.
Tais
criaturas, travestidas de governantes, dão espectáculos sem prévias
solicitações.
Esperam
alcançar dividendos eleitorais que os habilitem a continuar explorando a fraca
veia artística, tão medíocre e levianamente exibida nos espectáculos a que
despudoradamente se dedicam; os quais, tanta repulsa vão suscitando à maioria
dos portugueses.
Assinale-se
que espectáculos extravagantes, mesmo obscenos, em que os artistas
intervenientes se comprazem, se auto-estimam e a si mesmos se aplaudem – o que,
paradoxalmente, faculta a possibilidade de haver espectadores dispensados desse
árduo, aborrecido, sujo e repugnante trabalho, próprio da claque que,
habitualmente, está na plateia empenhada em desempenhar a ruidosa tarefa com
gritos e agitar de bandeiras. Acrescente-se a anotação esclarecedora: como irá acontecer, amanhã, no
programado evento artístico/folclórico do Pontal…
Então,
na referida localidade algarvia, segundo os costumes das fraternas rapaziadas
do PSD e do CDS/PP, os artistas serão muito aplaudidos, festejados, abraçados,
beijados e… confraternizados.
Verdade
se diga que o reportório é sempre o mesmo:
música e actuações ao estilo pimba, cantigas de elogio mútuo e de exaltação
das desastradas produções do pomar alaranjado dirigido por Passos Coelho e das
deficitárias plantações da trupe chefiada por Paulo Portas. A que,
inevitavelmente, se associarão lamúrias quanto a hipotéticas e desfavoráveis
condições climatéricas.
É
de esperar que, desta vez, venham à baila e desculpa a sacudir água do capote, os
fiascos decorrentes do desacerto das – hoje reconhecidas inconvenientes –
orientações fitossanitárias daquela entidade que a rapaziada da corda de Coelho e Portas tratava reverentemente como inatacável divindade: a Troika…
Mas
uma coisa é certa, digamos infalível, por que estará escrito nos astros que
iluminam as mentes do grande chefe de orquestra Passos Coelho e do seu irrevogável adjunto, Paulo Portas: essa concentração festivaleira do
Pontal vai ser um grande espectáculo folclórico que até dispensará o brilho, o
encanto e o entusiasmo de um magnífico corridinho algarvio…
E
por citarmos a famosa dança algarvia tem oportunidade e sentido cívico
anotar-se um desejo que o vulgar cidadão acolhe no seu imo: Oxalá, que a Bem da Nação o grande encontro folclórico do Pontal correspondesse
a prenúncio de fabuloso corridinho do Poder em andamento ultra-rápido e afastamento
obrigatório do referido grupo coral para muito longe da área governamental, a
ocorrer ao fim da noite do p.f. dia 4 de Outubro.
Este,
o meu voto!
Creio
que, também, a esperança de milhões de portuguesas e de portugueses.
Insiste-se:
A BEM DA MALTRATADA NAÇÃO PORTUGUESA!
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