Em
tempo de compasso…
A FAUNA QUE INFERNIZA
A NOSSA VIDA COLECTIVA…
(Alguns aspectos
vivenciais de recente data)
Brasilino Godinho
Na actualidade, prevalece o sentimento
generalizado de que todos os animais devem ser protegidos; e, sobretudo, deve
estar acautelada a sua sobrevivência no seu habitat
natural. Há, até, legislação que favorece esses propósitos.
No que concerne a Portugal, verifica-se
a insólita situação de que a espécie humana é aquela que está mais desprotegida,
apesar de haver a Constituição da República Portuguesa e a Carta Universal dos
Direitos do Homem que, supostamente, assegurariam um número razoável de
direitos.
Para isso, contribuem indivíduos de
várias e peculiares naturezas que tudo fazem para dificultar, senão mesmo
aniquilar, as vidas de inúmeros dos seus pares.
E é, precisamente, da área onde se
situam, regaladamente, as criaturas governamentais que surgem, diariamente, as
mais diversas, violentas. danosas, agressões contra a maioria dos cidadãos
portugueses.
Abreviando considerações e exemplificando
com elementos sugestivos, fazemos três referências a outros tantos exemplares
da perniciosa fauna que, levando uma vida desafogada, inferniza a nossa
existência colectiva.
Nesta ordem de ideias, temos:
- 1.ª ref.ª). Coelho, a endiabrada lebre, do (des)governo,
que corre, velozmente, para o abismo da desgraça nacional.
- 2.ª ref.ª). Ulrich, o desengraçado falcão, da banca, que se tornou atrevido e insensato pregoeiro
ao serviço do colapso da Nação.
- 3.ª ref.ª). Teles, a velha raposa das arquitecturas paisagísticas que, de vez em
quando, paira num fantasioso céu nublado, que julga situar-se sobre um reino de
uma bicharada perdida na memória dos tempos de antanho.
Assim, falando:
- Da lebre Coelho
Um exemplar de tal conformidade identitária
que, sendo o famigerado Coelho promotor de tantas atormentações individuais e
colectivas, se pode incluir no rol da coelhada existente no país. Também possui
enriquecidas características de mamífero roedor muito esquivo, algo saltitante
e bastante voraz (entenda-se, destruidor). Para além destas intrínsecas,
(dir-se-ia, sofisticadas) qualidades(…), o invulgar Coelho, das nossas perdidas
esperanças num decente e risonho futuro existencial, está mui convenientemente
domesticado, segundo os engenhos manipuladores e os corrosivos preceitos
ditados por uma prendada senhora alemã: Angela Merkel, de sua anafada graça;
relativamente à qual, existe firmada a suspeita de ser a autoritária madrinha
tutelar do grande chefe Coelho.
Este chefe Coelho, sendo o natural (e
recomendado por insinuantes famílias de bons
costumes), cabecilha do Grande Processo Revolucionário em Curso de
Destruição de Portugal (GPRCDP), também acumula duas singulares posições
complementares: uma, já antiga, de arrogante personagem de ópera bufa; outra,
de agora, em plena crise existencial da nação, a de caudilho político/militar
que comanda, com mão-de-ferro, as mortíferas operações desencadeadas por esse
detestável órgão abstraccionista, vulgarmente conhecido pela alcunha de governo português.
Todos conhecemos de ginjeira os
desastrosos excessos da terrífica corrida que a coelhal figura, a partir de má
hora eleitoral, empreendeu com notória falta de fôlego, acentuada carência de
sensatez, absoluta imprudência e, ainda, perdendo completamente o sentido do melhor
rumo para Portugal. O sujeito anda assaz desnorteado. Dá para perceber que se
move aos tombos, num labirinto de tremendas contradições e imprecisões. Ele
encontra-se disperso, mal figurado, no desconchavado circo político de Lisboa.
E o pior é que, não se dando conta disso ou desdenhando a situação real do
país, são os inditosos portugueses que sofrem no corpo e na alma as inerentes e
terríveis consequências das suas desastradas actuações, que – destaque-se -
tanto deprimem e molestam os seus compatriotas.
- Do falcão Ulrich
Esta ave, designada de rapina, tem nome
de antiga peça de artilharia que lançava projécteis de ferro.
Trata-se de um pequeno animal,
agourento, desagradável, soberbo, que tem reacções intempestivas, muito intensas,
de grande agressividade. Parece estar sempre predisposto para desferir ataques nos
mais diversos lugares e sempre direccionados a precisos alvos. Funciona à
semelhança da antiga peça de artilharia, já referida. Com uma, por enquanto, benfazeja
diferença: não arremessa ferros incandescentes. Valha-nos isso! Porém, pia
muitíssimo. Tais actos de piar ferem os tímpanos de muitos indígenas, assim se
tornando bastante incómodos e perigosos para a conservação das espécies.
Há que assinalar o seguinte: o falcão Ulrich,
em data recente, durante uma sessão pública, ousando assumir a tarefa de
pregoeiro oficial, permitiu-se afirmar em tom patético e num alarde de
fanfarronice, que Portugal pode aguentar mais medidas de austeridade. Repetiu: “Portugal aguenta! Aguenta! Aguenta! Ai, que
Aguenta!”.
Pois se o dito falcão, circunscrito e
enredado no cume da sua megalómana pesporrência, considera que milhões de
portugueses ainda podem aguentar mais gravosas condições de vida, porque não
admitir a imperiosa obrigação de a comunidade providenciar no sentido de a
altaneira ave de rapina, habituada a
altos, agradáveis e cómodos voos, ser obrigada a conservar-se em terra chã
enquanto durar a avassaladora crise, suportando todas as privações que recaem
sobre a maior parte das espécies autóctones indígenas. Certamente, que perdia o
pio…
Entretanto, segundo os costumes e por
larga temporada, iremos encontrar tal agressiva ave esvoaçando por inacessíveis alturas, sobre o espaço português,
demasiado entretida a piar, a piar, a piar, desabridamente, sem rei nem roque…
Importa não dar importância a pios tão absurdos
e desafinados… Nem desculpar a abusiva, invasora, insuportável estridência;
porque tal anomalia contribui para o agravamento da poluição sonora, com
nocivos efeitos na sanidade da população…
- Da velha
raposa Teles
Este mamífero carnívoro, conhecido
Teles, investiu com ímpeto sobre as hortas e as capoeiras alfacinhas. Para lhe
facilitar o ataque a frágeis mamíferos e a algumas aves menos ariscas, plantou
uma passadeira especial que tem estado estendida ao longo do percurso que se
propõe seguir, com fé e determinação, nos próximos tempos: um luzidio manifesto
da causa monárquica onde se toca a rebate para os indígenas virem à praça
pública atear o fogo que alumie a campanha do senhor Duarte Pio para aceder ao
(hipotético) trono de Portugal.
A velha raposa, eufórica, antevê que a
pia criatura será a encarnação do mito de El-Rei D. Sebastião – o salvador da
Pátria.
Como factor de distracção e de pausa
momentânea das angústias que estamos vivendo, justifica uma saudação. E
realce-se o benefício do ócio que proporciona, a piada que tem o condão de
divertir e a descontracção que faculta, à sofredora malta…
Mas, sejamos práticos, com sentido da realidade, na apreciação da descabida
iniciativa: esta é, simplesmente, uma raposia do velho e muito ágil(…) mamífero
carnívoro, que, a seu modo, também é um emblemático indivíduo da vasta fauna
que desequilibra e maltrata o nosso ecossistema…
Fim
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