Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, outubro 17, 2012


Em tempo de compasso...

ORÇAMENTO
A DERRADEIRA ARMA LETAL
PARA ANIQUILAR PORTUGAL
Brasilino Godinho
O conselheiro de Estado, ex-secretário geral do Partido Social Democrático (PSD), dr. Marques Mendes, designou o Orçamento, ora apresentado pelo governo, como “um assalto fiscal à mão armada ao contribuinte” e uma “brutalidade, para matar a classe média”. Outros comentadores deram-lhe os mais diversos nomes; todos convergentes num ponto: é um documento iníquo, que sobressai da impreparação, da incompetência, da imaturidade, do autismo doentio, e da cegueira ideológica, dos actuais governantes.
Pela nossa parte, dizemos o óbvio: é a derradeira arma letal a que o governo recorre para concretizar, de imediato, o aniquilamento de Portugal.
Esta, segundo todas as evidências, é a sonhada meta de Passos Coelho e dos seus colaboradores e amigos.
Esse desígnio governamental vem sendo prosseguido meticulosamente desde a tomada de posse do executivo, que tem como membros mais destacados: Pedro Passos Coelho e Paulo Portas; respectivamente, os grandes chefes do PSD e do CDS-PP.
As sucessivas medidas de austeridade, aparentemente justificadas como necessárias para cumprir o memorando do acordo com o FMI, Comunidade Europeia e Banco Central Europeu, ultrapassaram todos os limites impostos em tal documento, por abusivo arbítrio de Passos Coelho e dos seus companheiros da aventura governamental, desejosos de se apresentarem como bons (melhor dito: excepcionais) alunos, inteiramente devotados ao propósito de exercitarem total fidelidade às orientações da famigerada chefe do governo alemão, sr.ª Angela Merkel. Um, absolutamente, condenável procedimento que é tido em prejuízo do interesse nacional e em manifesta, mui abusiva, prática extraordinariamente agressiva para com os cidadãos portugueses; especialmente, os mais carenciados. E, também, um preconceituoso e enviesado processo de actuação, todo ele orientado no sentido da eliminação da classe média.
Dando a impressão que andam por ali, em Lisboa e acolá, algures na estranja, de cabeça perdida e desorientados, no labirinto das suas inabilidades, das suas contradições, dos seus incontrolados desvarios, das suas notórias limitações, dos seus mesquinhos interesses e, quiçá, dependentes de relações e motivações pouco transparentes, os governantes exercem o mandato sob as perspectivas: do depauperamento do país; do empobrecimento generalizado da população; da destruição da classe média (não é demais, repetir a afirmação, para que ela não se desvaneça no sentir das gentes); da asfixia e colapso da economia; do bloqueio do Ensino e Educação; do aumento progressivo do desemprego; da negação aos jovens de uma vida digna em Portugal, incitando-os a emigrar; do impedimento dos idosos a acederem aos cuidados de saúde e a meios de sobrevivência; da obsessiva perseguição aos funcionários públicos; das ostensivas agressões aos reformados e pensionistas diminuindo-lhes os baixos valores monetários das pensões, dos abonos, dos subsídios, dos passes sociais – sintetizando: criando e desenvolvendo situações de destruição do património colectivo, de redução do índice de natalidade, de extermínio do tecido social, do declínio cultural, do abastardamento da língua portuguesa, do desprezo pela grandeza das actividades professoral e de formação das novas gerações. Resumindo: na global perspectiva de degradação extensiva do todo nacional.
Importa realçar que tudo isto se configura num plano abrangente repartido por várias formas de realização.
Entre as aberrantes e violentas medidas de destruição massiva sublinhe-se a conjugação que se estabelece através dos continuados aumentos das facturas dos meios de produção, dos combustíveis, da água, da electricidade, do gás, dos transportes, dos bens de consumo, dos brutais impostos, das taxas moderadoras nos hospitais, dos tratamentos médicos, do vestuário, das portagens nas vias rodoviárias, de todos os serviços prestados pelos serviços da Administração Pública. A que acresce as suplementares despesas com a vasta gama de incríveis taxas que se criam sob os mais extravagantes pretextos ou justificações.
Este, é o expediente anómalo e revoltante do governo que nos desgoverna com tamanho sentido destrutivo. Ele, despudorado agente malfeitor, a tudo lança mão para aumentar custos de produtos e serviços, enquanto, por acinte, diminui drasticamente os já de si parcos rendimentos da maioria dos portugueses – os mais baixos da Europa, sublinhe-se.
Assim concebido, gerado e desenvolvido, o processo de contínua degradação da sociedade portuguesa, tem agora, o governo, fixado o favorável clima e estabelecidas as apropriadas condições de precariedade geral no tecido social, para utilizar o ORÇAMENTO, como a derradeira e eficiente arma letal de extermínio e de completa ruína de Portugal.
É de crer que isso aconteça porque o povo está indefeso e a suprema autoridade do Estado, Presidente da República, dá a imagem de uma figura distante que está ao longe, tolhida, pasmada, e limitada a ver passar o comboio da desastrada aventura governamental. Pior, ainda, parece, não ter envergadura mental, nem dispor de elementar critério de objectividade que lhe permitisse formular a correcta análise da complexa matéria política que está em causa e, consequentemente, agir em conformidade com o superior interesse nacional. Igualmente, não transparece da sua figura esfíngica uma natural propensão associada a forte ânimo para enfrentar a gravidade da conjuntura; tão-pouco, a presidencial criatura mostra disposição de abstrair da sua condição partidária, para tomar a imprescindível decisão de demitir o governo e nomear outro de sua iniciativa.
Uma última nota para acentuar que não tem cabimento a observação falaciosa que alguns comentadores e políticos - activos participantes dos indecorosos espectáculos levados à cena no insuportável circo político, habitualmente instalado em diversos locais, na capital alfacinha -  ditam com ligeireza de raciocínio, comunicam com despudorada pesporrência, proclamam com demasiada e inconsistente desenvoltura e repetem vezes sem fim, ao arrepio de uma rigorosa e bem fundamentada interpretação das variáveis da problemática em jogo. Observação que se insinua como uma sentença algo diabólica e catastrófica expressa na expressão: a demissão do governo resultaria no caos.
Porém há que dizer, com veemência, realismo e seriedade, o seguinte: o maior caos já está instalado no país. E a imensa, inqualificável, desgraça que representará a aplicação do ORÇAMENTO suplantará, em muito, a calamitosa situação actual. Porque agrava todos os indicadores daquela   que já existe. E que todos já sentimos amargamente.
Ela, sim! A desgraça do ORÇAMENTO será a maior de todas as calamidades que temos vivido ultimamente. Incomensurável, com profundas repercussões devastadoras: quer sociais; quer na segurança interna; quer nos inúmeros constrangimentos futuros da sociedade portuguesa.
Fim