NA ÁREA DA
ECONOMIA PORTUGUESA
QUEM SERÃO OS
IRRACIONAIS
E OS “COMPLETAMENTE
IGNORANTES”?
PORVENTURA,
TALVEZ SEJAM
“OS
COMPLETAMENTE INTELIGENTES”…
Brasilino Godinho
A LOUCURA DA AUSTERIDADE EM
PORTUGAL E NA EUROPA
Nem sou eu que, para já, vai responder directamente à
questão colocada em epígrafe.
De imediato, passo a transcrever do “Diário Económico”,
edição de hoje, dia 01 de Outubro, a seguinte nota sobre a crise:
“O
economista Paul Krugman critica os defensores da austeridade, dizendo
que estes se esqueceram das pessoas. Espanhóis e gregos “estão certos”
ao protestar contra mais austeridade. “Os verdadeiros intervenientes irracionais” são os políticos que exigem cada vez mais sacrifícios, escreveu o
Nobel da Economia na sua habitual coluna de opinião no “New York Times”,
intitulada esta semana de “A loucura da
austeridade na Europa”.
A seguir, devo informar que os sublinhados foram aqui
introduzidos para destacar a lucidez e suprema autoridade decorrentes da
apreciação feita por Paul Krugman, detentor de prémio Nobel da Economia. E,
também, cumpre-me chamar a atenção do leitor para o elucidativo pormenor da
referência quanto à exigência dos sacrifícios que na linguagem dos nossos governantes
aparece escamoteada no eufemismo da expressão: “os sacrifícios pedidos aos portugueses” – o que, neste particular aspecto,
sobreleva de impudência e de hipocrisia. Uma coisa é pedir; outra é exigir.
Qual exigência, se traduz por impor os sacrifícios arbitrariamente aos
indígenas na modalidade de ”custe o que custar”. Porém, haja a percepção de
que, quanto ao autor da arrogante expressão, Passos Coelho e demais
companheiros da desastrosa aventura governamental, que a subscrevem,
certamente, as privações e as dificuldades existenciais, passando-lhes ao lado,
pouquíssimo ou nada os tirarão do sossego e lhes afectará o bem-estar. Aliás,
Passos Coelho, revelando a sua enorme falta de sensibilidade, já informou urbi
et orbi que dormia descansado, sem sobressaltos de consciência.
Uma última observação para enaltecer a oportuna lição
dada por um Mestre de Economia que com saber e discernimento faz a correcta
avaliação do calamitoso quadro concernente à famigerada austeridade.
Também, aqui expresso um voto com sentido didáctico/pedagógico: que os “completamente inteligentes” versados em alguma área de Economia, aprendam com quem sabe da específica matéria e se remetam à demonstrada condição de “completamente ignorantes” que, afinal, é significativa representação da sua insignificância social e da sua nulidade política.
Também, aqui expresso um voto com sentido didáctico/pedagógico: que os “completamente inteligentes” versados em alguma área de Economia, aprendam com quem sabe da específica matéria e se remetam à demonstrada condição de “completamente ignorantes” que, afinal, é significativa representação da sua insignificância social e da sua nulidade política.
E há que ponderar: personalidades tão “completamente
inteligentes” esgotaram a capacidade do espaço cerebral onde radicam as
faculdades de alma e por isso ficaram remetidos a um vazio onde não cabem:
a sabedoria repartida por múltiplas e úteis abrangências; o conhecimento de
várias disciplinas; a perspicácia de observação; o sentido do rigor, da
objectividade, da isenção e da transparência; a formulação de um pensamento bem
estruturado; e o desenvolvimento de uma mentalidade consentânea com valores e
princípios de boa, salutar, genuína, aplicação universal.
E a este triste ponto chegados, nem admira que tais
economistas caseiros de tão “completamente inteligentes” como se julgam, se
encontrem, sim, num estádio de “completamente ignorantes”…
Fim
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