Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, setembro 26, 2012


Ao compasso do tempo…

QUEM DISSE QUE O (DES)GOVERNO
NÃO ESTÁ ATENTO A CERTOS PROBLEMAS?…

Brasilino Godinho

Justiça tem que ser feita...
Todos temos dolorosa consciência que o governo do nosso maior desencanto está enredado em tremendas confusões e assombrosas, esquisitas, habilidades que o levam a gerir a Administração com grande ineficácia, com o maior desacerto e, também, com enorme agressividade para com o funcionalismo público e os vários sectores mais carenciados da sociedade.
Todavia, há uma área da sua improfícua actividade governamental em que evidencia alguma coerência ideológica, um certo jeito meio saloio para inglês ver e um compenetrado sentido, mui sofisticado, de perspicácia em oportuna conjunção com uma atormentada sensibilidade; esta, a enternecida irmã gémea de uma incontrolada propensão para a contínua resolução dos problemas (menores, acentuamos) que afectam algumas situações específicas de empregabilidade das suas clientelas; as ditas partidárias. Igualmente, o executivo se mostra bastante preocupado em assegurar a viabilidade de algumas empresas que lhe são muito caras… quer por razões de afecto e de eventual compadrio; quer pelos balúrdios monetários que elas cobram pelos seus serviços, geralmente compaginados em pareceres mais ou menos jurídicos (aqui, importa destacar que são os contribuintes que pagam as facturas, enquanto o governo faz o figurão de um abastado mecenas protector dos artistas; os quais cultivam – engenhosamente, com mestria - a arte da advocacia).
E não só esta é a vanglória do governo. É que neste expediente do recurso às empresas de advocacia estão implícitas duas orientações governamentais que dão margem de manobra para as correspondentes medidas saneadoras. Ou seja: ou o governo admite, generosamente (nalguma oportunidade ele se mostraria benévolo…), que os assessores e os serviços jurídicos dos vários ministérios estão muito sobrecarregados com trabalhos excessivos e haverá que dar aos funcionários (juristas) descanso suplementar em horário normal de actividade oficial ou considera que, por razões de incompetência ou negligência, haverá que os dispensar a todos. Em qualquer hipótese é uma situação ambígua, vigente num clima de preocupante obscuridade. Portanto, estamos confrontados com mais um extravagante sucesso do governo que nos coube em sorte malvada e que mostra que o mesmo está atento aos problemas de emprego dos jovens adornados com as cores laranja e azul celeste que, por acaso(…) estão preparados para num ápice, enquanto o diabo esfrega um olho, saltarem dos aparelhos partidários para os gabinetes dos ministérios.
No que se refere aos cuidados e providências cautelares de execuções funcionais e de providenciais aproveitamentos remuneratórios de tantos expertos de última hora, que os ministros têm zelosamente estabelecido, destaca-se o elevado alcance atingido no combate ao desemprego que, eventualmente, poderia atingir os meninos e as meninas das jotas. Felizmente, para uns e outras, que o governo está atento e que todos, os beneficiados, se podem exibir com desenvoltura nos salões ministeriais, como ilustres assessores e grandes especialistas de refinada estirpe e de primeiríssima escolha... Enfim, com os aconchegos dos meninos e das meninas, assim devidamente recompensados dos trabalhosos tirocínios nos aparelhos partidários, outrossim, assegurada que vai sendo a progressão nos negócios aos gabinetes de advogados, através dos pagamentos de milhões de euros efectuados nos últimos anos; sentirá o governo que cumpre o desiderato de serviço fraterno para com gente que lhe é muito querida.
Só que tal é feito à revelia dos serviços governamentais vocacionados para os devidos efeitos jurídicos e, lástima indiscutível, a encargo dos sacrificados e explorados contribuintes portugueses.
O que, diga-se, traduz falta de transparência, oportunismo, tráfico de influências, corrupção. Também, profundo rombo no orçamento pelo enorme esbanjamento de meios financeiros (centenas de milhares ou milhões de euros), em tempo de crise imensa. Definitivamente: uma abrangente imoralidade.
Fim
Anotação – “governo”, uma palavra escrita com letra minúscula. Não por lapso. Nem por engano. Simplesmente, por factor semântico e sentido de objectividade…