Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, outubro 30, 2012


03. O obscuro caso
da licenciatura arrelvada
Configura um quadro de abrangentes anormalidades mui lesivas das imagens do Ensino Particular e dos respectivos docentes e discentes que, sobremodo, confrange e preocupa.
Por: Brasilino Godinho

Miguel Relvas falou sobre a sua licenciatura arrelvada.
Pergunta-se: Disse algo?…
O ministro dos Assuntos Parlamentares, no p. p. sábado, dia 27 de Outubro, fez algumas declarações sobre a sua licenciatura arrelvada. Deu um ar da sua graça… habitualmente desengraçada. E sorriu muito. Porque o nervoso era miudinho. Tinha as faces rosadas. O olhar inquieto. Parecia receoso. Denotava pressa. E terminou de forma audaz, com uma tirada que deixou meio mundo deslumbrado: “Não tenho receio de nada, quero que tudo seja apurado, porque, como disse, fiz de acordo com a lei, de consciência tranquila, de boa fé. Era assim que estava, é assim que estou e é assim que continuarei a estar”.
Ditas as palavras, aconteceu algo espantoso: ninguém bateu palmas. Uma grande desconsideração para o declarante. Imerecida…
Desde logo, pela simples razão de que talvez o desconcertante governante nunca tenho sido tão concreto, verdadeiro e franco, como naqueles momentos.
É que acreditamos piamente que ele não tem receio de nada. Aliás é óbvio que com a posição e o poder governamental que possui, mais o apoio espiritual das boas famílias que o acompanham e o aplaudem, só se fosse tolo é que se deixava atormentar pelo medo. A criatura ministerial em causa pode ter defeitos mas essa falha mental nem se lhe nota. Também, quer tudo apurado. Faz muito bem… e avisadamente. Neste aspecto, pode permanecer calmo. Nada será apurado em seu desfavor. O processo será muito eficientemente conduzido em tempo de 60 dias, segundo o preceituado pelo colega Nuno Crato e melhor concluído, no sentido que já se induz pelo regrado andamento da carruagem… do comboio do referido apuramento. Depois, informou que quanto à matéria da “consciência tranquila”, isso é coisa que ele domina com engenho e alguma arte e que o habilita a estar sempre dela imbuído: desde antanho, ainda hoje e certamente nos dias que se vão seguir até à consumação da quebra final da sua existência. Um factor de alma e valimento de devoto, bastante crente e entusiasta praticante, que se enraízam na sua “boa-fé”; a qual, exercita de “acordo com a lei” e deriva das suas imperecíveis certezas e do acolhedor ambiente que o rodeia.
Não obstante, existem muitos indígenas que, cépticos e atentos aos sinais exteriores de insensibilidade, põem em dúvida que o finório político e imprevisível governante tenha a real percepção do que é essa simples coisa designada de aptidão ou estado consciencial. Portanto, o bom senso impõe que se encare com a maior reserva o palavroso discurso de auto-elogio debitado pela excelência de arrelvada textura.
Quanto às outras afirmações de Relvas há que anotar a seguinte referência: caracterizam-se por lugares comuns irrelevantes para a análise do seu caso; por sorte própria, benfazeja, excessivamente arrelvado. Claro que tais declarações dão azo a qualquer indistinto cidadão formular pertinentes juízos acerca das implícitas determinantes que subjazem do respectivo processo de apreciação a ter lugar em sede do ministério tutelar. As mesmas irão evidenciar-se no resultado final. Segundo os costumes, antevemos: “Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes”…
Aliás, se o fenómeno acontecer, será um facto condizente com aquela surpreendente e espectacular novidade, qual petardo ensurdecedor que terá ferido os tímpanos de muitos circunstantes, dada no sábado, dia 27 de Outubro de 2012, por Relvas: “Dê sempre o exemplo ao longo da minha vida”. (Neste ponto, haverá que reparar no intrigante pormenor não despiciendo: ele, precavido, sagaz, não diz se bom ou mau exemplo…).
Então, nessa altura propiciadora de aflitivas vertigens, quedados um pouco contemplativos, bastante atordoados e muito enternecidos… mas, por sorte malvada, também deveras compungidos, exclamaremos: Bravo, bravíssimo! Excelente! Está salva a honra do convento beneditino – a fabulosa casa-mãe da nossa desventura colectiva. E onde tem bom e faustoso resguardo; atraente e bela cama; extraordinária e farta, mesa; a tristonha e perversa social-democracia, da nossa desfigurada república.