Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, setembro 10, 2020

 

RECORDANDO DE 2018 O QUE PODERIA SER DE 2020

 

PRESIDENTE MARCELO:

“OS PORTUGUESES SAEM SEMPRE FORTES 

DAS TRAGÉDIAS E DAS CRISES”.

 

Brasilino Godinho

 

Esta afirmação do presidente chegou hoje, dia 10 de Setembro de 2018, ao meu conhecimento pela Internet.

 

01. Ao lê-la, de imediato, foi tiro e queda! Fiquei entusiasmado!

Finalmente, poderia dormir descansado. Antevia a boa sorte de coleccionar crises como forma de ficar mais fortalecido. E na minha idade não seria coisa despicienda, como facilmente se compreenderá. Além de que sendo palavra com selo de “garantia” pessoal do presidente Marcelo (que goza do privilégio de estar bem relacionado com o Divino Criador, segundo o que indicou recentemente), mais animadora ela se me apresentava.

 

02. Logo a seguir me apercebi que a afirmação se transcendia para além da significação que lhe atribuía. Dei-me conta de que ela traduzia a conexão de pensamento único entre presidente, primeiro-ministro e governo.

E a correlativa correspondência havida com as sucessivas crises e tragédias que são pão nosso de cada dia em Portugal.

 

03. Agora fica exposta, pela voz autorizada do presidente Marcelo, a concepção de que, afinal, crises e tragédias são bem-vindas no espaço português. Pois que, segundo ele, os portugueses ficam mais fortes e menos dependentes (quiçá até da alimentação diária e do consumo de medicamentos) das actividades desportivas, dos exercícios nos ginásios e das corridas pedestres, se puserem de parte a sensação de sofrimento e a aversão que sentem relativamente a desgraças como: as famigeradas austeridades; os terríveis fogos florestais; as trágicas inundações; as crises governamentais; a bancarrota mais ou menos iminente; as desavenças entre os políticos de assento parlamentar e os partidos políticos; o roubo de material bélico em Tancos; os encerramentos de agências bancárias e dos CTT; os financiamentos a bancos falidos; os perdões fiscais a Oliveira Costa, Duarte Lima, Dias Loureiro, Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro; o mau funcionamento da CP; o caos nos hospitais; as crónicas faltas de financiamentos nas universidades, nos tribunais, nas forças armadas e de segurança pública; os miseráveis vencimentos e reformas na Função Pública; os desfalques na ADSE e noutras instituições; as milionárias remunerações dos Gonçalves Jardins e dos Mexias que tanto esvaziam os cofres das Finanças e das grandes empresas; as maléficas debandadas de jovens emigrantes; os incríveis aumentos dos combustíveis; os agravamentos da carga fiscal.

 

04. Porém, chega-se à conclusão que por parte de membros da alta hierarquia do Estado há unanimidade na conveniência de, pelo menos, manter essa (a)normalidade de crises e de desgraças, porque na sua douta presciência admitem ser a forma mais eficiente e benéfica de zelar pelo fortalecimento dos portugueses que se obstinarem em continuar vivos… enquanto vegetam no território lusitano e se embalam na ilusão de que residem num Estado de Direito.

 

05. Há que observar: faltou a indicação de qual o fortalecimento: Físico? Mental? Unívoco: físico e mental?

 

06. Só que, rapidamente meu espírito desceu ao mau piso em que pouso os pés, ou seja: a gravíssima desgraça que é a constante e insuportável degradação do nível de vida num país (Portugal) que caminha inexoravelmente para o estádio do mais pobre e desgraçado da Europa. Responsável maior: o Poder Político.

 

07. Não obstante o que escrito precede devo reconhecer que o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa tem razão quando diz que os portugueses saem mais fortalecidos depois das crises… tão fortes que são precisos 4 homens para os levarem (a cada um) emalados para os jardins das tabuletas…

 

08. Mas santa paciência tenha Sua Excelência, pela parte que me diz respeito dispenso, de boa vontade e com firme determinação, esse peculiar fortalecimento admitido em sede presidencial do Palácio de Belém; diga-se: fortalecimento concebido com acentuado pendor fantasista…