495. Apontamento
Brasilino Godinho
03/Setembro/2020
MAIS UM CRIME GOVERNATIVO DE LESA-PÁTRIA
Não há que poupar nas palavras e na condenação.
A informação esta manhã recolhida no Jornal Económico.Sapo.pt referente à criação do curso de Medicina na Universidade Católica, causou-me profunda indignação.
Transcrevo o teor: “CURSO DE MEDICINA NA CATÓLICA É EM INGLÊS E ABRE EM 2021.”
Trata-se de mais uma execrável (reforço: odiosa), afronta à Língua Portuguesa. Mais grave: é um crime de lesa-Pátria.
O governo ao autorizar a criação de um curso de Medicina em inglês demonstra inequivocamente e acentua o propósito - que vem evidenciando - de desprezar o idioma nacional e de acelerar o processo de inglesar a sociedade portuguesa que vem prosseguindo com arrogância e a maior impunidade.
Lamentavelmente os órgãos da Comunicação Social e as chamadas foças vivas - que se não estão moribundas estarão pelo menos sonolentas ou drogadas - não reagem e assistem passivamente a este contínuo deboche linguístico que, acintosamente, vai prevalecendo apesar de ser de natureza criminal; porquanto viola os princípios de bem zelar os interesses nacionais e não assegura cumprimento das tarefas fundamentais do Estado, consagrados na Constituição da República Portuguesa.
Reproduzo (com sublinhados meus) o trecho da Constituição que é violado pelo Governo:
Artigo 9.º - TAREFAS FUNDAMENTAIS DO ESTADO
São tarefas fundamentais do Estado:
a). Garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam:
e). Proteger e valorizar o património cultural do povo português, defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correcto ordenamento do território;
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa
Concretizando a acusação de violação da Constituição:
a). Garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam:
O governo prosseguindo na prática de inglesar o ensino e a sociedade portuguesa está procedendo em sentido contrário ao enunciado nesta alínea: despromove a tarefa de garantir a independência, a subverte e progressivamente a vai anulando, tendendo para o colapso total e resultando Portugal ser transformado em colónia inglesa ou norte-americana.
e). Proteger e valorizar o património cultural do povo português(…)
O Governo ao dar feição inglesa aos costumes, aos tecidos socioeconómico e cultural e ao inglesar o ensino, não protege, nem valoriza o património cultural do povo português. Sim, despreza e amesquinha a língua portuguesa e inviabiliza a implementação do português como língua de expressão científica e a aquisição de altíssimo potencial económico, dada a sua expansão pelo mundo (língua usada por 250 milhões de pessoas) – o que se representa como um grave atentado contra a identidade nacional e muitíssimo lesivo dos superiores interesses da Nação.
Superiores interesses de naturezas várias também postos em causa quando se ligam com as negativas repercussões de tão maus exemplos dados aos países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). E logo deploráveis exemplos com origem no país que detém a matriz do idioma comum.
f. Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa.
O Governo ao promover o inglês e o chinês em detrimento do português que cada vez mais é maltratado e secundarizado logo a partir do ensino básico, está-se nas tintas para bem facultar a sua aprendizagem pelos jovens; para o valorizar permanentemente; para defender o seu uso; para promover a sua difusão internacional.
Ou seja: como fica registado, o Governo procede contrariando totalmente o que lhe é exigido pelo articulado da Constituição da República Portuguesa.
Pelo que se impõe que ao Governo sejam exigidas responsabilidades de natureza criminal, no âmbito de um processo-crime de lesa-Pátria.
Se estivéssemos num Estado de Direito a Procuradoria-Geral da República já teria tomado essa iniciativa e ninguém estaria esperando que Brasilino Godinho viesse à praça-pública reclamando Justiça; esta, consonante com a salvaguarda da defesa e dignidade da Língua Portuguesa, a manutenção da Identidade Nacional e a preservação da Independência de Portugal.
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