494. Apontamento
Brasilino Godinho
02/Setembro/2020
A COISA, EM ESTADO DE NEGRUME
A coisa - malfadada, triste, sinistra, de que, infelizmente, a nação está possuída, envolve-nos, aprisiona-nos, agride-nos e ofende-nos a toda a hora da nossa vivência quotidiana.
Na hora presente já atingiu o ponto limite da escuridão que enegrece o espaço terreno em que nos situamos.
Precisamos, todos portugueses, que não são vesgos ou fracos de entendimento, de estarmos bem cientes da situação que somos obrigados a enfrentar. Com a vontade e a coragem de, conhecendo-a em toda a sua enorme amplitude, mais capazes ficarmos de lhe fazer frente e a superar em proveito próprio e a bem da sociedade; se ainda tivermos tempo e forças.
Nos últimos dias agravou-se o estado de negritude da coisa. A esse respeito, há certezas e indícios.
Repare o leitor:
Ontem televisões e jornais deram a surpreendente notícia de que o Santuário de Fátima acaba de elaborar um plano de despedimento de 50 trabalhadores. Caso para ficarmos seriamente preocupados.
Se uma entidade que é, indubitavelmente, das de maiores rendimentos monetários do país decide tomar tão gravosa medida administrativa da sua gerência – quiçá, sob ameaça de falência - ela significará que o país caiu mesmo no fundo do abismo. Perdidas até as esperanças de um milagre da Senhora de Fátima.
Se um presidente da República apela ao povo para votar nos partidos da oposição, como aconteceu recentemente no Porto, releva o factor de inibição do próprio Chefe de Estado se sentir limitado no seu desempenho de Supremo Comandante das Forças Armadas e Desarmadas a que seria suposto poder socorrer-se.
Apesar de também se perceber que nem contará com a ajuda e franco apoio do Divino Espírito Santo, com quem mantém boas relações e frequente contactos, como asseverou in illo tempore aos jornalistas das televisões portuguesas.
Isto acontecer e se constituir como evento inédito num longo espaço de cenário mundial, patenteia um quadro carregado de coloração negríssima.
Se um banco novo entre 2014 e 2018 acumula um prejuízo de 4 mil milhões de euros, os administradores todos anos procedem a aumentos avantajados aos chorudos vencimentos e vão vendendo ao desbarato e com incríveis descontos de quase 70 %, os activos vários e os imóveis e tudo isso é prosseguido à-vontade e com os relatórios das auditorias mantidos secretos; deve concluir-se que muita podridão sobrenada no fedorento pântano existente no português reino da bicharada.
E hoje tendo sido publicada uma informação escrita por um grupo de médicos do Hospital Militar, bastante elucidativa sobre a gravidade da patologia virosa e as formas dolorosas dos tratamentos a que as vítimas dos coronavírus estão sujeitas nos hospitais; tivemos fortalecida a convicção de que as senhoras da Saúde, vão continuando atrasadas nas suas orientações e medidas de combate à pandemia.
Também no domínio da saúde a coisa deu para o torto e está submersa no lodo pantanoso já aqui referenciado.
Resumindo: a coisa, em estado de tenebroso negrume, jaz já no fundo do abismo; ele, com a bocarra aberta sob o lodo do pântano, citado pelo político António Oliveira Guterres.
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