AQUELA
ENCENAÇÃO EM S. BENTO,
SE
NÃO ERA VELÓRIO, FOI UMA PATETICE…
Brasilino Godinho
No p.p. domingo, 04 de Maio de 2014, as
televisões e os jornais mostraram e fotografaram os ministros alinhados na sala
do Palácio de S. Bento, enquanto o chefe do governo, anunciava o que há muito
tempo se adivinhava: a famigerada saída - que só por ironia de muito mau gosto
se teima em designar por “saída limpa”.
Limpa, o tanas!
Nunca em Portugal se terá efectuado uma
qualquer saída, tão mal cheirosa, tão repelente, tão desastrada e tão
detestável.
Os portugueses viram retratadas as
criaturas ministeriais tristes, compungidas, tensas, como se estivessem
alinhadas num velório. Só lhs faltava o acessório da gravata preta, nos homens
e o véu preto nas senhoras – o que, atendendo à solenidade, seria apropriado…
E se velório foi, subentendido no
consenso de bastante gente, há que reconhecer algum nexo ao acontecimento,
dadas as terríveis consequências de todo o processo que suscitou a intervenção
do grande chefe do grupo que detém o Poder em Portugal.
É evidente que a atmosfera fúnebre da
cerimónia não condizia com o tom eufórico usado pelo mensageiro, Passos Coelho.
Este, ali se expondo com todos os artifícios de cenário e de malabarismos
verbais que lhe são de uso - dir-se-ia que compulsivo.
Por outro lado, se – condescendendo –
fingimos acreditar que terá acontecido uma primária e incompetente encenação,
como tantas outras habituais nos espectáculos do circo/teatro político, exibidos
em Lisboa, diremos que assistimos a uma ridícula demonstração de pompa,
inteiramente deslocada no lugar, no tempo e na equívoca circunstância; a qual,
se pretendia enfatizar e, sobremodo, colocar nos píncaros da fantasiosa lua
cheia…
Chega a ser penoso, assistirmos a tais
destrambelhadas cenas que bem ilustram o analfabetismo cultural em que está
mergulhada a sociedade dos compinchas, de irresponsabilidade total, que tem o
Poder em Portugal.
Fim
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