Estimadas senhoras,
Caros senhores,
Juntamos um texto de “SARAIVADAS” .
Nele, dois artigos da autoria do arquitecto-jornalista José António Saraiva postos em causa
No primeiro, Saraiva mergulhou na penumbra de si próprio. No segundo, assoma à claridade do seu ego. O que denota ser escritor instável.
Cumprimentos.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS…
Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema I: SARAIVA, “perdido” na confusão do “Vai tudo abaixo”…
Há dias José António Saraiva pegou no título de um programa televisivo de mau gosto (“Vai tudo abaixo”) decidido a empenhar-se na árdua tarefa de comentar as hipotéticas mudanças de Portugal e… pelos vistos, sem perda de tempo ou quebra de ânimo, brindou-nos e aos seus leitores do semanário “SOL” com uma dissertação sobre a “interiorização da ideia da crise”…
Desde logo, repare-se no eufemismo: “ideia da crise”. Ele indicia que, sob a óptica de SARAIVA, o mal-estar prevalecente na sociedade portuguesa talvez não passe de uma visão apalermada, em que se notará “o tom catastrofista (?...) a falta de sentido das proporções, a ausência de equilíbrio a tornar por vezes grotescas certas opiniões”…
Ao lermos este fraseado e tendo presente a generosa informação que SARAIVA deu sobre a sua propensão para elaborar as peças escritas enquanto conduz o seu automóvel na confusão do trânsito das ruas da capital, acreditamos que, na circunstância, em vão terá tentado equilibrar-se e a readquirir o famigerado “sentido das proporções”...
Aliás, uma atrapalhação bem patente nas perguntas que o famoso articulista formula mais adiante, acerca de como começar algo atinente à recuperação do País, que nem apercebe quando, aparentemente, angustiado inquire: “Mas começar como”? e “Vamos começar o quê”? Mas, de pronto, o irresoluto SARAIVA responde com uma frase bombástica e… incontornável, como agora soe dizer-se: - “Portugal não está a começar: é um comboio em andamento, do qual somos passageiros temporários” – e compulsivos; ainda por cima utentes de um transporte antiquado, mal conduzido, repelente, infecto-contagioso, que não cumpre horários, sempre atrasado, fatigante, opressivo e muito desagradável - acrescentamos nós.
Depois SARAIVA, toma a sua dose de optimismo serôdio e contempla-se na perspectiva idílica de o país “melhorar um bocadinho”; não muito, pois ele “é o que é”. O que “implicaria uma atitude positiva – e não a postura daqueles que constantemente anunciam o Apocalipse”. Nossas observações pertinentes: Porquê o País “é o que é”? Nossa grande curiosidade: “Uma atitude positiva”? Qual? O que, na actual situação do País, será uma atitude positiva segundo o pensamento de SARAIVA? E se ficamos na expectativa de uma atitude positiva seja ela o que for e venha de quem quer que seja e se disponha a prestar o obséquio ao País, bem poderemos esperar sentados… com a mira de pequeno alcance apontada a um simplista alvo: “melhorar um bocadinho”. Dedução moral a extrair: Pouco ambicioso e adepto do simplismo o pensador SARAIVA.
A finalizar, José António Saraiva afirma que Portugal “tem uma situação política estável e as instituições funcionam”. As derradeiras palavras de SARAIVA referem-se aos tempos conturbados do final da Monarquia e da I República. Termina com uma frase piramidal: “Aí sim: era difícil antever um futuro”.
Daqui interpelamos SARAIVA: “Situação política estável”? O facto de haver um governo de interpretação ambígua que tem maioria absoluta e, no palco do circo político, se exibirem várias oposições sem nível, estéreis, define uma política estável? Na falta do exercício da POLÍTICA o arremedo dela será aceitável? A merecer o presunçoso adjectivo de “estável”? “As instituições funcionam”? Pois quê? Que interessa aos portugueses se elas funcionam mal e porcamente…
E já agora SARAIVA diga às gentes: Se naquelas épocas era difícil antever o porvir, qual é o futuro que – numa, eventual, sua condição de abalisado especialista em futurologia - agora consegue supor para este desgraçado país que vegeta à mercê de uma bicharada que até assustaria o bendito menino Jesus?
Tema II: SARAIVA, “achado” na objectividade do texto “Em directo”…
Na mesma data (15 de Agosto e 2008) e na sua revista “Tabu”, José António Saraiva apresentou uma excelente crónica titulada com a expressão “Em directo”. É uma peça bem concebida. Oportuna, pertinente, bastante objectiva. Nela estão formuladas apreciações judiciosas. Muito apropriadas e relevantes as duas últimas observações de censura que faz sobre a confrangedora prática da língua portuguesa por parte de alguns jornalistas das televisões e quanto ao qualificativo de êxito de uma acção que, necessária e salvadora de duas pessoas, acabou por concretizar a morte de um dos assaltantes da agência do Banco Espírito Santo.
Exceptuando aquele parágrafo sobre o avanço do “politicamente correcto à portuguesa” que é uma terminologia em moda, insuportável, muito ambígua, por isso mesmo falha de sentido, este texto de SARAIVA agradou-nos. Tem interesse público e qualidade que nos apraz registar.
Concluindo: Aqui, entre nós, desconfiamos que o artigo “Em directo” não foi “redigido” no automóvel enquanto o autor viajava pela cidade de Lisboa… Deve ter sido obra trabalhada à secretária, desfrutando de silêncio propício à meditação… Arriscávamos uma aposta…
P. S. - Caramba! Que da lavra do Brasilino Godinho não seja só depreciar as crónicas do conhecido arquitecto-jornalista SARAIVA…
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