Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, agosto 19, 2008

Prezadas senhoras,

Caros senhores,

Aqui inserida uma crónica sobre a miopia do “presidente de todos portugueses” com o pressuposto de que a respeitável criatura talvez não o seja…

Cumprimento.

Brasilino Godinho

Ao compasso do tempo…

O PRESIDENTE QUE SE CUIDE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Na nossa opinião o presidente Cavaco Silva não está bem, sob o ponto de vista funcional, no exercício da Suprema Magistratura da Nação. É uma conclusão a que chegamos ao analisarmos alguns dos seus procedimentos tidos nos últimos meses.

Há pouco tempo o chefe do Estado foi à Madeira em visita oficial. Apreciou o inegável desenvolvimento do arquipélago. Elogiou o caudilho madeirense. Mas não fez reparo nos atropelos de variadíssima ordem que o maioral da governação do arquipélago e seus ajudantes cometem com regularidade deplorável. Mais engoliu o sapo, sem se engasgar, de não ser recebido em sessão solene da Assembleia Regional alegadamente, segundo Alberto João Jardim, por nela ter assento um bando de loucos. Quase às escondidas recebeu os representantes da oposição da Madeira. Considerando a gravidade destas ocorrências desagradáveis e esquisitas, admitimos que elas só podem explicar-se por amnésia, apatia ou estranha forma de dislexia que, inevitavelmente, temos de classificar de dolorosa amnésia presidencial, de inquietante apatia presidencial e de a não menos temível dislexia presidencial…

Trata-se de três disfunções orgânicas, incorporadas no mais representativo órgão de soberania, que mais sobressaíram quando há dias o presidente Cavaco Silva resolveu alvoraçar o país com o anúncio antecipado de 24 horas, de ir fazer uma importante comunicação aos portugueses. Quando se esperava que o presidente da República iria falar de assuntos da maior relevância nacional, ele limitou-se a anunciar algumas suas divergências sobre o novo estatuto da autonomia dos Açores que considera subtrair-lhe prerrogativas presidenciais; que, demais a mais, não referenciara atempadamente ao Tribunal Constitucional quando, recentemente, o consultou sobre a matéria em causa. Os comentários que se ouviram em surdina nos mais variados sectores da sociedade portuguesa foram simples e directos: - “A montanha pariu um rato” - “Tanta parra para tão pouca uva”. Para além de muita gente “ter torcido o nariz” e atirado para o ar a interrogação: Porquê os Açores a suscitar a reprimenda enquanto à Madeira todos os excessos são permitidos ou ignorados?

Claro que o significado destes deslizes da presidencial figura incide no tal fenómeno - já apontado de vez em quando - do presidente da República, em exercício, prosseguindo na esteira dos seus predecessores, sofrer de uma rara espécie de miopia que só se manifesta em certos meios que não quadram com as naturais características e tendências da sua pessoa. Ou seja: o local; o clima; a cor prevalecente no espaço, no jardim, na moldura arquitectónica da construção envolvente; as afinidades políticas, dos gostos e das preferências, com os interlocutores; têm um peso específico determinante na falta de visão que, ocasionalmente, tolhe a criatura agora colocada no mais elevado grau da hierarquia do Estado.

Se à miopia juntarmos a amnésia, a apatia e a dislexia, temos uma conjunção terrível de factores deletérios que embaraça o presidente Aníbal Cavaco Silva e, em muitas ocasiões, o leva a circular displicentemente nas auto-estradas da contradição, do equívoco e da incoerência; nas quais confluem o défice democrático, a segregação sociopolítica e a desigual distribuição da justiça. O que é profundamente lastimável na actuação de um chefe do Estado. Também bastante corrosivo da Democracia. Mui depreciativo para a República. Sobremodo prejudicial para a sociedade portuguesa.

Por tudo isto, aqui focado, tememos pelo desejado, regular e indispensável sentido harmónico do funcionamento do órgão de soberania Presidência da República.

O cidadão Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, que se cuide. Faça-nos a mercê de ter em atenção que ao tomar o imprescindível cuidado está, igualmente, a cuidar do País e a zelar pelos vitais interesses dos portugueses.