Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, agosto 04, 2008


Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Juntamos um texto de “SARAIVADAS” .

Desta vez o arquitecto-jornalista Saraiva investe forte e feio sobre a área da Psicanálise e estampa-se ingloriamente. O que não deixa de ser divertido.

Cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: SARAIVA mergulha de cabeça perdida na Psicanálise e faz uma “descoberta” científica, que o deixa estatelado e aturdido sobre o tapete do lugar de conjunção do absurdo e da confusão.

Focando o assunto sério da personalidade de Radovan Karadzic, o tirano sérvio que actualmente se confronta com a Justiça no Tribunal Internacional de Haia, o arquitecto-jornalista José António Saraiva escreveu um artigo na sua revista TABU.

A peça marca uma destemida intervenção do autor no campo da Psicanálise. Surpreendente. Ousada. Chega a ser delirante com o seu quê de divertida.

Surpreendente, porque embora se desconfiasse da propensão de Saraiva para abordar matérias delicadas que exigem conhecimentos específicos, suficiente formação filosófica, clareza de raciocínio e capacidade de análise, não se esperaria tamanha desenvoltura na abordagem do tema. E logo numa especialidade de muita complexidade.

Ousada, porque sem reservas de contenção literária e cuidados na formulação dos conceitos e na caracterização do ser em causa, o autor permite-se a maior ligeireza nas conclusões em que, irremediavelmente, se deixou enredar.

Deveras hilariante porque Saraiva se tentou pela atribuição a Radovan Karadzic de “dois seres distintos habitando no mesmo corpo”.

E é nesta definição que José António Saraiva dá a nota divertida do seu texto. De facto tem alguma graça a expressão de dois seres coabitando na mesma pessoa – o que se torna tanto mais grotesco quando se sabe que uma pessoa só comporta um ser único. A Saraiva faltou-lhe a sageza de, ao invés, ter referido que no ser Karadzic “habitariam” duas personalidades distintas. O que parecendo a um iletrado ser o mesmo é diametralmente diferente.

Quando em epígrafe mencionámos a descoberta científica de Saraiva referíamos essa novidade de ter achado “dois seres distintos habitando no mesmo corpo de Karadzic”. Um fenómeno!...

Portanto, para além da impropriedade da “descoberta”, também não há sentido na presunção de coexistência de duas personalidades no ser Karadzic.

O que, efectivamente, existiu na última fase da vida clandestina do ditador sérvio foi a assumpção do desempenho da personagem Dr. Dabic (perante a sociedade, como se fosse um actor de teatro) num drama que é o seu próprio. Esse desempenho foi-lhe imposto a si mesmo pela imperiosa necessidade que haverá sentido de disfarçar-se o melhor possível para fugir à Justiça que o procurava para detê-lo sob prisão e levá-lo a julgamento pela autoria dos crimes praticados.

Enquanto esta circunstância naturalmente transparece e se impõe na apreciação da natureza e respectivas características de Karadzic, o articulista Saraiva contemplou-se, no seu texto, com as habituais divagações que o deixam completamente baralhado e a leste do cerne da questão tratada.

Mais umas breves palavras para anotar a pergunta lançada por José António Saraiva que transcrevemos: “Quem determina o destino de um homem: ele próprio ou o ambiente que o cerca?”.

Nossa resposta: O destino de um homem é sempre determinado por ele mesmo e pelas circunstâncias que se lhe deparam ao longo da vida. Inteiramente influenciado pelo ambiente que o rodeia e pela sociedade em que se integra. Um produto da Natureza que uma vez gerado, cresce e se desenvolve por determinantes influências de factores exógenos que vai absorvendo ao longo da vida. Sem abstrair as aptidões de optar, de se orientar e de se cultivar no amplo sentido da palavra.

Por isso não colhe a dualidade acerca da verdadeira natureza da pessoa: se virtuosa, se perversa. O problema equaciona-se noutro patamar; qual seja o do individuo aprimorar qualidades e alcançar ou não um estádio de completo domínio de todas as suas faculdades de alma que lhe proporcione a força anímica imprescindível para ser sempre igual a si próprio e disso dar provas aos semelhantes.