Um texto sem tabus…
A NAÇÃO ESTÁ A MORRER
DE MORTE DESGRAÇADA…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Claro! Portugal existe! Embora com soberania limitada, porque integrante na Europa e desapossado do concelho de Olivença, mantém o território continental. Incorpora a Península Ibérica. E, por enquanto, as ilhas dos Açores e da Madeira fazem parte do mapa geográfico de Portugal.
O Estado português tem personalidade jurídica no conjunto dos países actualmente reconhecidos no âmbito da Organização das Nações Unidas.
Dir-se-á que estamos escrevendo sobre o óbvio.
Mas se nos interrogarmos sobre a Nação? As apreciações e os julgamentos que advierem sobre o que é hoje a nação portuguesa, necessariamente, envolverão questões muito complexas que pesam, sobremodo, na vida quotidiana dos portugueses e que avolumam as nuvens sombrias que pairam no horizonte.
Para bem ajuizarmos da situação é importante darmo-nos conta das condicionantes em que estamos mergulhados e dos deletérios sinais mais ou menos evidentes que se nos deparam no viver quotidiano.
Não será despiciendo considerar a facilidade com que face à desorientação geral e à ineficácia da governação do Estado se tende a avançar com a justificação de que, afinal, governo e povo têm responsabilidades graves e comuns na situação. Melhor exprimindo: culpas partilhadas num plano de igualdade e reciprocidade. Dito por outras palavras que já são um lugar-comum – o povo tem o Governo (ou o desgoverno) que merece. Fazer-se uma afirmação desta natureza é uma falácia. Igualmente, traduz a desculpabilização interesseira a que os políticos da praça recorrem com frequência para justificarem a ineficácia, a incompetência e todos os demais procedimentos irregulares a que, normalmente, recorrem para cómodo e proveitoso desfrute do poder e da influência. Falácia aceite e festejada por todos quantos se contemplam na bajulice e no aproveitamento das boas graças dos poderosos.
A clarificação do assunto tem muito a ver com as características intrínsecas do ser português que nos levaria longe se aqui houvesse lugar e extensão para nos alongarmos em considerações atinentes à especificidade da matéria. Ainda assim e fazendo-o reconhecidamente de forma superficial, são de referir os aspectos relacionados com o estado de analfabetismo, nas suas vertentes primária, funcional e cultural, em que se encontra a maioria da população portuguesa. Estado de carência cultural de todo um povo no qual assenta o atraso do País e a degradação político-social existentes. É um facto inegável. Determinante de consequências. Desde logo, a debilidade do ser pensante, a incapacidade de apreensão da realidade, a apatia e conformação sobre os acontecimentos da vida colectiva que o atinge, frequentemente, com dramatismo e violência. Mas a que não sabe como reagir e o que contrapor em prol dos seus direitos, interesses e, até, do equilíbrio mental e da sua própria sobrevivência física - como já vai acontecendo aos idosos e professores vítimas de doenças malignas em fase terminal; os quais, são obrigados a trabalhar nas escolas, até ao último dia de vida. Estamos citando dramáticos desenlaces resultantes das orientações políticas vigentes a que ninguém pode ficar indiferente.
Também por condições atávicas o povo submete-se ao Poder obedientemente, servilmente. E com uma agravante que se acentuou nos últimos decénios. Isto é: encarando a vida política e a simpatia partidária do mesmo modo simplório e irracional com que, no mundo do futebol, mantém a fidelidade clubista. De modo que está criado um caldo de cultura sectária, identificado com o sentido mais primário da existência. Ao arrepio dos preceitos da cidadania. Desprezando, vilipendiando e hostilizando os valores culturais. Afinal, inviabilizando as mais valias civilizacionais.
O que daqui se depreende? Que do lado da sociedade temos milhões de indivíduos iletrados ou insuficientemente instruídos que não têm condições para exercerem, em plenitude, todos os seus direitos e até os deveres da cidadania; enquanto no outro campo dos poderes político, económico e financeiro, está um grupo de indivíduos e famílias que se constituíram prepotente elite que põe e dispõe em todos os sectores vitais da sociedade como bem entende melhor servir os seus interesses, em detrimento do Povo. Ademais, singular grupo opressor. Ele detém fortes instrumentos do Poder nas mais diversas áreas e nos diferentes órgãos de soberania de que se serve discricionariamente para impor aos indígenas o seu voraz apetite, a malévola intenção, o autoritário mando, o insaciável capricho, o avassalador domínio.
Mesmo admitindo, por absurdo, que o colectivo dos cidadãos marginalizados, descontentes, sofredores, vítimas do sistema, conseguissem ultrapassar os seus limites de inibição e se agregassem num sentir comum de repúdio dispostos a uma qualquer intervenção cívica tendente a pôr ordem, objectividade e competência na administração do País, visando o bem-estar geral, o certo é que não disporia dos meios necessários para o efeito. O regime que nos desgoverna está de tal modo armadilhado que bloqueia quaisquer tentativas de reforma ou de recuperação.
Ora este estado de coisas é da máxima conveniência para os dominadores. Tudo fazem para que se mantenha e se vá consolidando.
Infelizmente, com o agravar da situação de decadência que se implantou e continua a aprofundar-se, caminhamos para o colapso. Sem dúvida, gerando e desenvolvendo, pela negativa, condições para a queda da Democracia e advento de uma revolução de cariz totalitário. Repetindo o filme da existência da 1.ª República e da eclosão do movimento de 28 de Maio de 1926.
Sim! Porque os políticos que estão no palco da República, que se vangloriam dos fervores democráticos e que fazem profissão de fé na Liberdade, na Igualdade e na Fraternidade, estão actuando como cavalos de Tróia infiltrados, que objectivamente prosseguem um trabalho de sapa destrutivo da Democracia. Eles estão aniquilando a Democracia. Desacreditando a república dos cidadãos. Certamente, eles são os coveiros da Democracia! Os inimigos da Democracia nem precisam de agir. Basta quedarem-se na expectativa. Os “democráticos” usurpadores estão fazendo o trabalho sujo. Com execráveis aproveitamentos pessoais expressos em milionários proventos. Usando repugnantes expedientes de exploração para conferirem grandes benefícios aos grupos organizados em comanditas de interesses que, quase sempre, se abrigam na obscuridade.
Tais políticos e os seus mentores - estes, vulgarmente remetidos ao silêncio das trevas de escusos templos - estão determinados em lançar o País na confusão, no desespero, na angústia, na miséria, na derrocada para o abismo, precedendo uma limpeza ética. Possuídos de ânimo fortalecido pela esperança de ficarem sós, sem entraves e opositores incómodos, senhores de tudo e de todos, aproveitando os oásis de benfeitorias que vislumbram no horizonte das suas fantasias demoníacas…
É um imperativo ético e obrigação cívica, proclamar: Não passarão!
Mais: Agir em conformidade!
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