Uma vez que…
Para cada minhoca - a sua cavadela!
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Há dias tinha vindo a notícia num jornal lisboeta.
Hoje deu-se a divulgação através das televisões; com certo estrondo. E confirmada pelo interessado.
O Dr. José Miguel Júdice recebeu convite e aceitou ser indigitado para alto-comissário de obras na zona ribeirinha do Tejo,
Grande alarido…
O homem é o mandatário da campanha do candidato socialista, António Costa, à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Apontadas incompatibilidades que, manifestamente, nem o serão. Alguma desconfiança por o convite só ter sido agora divulgado, visto que fora feito há quatro meses. Júdice justificou-se perante as câmaras das televisões. Disse que Sócrates terá considerado não fazer logo o anúncio para não se julgar que pretendia influenciar o acto eleitoral. - E, agora, já não influi?
Também, nalguns sectores da imprensa, desconfiança; porque, sendo ele da área do PSD, aparece envolvido na campanha do PS.
Porém… anda por essa Lisboa muita gente distraída. Distraída? Ou assobiando para o lado?
Então, não foi o Dr. José Miguel Júdice, o político da selecta reserva do PSD, ao tempo Bastonário da Ordem dos Advogados, que mais se empenhou a defender os socialistas envolvidos no processo da Casa Pia? E se atirou de alma e coração contra o Procurador-Geral da República?
E ninguém se interrogou porquê?
Naturalmente e com certa ingenuidade ocorre perguntar: Que faz correr José Miguel Júdice ao encontro dos socialistas e abrigar-se no regaço do PS? Quem dá o passo em frente e vem responder?
Os jornais, as rádios, as televisões e os “meios geralmente bem informados” alfacinhas, andam a “dormir na forma”? Tantos ilustres integrantes das tertúlias lisboetas com senhas de presenças nos telejornais e avenças de colaborações nos periódicos, serão mentecaptos, que não percebem aquilo que se passa nos bastidores, umas vezes e às claras noutras ocasiões?
Por acaso, ignoram que as medidas do Governo e as nomeações para os grandes tachos, normalmente, passam, antes de anunciadas ao público, pelo crivo da apreciação e escolha da grande “fraternidade”?
E, afinal, não é no seio da grande “fraternidade” que confraterniza a rapaziada fixe - os homens e as mulheres dos bons costumes - do PS, do PSD, do CDS e de outros partidos com assento parlamentar?
Onde está a novidade ou o espanto da “grande” nomeação de Júdice para aquele “grande” tacho ora atribuído? Decerto, por António Costa ter a percepção de tudo estar nos conformes instituídos é que nas entrevistas a doze dadas à RTP, no salão dos Paços do Concelho, ele, candidato socialista, não falou dessa nomeação, apesar de ter estado de acordo em que a jurisdição da faixa ribeirinha deve passar para a Câmara Municipal de Lisboa. O que é uma história mal contada e que, eventualmente, vai ter desenvolvimentos edificantes…
Apetece dizer: Ora vão pentear macacos…
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