Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, julho 14, 2007

Recebemos, via Internet, o texto “SER PROFESSOR EM PORTUGAL”. Lamentamos que ele não venha assinado, porque nos é desagradável deparar com escritos anónimos. Porém, neste caso, depreende-se o melindre e o risco de represálias que, eventualmente, incidiriam sobre o autor; isto, num tempo de medos generalizados e em que tudo serve para “castigar”, perseguir e retaliar, quem se manifesta criticamente face ao Poder.

Não obstante, por se tratar de um tema importante para a sociedade portuguesa e merecer a nossa total concordância, transcrevemo-lo na íntegra.

SER PROFESSOR EM PORTUGAL M

Missão quase impossível…

Esta é uma profissão em que se trabalha em casa (de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias!

Férias, sim, sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. (De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes, com muito mais dias de folga do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais 2 para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa, 1 ou 2 meses no verão).

É uma profissão em que nos sujeitamos a fazer em casa a preparação das aulas (que é o sítio que oferece condições), a elaboração e correcção de testes e afins, porque não é suficiente o tempo atribuído a essas tarefas.

É a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado. Também neste caso, a Senhora Ministra exigirá um pré-aviso com cinco dias de antecedência? Será bom que a “opinião pública” comece a perceber que, nas "imensas" faltas dos professores, também são contabilizadas situações em que, de facto, estão a trabalhar como por exemplo: no acompanhamento dos alunos em visitas de estudo, em acções de formação, seminários, reuniões, etc, para as quais até podem ter sido oficialmente convocados.

É uma profissão que exclui devaneios do tipo: “hoje preciso de sair meia hora mais cedo”; ou do corriqueiro “volto já” - justificando a porta fechada em horas de expediente.

É uma profissão de enorme desgaste! Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros; mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar.

É uma profissão que deixou de ser acarinhada ou considerada, humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos na nossa dignidade ou mesmo fisicamente. Enxovalhados na praça pública, atacados, desvalorizados na nossa pessoa e no nosso trabalho.

É uma profissão cujos agentes têm de estar permanentemente a 100% (e as cordas vocais não são um apêndice despiciendo). Não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas ou problemas pessoais).

É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o mesmo processo, exigente e desgastante, de chegar a horas, "conquistar" várias vezes ao longo do dia, um novo grupo de 20 a 30 alunos e todos ao mesmo tempo (não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão familiar de 1, 2, 3 filhos...).

É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros.

É uma profissão em que sofremos, ainda, a angústia do nosso próprio desempenho pelo insucesso dos alunos, o qual depende, igualmente, de factores que não controlamos: problemas sociais e relacionais das respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do país.

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Se é professor, sabe o quão verdadeiro é o presente texto.

Se não é professor, creia que é verdade e apoie quem está a lutar simultaneamente pela dignificação da Carreira Docente e por uma Educação de verdadeiro sucesso.

ACARINHE OS PROFESSORES!!!

ELES PRECISAM DO SEU APOIO!!!