Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, maio 11, 2007

Estimados/as leitores/as

A pedido de alguns leitores e porque o tema conserva interesse e actualidade republicamos, neste blog, uma nossa “CARTA ABERTA” escrita a 12/7/2006.

CARTA ABERTA

PARA D. EULÁLIA MORENO

De: Brasilino Godinho

Há dias, a estimada senhora D. Eulália Moreno, jornalista portuguesa, residente algures no Brasil, inseriu no conhecido portal do Portugal Club, cujos conteúdos são distribuídos para todo o Mundo através do correio via Internet, uma breve nota que me foi endereçada com simpática citação pessoal. Nela manifestava a sua perplexidade sobre os verdadeiros desígnios da Maçonaria e as misteriosas actividades que ela e os seus membros, “homens livres e de bons costumes”, desenvolvem na clandestinidade sob o pretexto da discrição. (Compreenda-se a subtil alusão da linguagem maçónica: cidadãos como nós, seremos homens sujeitos à escravidão e de maus costumes…).

Se aqui me detivesse longamente a escrever sobre a Maçonaria decerto que ocuparia muito tempo e grande espaço; ambos incompatíveis com a natureza e disponibilidade do referido portal. Porventura, abusando da paciência de D. Eulália e de si, leitor, sem esquecer a disposição do coordenador do Portugal Club.

Todavia, julgo interessante aduzir algumas indicações que, talvez, não sejam novidades para a D. Eulália mas que, certamente, o serão para a maioria dos leitores que lerem o presente texto.

Desde logo, o facto indesmentível de, actualmente, a Maçonaria (na globalidade dos seus clãs, em que se inclui a Opus Dei - esta, ligada à Igreja Católica) dominar, de forma avassaladora, todos os sectores de actividade e todas as estruturas do Estado, em Portugal.

D. Eulália,

pergunto-lhe: consegue imaginar que nos governos portugueses é frequente haver casos em que os ministros em vez de mandarem e dirigirem seus subalternos são, pelo contrário, tutelados e orientados por alguns deles? Porquê? Pelo facto de os funcionários, nessas condições de ascendência, serem detentores, na hierarquia maçónica, de graus superiores aos dos seus ministros. Acredite: mesmo no extremo limite de um grão-mestre ser um desses funcionários.

Assim, cada ministro, assumindo o papel de palhaço – e nele se contemplando com aprazimento - se transforma em pau-mandado ou testa-de-ferro da seita.

Daí, pôr à consideração dos portugueses as seguintes questões: Isto não é a subversão do Estado? Quem manda em Portugal? Qual é a força que determina as políticas da governança e tem definitiva palavra sobre as escolhas dos governantes e dos dirigentes das mais importantes instituições da sociedade portuguesa?

Sem hesitação, respondo: A Maçonaria! Atento e com pertinência, observo: que consciência pode ter o Zé-Povinho deste estado de coisas?

Durante bastante tempo a profunda ligação da Maçonaria ao Poder era iludida, às vezes negada. De há quase dois anos a esta parte (curiosamente, desde o lançamento da minha obra “A QUINTA LUSITANA”) três altos responsáveis investidos no grau de grão-mestre, dos três clãs maçónicos mais influentes no nosso país, não só confirmam as ligações como admitem que a Maçonaria sempre teve elementos nos governos de Portugal. E neste ponto, os portugueses se confrontam com aquilo que designo como o grande mistério do século vinte ocorrido na vigência do Estado Novo, de Oliveira Salazar. As ligações da Maçonaria com Oliveira Salazar ou vice-versa. Deveras surpreendente que, focado este mistério na minha obra “A QUINTA LUSITANA”, ninguém se deu ao cuidado de o comentar ou dar-lhe a devida importância. Sequer pesquisar. Muito menos, negá-lo. Porquê?

E lanço outra interrogação:

Em vista disso, como se justifica que o general António Óscar de Fragoso Carmona tenha sido Presidente da República Portuguesa desde 29 de Novembro de 1926, até à data da sua morte em 18 de Abril de 1951? Precisamente, um mação que teve nas suas casas civil e militar vários membros da Maçonaria. Enquanto o regime do Estado Novo, de Oliveira Salazar, fazia uma publicitada repressão sobre as associações maçónicas. Inclusive, obrigando os candidatos a concursos para preenchimento de funções públicas a declararem, em papel selado, sob compromisso de honra, que não pertenciam a qualquer sociedade secreta. Outra circunstância intrigante foi a de nas eleições de 1949 ter havido dois candidatos filiados na Maçonaria: o general António Óscar de Fragoso Carmona e o general José Maria Mendes Norton de Matos – o qual veio a desistir da corrida eleitoral dias antes do acto eleitoral. Até se deu a particularidade da União Nacional (partido único, de suporte ao governo de Salazar) ter distribuído, profusamente, cartazes com a fotografia do grão-mestre da Maçonaria, general Norton de Matos, envergando o avental, o colar e outras insígnias maçónicas. Disso, a situação se aproveitou para denegrir a imagem do distinto general que prestou relevantes serviços à Pátria, tendo sido justamente promovido a general por distinção.

(Um parêntesis - Arrisco esta afirmação: jamais, em qualquer órgão de comunicação social, se mencionou a coincidência das duas candidaturas, Óscar Carmona e Norton de Matos, serem da mesma matriz maçónica. Um enigmático tabu… que ora é quebrado.).

A propósito:

A D. Eulália e os leitores saberão que o general Norton de Matos, como Alto-Comissário de Portugal em Angola, desenvolveu uma notabilíssima obra naquela colónia? Mais: que foi ele, ainda no final da década dos anos quarenta (1946 ou 1947), o autor da ideia – que explanou no decorrer de uma entrevista à revista “VIDA MUNDIAL” – de transformar a república corporativa vigente na época, num Estado unificado de nações lusíadas (as colónias) no seio do qual a Metrópole perdia o seu estatuto de preponderância e tutela. Estado, Portugal, que teria a capital numa cidade de Angola, por nesta colónia, Norton de Matos, considerar localizado o seu centro geográfico. Oliveira Salazar fez orelhas moucas a tal sugestão. Ocorre questionarmo-nos: Como teria evoluído esse Portugal se Salazar tivesse aceitado a ideia? Qual seria, na actualidade, o quadro político em que encaixariam Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Damão, Diu, S. Tomé e Príncipe e Timor?

Retomando o fio à meada, anoto que também os governos de António Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano integraram membros da Maçonaria. Entre eles os mais destacados terão sido o contra-almirante Sarmento Rodrigues e o professor universitário Veiga Simão. Por conseguinte, algo permanece obscuro neste quadro de relações entre o Estado Novo, Oliveira Salazar, Marcelo Caetano e a Maçonaria.

O que isto, de especial, da Maçonaria, nos lembra? Aquela situação de família precavida face a todas eventualidades, que distribui filiações de pai, mãe e filhos, pelos maiores partidos, de maneira que (graças a Deus… e com dispensa de indulgências da Nossa Senhora de Fátima) está sempre usufruindo relação privilegiada com o Poder, qualquer que seja a cor política preponderante.

Caríssima D. Eulália,

já que estou numa onda de revelações aqui vai mais uma relacionada com o antecessor do actual presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Os leitores recordam-se do espanto que causou o lançamento da candidatura de Jorge Sampaio à presidência da Câmara Municipal de Lisboa? Pois quem fez a opção entre Jorge Sampaio e João Soares foi o Grande Oriente Lusitano. Ao tempo, este clã maçónico decidiu, de forma imperativa, avançar os nomes do fraternal Jorge para presidente e do fraterno João como vice-presidente, com a promessa de o filho de Mário Soares substituir, na presidência da autarquia, o autarca Jorge Sampaio quando este se candidatasse à Presidência da República, como veio a acontecer. Na altura, muito se especulou sobre a “lembrança” de Sampaio de ir para a presidência da câmara lisboeta. Porém, nem uma palavra de referência ou comentário sobre este processo maçónico de sucessão de currículos presidenciais foi dita ou escrita nos meios de comunicação social. Uma omissão que não surpreende gente bem informada, visto que os mais importantes jornais, rádios e televisões, estão rigorosamente controlados pelas maçonarias; as quais, dispõem de peões colocados estrategicamente nas direcções e redacções com a missão de zelarem pelo uso e abuso do crivo de uma rígida censura posta ao serviço dos interesses das respectivas seitas maçónicas. O mesmo aconteceu com a candidatura de Mário Soares na última eleição para a Presidência da República. Outrossim, com a candidatura de Manuel Alegre igualmente beneficiada com a “compreensão” e o “discreto” apoio da Maçonaria. Esta, espertalhona, a jogar em dois tabuleiros…

Face à perspectiva de desfecho triunfal da corrida, de doze anos, de Cavaco Silva para a meta do palácio de Belém, orientada e apoiada pela Opus Dei, o Grande Oriente Lusitano tomou a arrojada opção de arrastar Mário Soares para a candidatura presidencial. E as coisas se foram ajeitando meticulosamente para alcançar esse objectivo. Realce para a série de entrevistas de Mário Soares na SIC com o jornalista António José Teixeira e as suas crónicas semanais no “Expresso”; umas e outras, destinadas a manter o fundador do PS na ribalta e a conservar a chama viva da popularidade até à data do lançamento oficial da candidatura. Do mesmo modo que sucedera com Jorge Sampaio - no meio do alarido suscitado e das mil considerações que se teceram sobra a insólita atitude de Mário Soares de dar o dito de basta para o exercício de cargos políticos, por não dito – nem a mais singela e tímida observação se leu ou ouviu sobre o motivo determinante da iniciativa, que parecendo pessoal teve, de facto, origem no ambiente do grande templo do triângulo, do compasso, das pranchas e de outras grandes coisas e loisas. Depois, todo o processo eleitoral se desenrolou a mando da sociedade secreta. Sobre esta matéria fez-se silêncio absoluto. Em evidência, mais uma vez, a famosa discrição maçónica. Sempre ela, sorrateira, omnipresente, a manejar os cordelinhos por baixo da mesa da República…

Depois, importa não esquecer que hoje, em Portugal, prevalece um clima de medo. Os cidadãos têm receio das represálias dos detentores dos poderes central e local. As pessoas são avaliadas segundo a premissa dualista: É dos nossos? Tudo bem! Não é dos nossos! Portanto, fora com ele! Que vá para os infernos! Para todos os efeitos, sujeito caído nas más graças da fraternidade: Está “lixado”! No mínimo, insultado. Garantido que sujeito a processos de intenção. E muita gente julga que tal dicotomia somente se põe relativamente aos partidos. Incorre num terrível engano! Porquê? Pela razão de os partidos estarem dominados pelas seitas maçónicas. O que mais complica as coisas.

Agora, em Portugal, o maior tabu é a Maçonaria. À semelhança dos tempos da PIDE as pessoas antes de pronunciarem tal palavra olham, receosas, em redor. Também, de imediato, surge a interpor-se na conversa a recomendação em voz baixa: Cuidado! Não se meta com essa gente. E se até alguns maçãos, amigos (que nem já o são tanto como eram antes do lançamento de “A QUINTA LUSITANA”), sentem constrangimento e balbuciam a condição da obediência, tenho de me interrogar e colocar as maiores reservas sobre os verdadeiros fins e a utilidade cívica de uma organização que inspira tanto temor e se reserva tamanhos disfarces e secretismos. Além de se conhecerem, da parte da Maçonaria, casos de acintosas intolerâncias, de torpes proteccionismos, de indecentes promoções, de incríveis actos de desforço, de inadmissíveis perseguições.

Para terminar, insisto numa questão pertinente. Perpassa pelo País um clamor de contestação às acções governativas. Aliás, numa continuidade que vem de longe. Porque os tempos sempre foram de vacas magras e de promessas nunca cumpridas por gente desqualificada. Um dado é comum a todas as épocas governativas: os governantes recrutados nos diversos partidos, os políticos, os deputados, todos são as almas danadas das nossas desgraças. Certo! Igualmente, “todo o mundo” distraído, confuso, absorto no demasiado óbvio e primário, bate neles. Não poupa nenhum dos vários grémios partidários.

Mas, caramba! Se a Maçonaria confessa que detém o Poder em Portugal e isso nós sentimos a toda a hora e nas mais diversificadas circunstâncias, por que demoníaca razão não há em Portugal alguém que levante a voz e grite: Alto lá! Sejamos directos e precisos! Peguemos o touro pelos cornos!

Pois a Maçonaria, sendo ela o Poder, e estando sempre nos governos de qualquer cor política, tem – inegavelmente - enormes responsabilidades, que se vêm acumulando ao longo das sucessivas legislaturas, em tudo aquilo que concerne às deploráveis condições de vida dos cidadãos e à degradada situação político-social que estamos suportando.

Então, por que é, a Maçonaria, estranhamente, poupada às críticas? A ela não se lhe pedem responsabilidades? Continuamos a aceitar, displicentemente, que ela actue e se esconda, sem responder pelos seus actos? Por que não condená-la no tribunal da opinião pública?

Aqui há gato! Ou um grande animal parecido - o temível leopardo?!...que andará por aí, na nossa selva urbana, sem o rabo de fora, incólume, disfarçado…

Estimada D. Eulália

Associado às presentes considerações deixo-lhe o retrato de um País, de um Estado e de uma Nação, nossa amada Pátria, “colonizada” e subjugada por duas organizações internacionais: a Franco-Maçonaria Universal e a Opus Dei (“Maçonaria Branca” ou a "Santa Mafia) – que, neste escrito, englobei na designação genérica de Maçonaria.

Ou seja: o retrato da triste e preocupante realidade de Portugal!

Envio-lhe um abraço.

Brasilino Godinho