Estimadas senhoras,
Caros senhores
Permito-me a iniciativa de vos apresentar a minha crónica sobre a “grande” entrevista dada pelo grão-mestre do “Grande Oriente Lusitano”.
Atendendo à existência de um “silencioso processo revolucionário maçónico em curso” em Portugal e considerando a sucessão de entrevistas dos grandes maçons, dadas à estampa nos dois últimos anos, que nele se enquadram, julgo que haverá interesse em conhecer este texto sem tabus.
Eventualmente, alguns de vós ficarão desagradados…
Paciência! Decerto, que o autor não pode agradar a todos…
Com esta disposição de tolerância para com os aborrecimentos alheios, me despeço cordialmente.
Brasilino Godinho
Um texto sem tabus…
AS “GRANDES”, CORRIQUEIRAS, DICAS…
DADAS PELO GRANDE MAÇON DO GRANDE ORIENTE LUSITANO, NA “GRANDE” ENTREVISTA A UMA “GRANDE” REVISTA…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
1- Na comunicação social alfacinha – não confundir com a portuguesa - está enraizado o hábito de se aceitarem as declarações dos entrevistados e os textos dos comentadores da rotina institucionalizada na capital do ex-Império, como se fossem expressões da verdade absoluta; sem suscitarem quaisquer reparos ou correcções; pese, embora, o facto de em muitas delas constarem refinadas mentiras, untuosas meias-palavras ou representarem graves distorções da realidade que induzem em erro os leitores.
Nesse vasto domínio do faz-de-conta há grandes especialistas. Alguns, agem com subtileza. Outros, manifestam cinismo. Bastantes, comportam-se sem vergonha. Geralmente, uns e outros desdenham da Ética. Inúmeros, sendo lobos ferozes, disfarçam-se de inocentes cordeiros. Deste modo, a sociedade portuguesa, tradicionalmente submissa e aberta a aceitar tudo aquilo que a colonização do poder lisbonense lhe impinge, fica prejudicada na definição da escala de valores que, uma vez estabelecidos, lhe dariam suporte e firmeza de afirmação e vivência. Lesada, porquê? Porque, atordoada na ilusão e embalada no engano, confundida, se deixa arrastar para a incorrecta avaliação das políticas, dos factos e das situações criadas ao sabor das circunstâncias, da influência e fama dos protagonistas dos espectáculos desenrolados à boca de cena do teatro-circo, que continuadamente funciona por aquelas bandas do Rio Tejo (com esporádicas incursões ao interior da Província), à vista desarmada dos indefesos cidadãos deste país.
Logo, mais complicada fica a deplorável situação que aflige a maioria da população lusa.
2 – O título desta crónica é grande. A condizer com a Maçonaria. Nesta organização nada é pequeno. Tudo é grande. A começar nos grandes segredos. Note-se que há milhares de maçons que levam dezenas de anos de "obediência" e chegam a morrer sem os conhecer. Os quais somente são conhecidos dos grandes dirigentes instalados no topo da hierarquia,
A "grande" entrevista do grão-mestre do Grande Oriente Lusitano à revista "Única", edição de 05 de Maio de 2007, não sendo, provavelmente, uma rica entrevista – porque nem terá sido paga – é, sem margem para dúvidas, uma entrevista rica…
Entrevista rica (dir-se-ia talhada a compasso e esquadro), porquanto bastante recheada de páginas, de fotografias e de dicas interessantes, reveladoras ou confirmativas da maneira de ser maçónica. Também, dicas repetitivas e contraditórias. Sem trazerem nada de novo ao público.
No entanto, lida com atenção e relida nas entrelinhas, depreende-se que a entrevista em causa terá sido trabalhosa e complexa… apesar de razoavelmente entretecida. Deu para perceber que o grande maçon estava radiante. E teria motivos para isso. Não é frequente que um entrevistado tenha a sorte de deparar com uma entrevistadora que lhe proporciona, com invulgar facilidade e acerto no alvo: a fluência, a oportunidade das declarações e, até, a subtil impressão da espontaneidade ou do improviso… Fosse por intuição nata, inspiração do Grande Arquitecto do Universo, dom preternatural ou outro indeterminado mecanismo de elaboração mental, o certo é que a jornalista demonstrou saber pormenores da vida pessoal do entrevistado que deixam alguns leitores surpresos e a cogitar sobre tão misterioso conhecimento. Todavia, para quem não anda a leste do "paraíso maçónico" e se arroga a obrigação de ser objectivo, o caso de tamanha vidência da jornalista apresenta-se bem definido nos seus verdadeiros vectores funcionais. Sem necessidade de aqui ser esmiuçado.
Citámos as fotos. Que beleza! Grão-mestre e seus adjuntos, ostensivamente, garbosos; envergando, radiantes, os aventais pirosos; exibindo, ufanos, os colares bordados; mostrando, calçadas ou pegando, as luvas brancas; adornados dos punhos de renda; sentados e em pé, a posarem para a objectiva do fotógrafo, sem se rirem… de si próprios. Deixando aos leitores essa descontraída reacção… Sem dúvida, desperta pelas encenações ridículas.
A jornalista destacada para o serviço à fraterna associação inicia a entrevista anotando que ao entrar no Palácio Maçónico e o mero facto "de pisar solo quase proibido, mete respeito". Diz ela: é "a aura de mistério". Esta, uma imagem esotérica, feliz, irresistível, a condizer… A simpática jornalista, a esta hora, se calhar já está apanhada da doença maçónica… Mal terrível, sem cura… Que o "Grande Arquitecto do Universo" a tome à sua guarda e protecção…
Naquele conjunto de fotografias e do relato da jornalista que serve de introdução à entrevista ressalta o ambiente sombrio, carregado de tons escuros. Uma atmosfera soturna. Parece uma antecâmara funerária. Não se vislumbra uma nota de vida, Nada sugere momentos de alegria. Tão-pouco espaços de claridade. Tudo aquilo é tétrico! Doentio! Bafiento! Medonho! Quiçá, um lugar onde se cantam maus fados…
E já que fizemos referência ao conhecimento de particularidades da vida pessoal do grão-mestre, demonstrado pela entrevistadora, vale a pena mencionar algumas delas.
Surpreendentemente, a jornalista sabia que: a) - o grão-mestre António Reis entrou para a Maçonaria há dez anos; b) - há dois anos foi eleito grão-mestre; c) - adoptou um nome simbólico; d) - era católico. E supremo requinte de conhecimento sobre a personalidade em foco: e) - que ela "tinha chegado a querer ser cardeal".
"Não fazia a coisa por menos" – respondeu o Dr. António Reis. Quer dizer: já nessa época ele sentia a propensão das grandezas. Começava a revelar-se o embrionário espírito maçónico do futuro grande maçon. Facilitado pela avaliação de ser demasiado complicado subir ao patamar de cardeal da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. Acabou em grão-mestre do Grande Oriente Lusitano. Pelos vistos, supremo posto hierárquico de fácil acesso a quem for bem apadrinhado por um grau superior e muitíssimo assíduo às liturgias do templo…
Quanto aos conteúdos das questões abordadas na entrevista é notória a utilização pelo entrevistado de uma linguagem melíflua com o frequente recurso aos subterfúgios. Evidente a preocupação de exaltar as regras maçónicas e negar as evidências do secretismo e do poderio exercido na sombra sobre todos os sectores da sociedade.
Digamos: É predilecção comum dos "irmãos" a exaltação, incessante, do papel da Maçonaria na sociedade portuguesa (segundo a sua interesseira visão) e da apetecida superioridade ética do pretenso escol em si configurado, que se bateria pelos valores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. Com o maior voluntarismo elogiam-se excessivamente, sem reservas de pudor; "esquecendo" que o elogio em boca própria é vitupério. Deliberadamente, refugiam-se no eufemismo da discrição nas actividades e na ocultação da identidade maçónica, em contraposição ao mistério, secretismo e efectivos fins obscuros que prosseguem. Assim, demonstram fingimento de qualidades para ocultar os defeitos e minimizar consequências embaraçosas ou cominativas – o que é facilmente apercebido pelos cidadãos dotados com um mínimo de formação cultural.
Expressões como as que constam na entrevista: "Não é uma sociedade fechada nem secreta"; "Senão, também a sua capacidade de influência seria diminuta, estaria ao nível de uma pequena seita – e não há nada de mais contrário à maçonaria do que o espírito de seita".; relevam uma inqualificável hipocrisia e grande descaramento. Também, é uma afirmação de humor negro. Engraçada… Daria para rir se não fosse uma tirada de péssimo gosto, de profunda ofensa à inteligência do vulgar cidadão e de nula veracidade.
Sejamos claros e directos: Em Portugal, está instalado um regime maçónico. Todas as estruturas do Estado (incluindo o Governo) e da sociedade civil estão dominadas pela Maçonaria. Relata-nos a História que a Maçonaria e a Opus Dei prosseguem objectivos inconfessáveis. Sempre escondidos ou iludidos com recurso a retóricas inconsistentes. Aliás, anote-se que as políticas aplicadas, com as sentidas e gravíssimas consequências no dia-a-dia para a maioria dos portugueses, estão em consonância com a doutrina maçónica. Por isso os portugueses quando responsabilizam os políticos e os partidos deviam, sobretudo, responsabilizarem a grande preceptora de uns e outros: a Maçonaria.
3 - Terminamos com uma observação: É preciso ter uma grande lata para o grão-mestre do Grande Oriente Lusitano afirmar que os maçons "se entreajudam no respeito pelas regras legais e sem prejudicar ninguém" (o sublinhado é nosso).
Interrogamo-nos: O grande maçon terá dito esta frase sem esboçar um sorriso cínico?
Mais comentários?
A realidade sendo, infelizmente, aquilo que é, dispensa-os!
Fim
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal