Estimadas senhoras,
Caros senhores
Aqui, ao abrigo da vossa condescendência, as SARAIVADAS.
Esta semana o nosso virtual companheiro Saraiva apresenta-se:
a) - às voltas com o trabalho que liberta...
b) - e "embalado" ao tom do “bailinho” da Madeira do famoso caudilho madeirense.
Cordiais saudações.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS…
Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema 1 – O trabalho d’O elogio do trabalho…
O recente escrito de José António Saraiva intitulado “O elogio do Trabalho” começa com a evocação da legenda “O trabalho liberta” que estava fixada nas entradas dos campos de concentração e extermínio da Alemanha nazi; a propósito da citação feita por Paulo Portas numa sessão de propaganda eleitoral na Madeira.
Tendo o regressado chefe PP do PP (Paulo Portas o dono e Partido Popular o possuído), sido acusado de nazi, Saraiva sem deixar de acentuar que nunca o defendeu achou por bem, agora, vir assumir as dores do irrequieto político. Caso para se dizer que amores da iniciada colaboração no jornal, com amores de companheirismo na cruzada jornalística e de retribuição se pagam… Sem esquecer o pilim que escorre na avença mensal…
O director, José António Saraiva, naturalmente assoleado, acrescentou imbuído de um espírito contemporizador que “pensa exactamente o mesmo: o trabalho liberta”.
O assunto que Saraiva deixa em aberto é que pondo, embora, de lado a interpretação macabra que lhe era dada pelos sequazes de Hitler, não presta informação sobre o que é que o trabalho liberta.
Vejamos.
O trabalho: Torna livre quem ou o quê? Solta prisioneiros de guerra? Os encarcerados nas cadeias? Os humores? Os recalcamentos? Os ódios de estimação? As flatulências? Quem? Ou o quê? Desobriga de que compromissos, vínculos ou deveres? O que torna quite? O que alivia de encargos, de maus hábitos ou de constrangimentos? O que é que ele desobstrui? Para além das canalizações das redes de saneamento básico e o trânsito o que será mais desobstruído pelo trabalho?
Moita-carrasco! Saraiva não perde o hábito de ficar-se pela superficialidade das coisas. Não vai directo à essência delas. Até parece cultivar a preguiça mental. E quem for seu leitor que se acomode ou desista de lhe prestar atenção. Sim! Leitores de Saraiva, sofrem… Decerto, fazendo jus a reconhecimento público do “presidente de todos os portugueses”; sem exclusão dos malqueridos e pior tratados pelos “homens livres e de bons costumes” que, fervorosamente, no sentido colectivo desgovernam a Nação e a título individual nos vão chagando a paciência e maltratando a saúde…
Apesar de exercer o jornalismo Saraiva confessa: sempre que posso meto-me nelas… as obras. Sendo arquitecto de formação não causa estranheza. Talvez uma coisa melhor do que fosse o contrário: elas, as obras, meterem-se nele ou com ele. Pois, neste caso, seria ele a deixar-se dominar e não o dominador e acompanhante orgulhoso da obra idealizada. E como gosta muito de obras e tem a inclinação aí está ele a sentir-se útil, a achar-se importante para os outros e a considerar que tem valor acrescentado para a sociedade. E sustentado – como se diz correntemente…
E tanto assim é que nos confidencia: “falo muitas vezes aos meus jornalistas em alegria no trabalho”. Ficámos surpresos e incrédulos. Também, algo preocupados em relação a eles. Saraiva considera-se proprietário dos jornalistas que trabalham com ele? Não será uma ironia desconcertante que uma pessoa com um semblante carregado e expressão bastante triste fale em alegria aos seus colaboradores mais directos? Que respostas dos jornalistas aos apelos de Saraiva? Qual trabalho produtivo, alegre, entusiástico, prazenteiro, consequente da “alegria contagiante” facultada pelo sorumbático Saraiva?
Porém, o artigo tem passagens de interesse e tece considerações pertinentes sobre a valia do trabalho e constitui-se como um elogio bem conseguido ao trabalho.
Queremos: assinalar com muito agrado os dois últimos parágrafos que transcrevemos: “No meu primeiro emprego, no ateliê do arquitecto Manuel Tainha, de início não ganhei ordenado. E quando comecei a recebê-lo, por insistência do “patrão”, tinha problemas de consciência – por entender que ainda estava a aprender a profissão e, por isso, deveria pagar em vez de receber. Será isto humildade? Será ingenuidade? Julgo que não – apenas a consciência de que através do trabalho nos valorizamos e que o dinheiro não é o mais importante na vida”.
Estamos de acordo que não humildade; nem ingenuidade. Apenas uma visão acertada da vida e a correcta valorização do trabalho. Igualmente uma lição a aproveitar por todos e, sobretudo, pelas novas gerações.
Aplaudimos as atitudes focadas.
Mas deixamos o registo de não esquecemos que José António Saraiva integra o grupo dos censores que, nos meios de comunicação social, praticam a censura à socapa. E Saraiva sabe que não escrevemos de cor ou por termos ouvido informações de terceiros.
Enfim, a natureza humana é fértil nas desconformidades…
Tema 2 – A “impressão” que sempre acompanhou Saraiva…
No início do artigo equívoco intitulado “O paradoxo da Madeira” José António Saraiva revela-nos que Alberto João Jardim sempre lhe fez lembrar alguém ou alguma coisa.
No segundo parágrafo escreve: “Durante anos essa impressão acompanhou-me, sem que conseguisse materializá-la”.
No terceiro parágrafo: “Até que um dia destes, exactamente na véspera das eleições na Madeira encontrei a resposta que há tanto tempo procurava: Jardim fazia-me lembrar um senador romano”.
E no quarto parágrafo este mimo: “Um daqueles senadores anafados e rezingões dos livros de Astérix”.
Este tipo de considerações é um hábito de José António Saraiva. E mais que hábito será pecha.
No caso vertente, o Jardim da Madeira “sempre” lhe fez lembrar alguém ou alguma coisa. Quem? Um senador do Império romano? Não! O que Saraiva idealizou foi um daqueles senadores personagens dos livros de Astérix. Assim, de uma penada, o arquitecto-jornalista Saraiva desvalorizou o caudilho madeirense e a realidade histórica do mundo romano.
Na referência do articulista nota-se a incongruência de duas afirmações que não encaixam. Na primeira diz que a impressão era de sempre, depois, no parágrafo seguinte, já restringe o tempo de duração da mesma. Teria sido só durante anos. Que ideia resta para o leitor: a de perenidade ou a da temporalidade restrita?
Além de outro problema que afecta o jornalista Saraiva. É que ele passa largas temporadas a pensar em coisas e loisas sem conseguir “materializá-las”. Uma desgraça! Quando isso consegue já é tarde e a más horas… Como parece ter sido há semanas “na véspera das eleições na Madeira”. Logo naquela fatídica altura havia de acontecer “exactamente encontrar a resposta que há tanto tempo procurava”. Que chatice! Tantas labutas, incessantes procuras, sofredoras angústias, os anos a sucederem-se e nada de concomitante, de objectivo e decorrente reverte daquela entorpecida imaginação. Lá paciência e resignação tem a rodos o Arq.º Saraiva. Ninguém lhe pode negar essa característica da sua rica personalidade. Mas que faz impressão aos indígenas lá isso nem se pode negar…
Na introdução do tema em causa classificámos de equivoco o texto de Saraiva. Porque, ao contrário daquilo que defende, o problema das eleições na Madeira não se coloca na dicotomia “das duas, uma”.
A verdadeira questão põe-se noutros dois planos: o cultural e o circunstancial. Tal como sucede no Continente enquanto houver défices de educação e cultura nas populações estas estarão à mercê da exploração e manipulação dos grandes demagogos e das forças que os apoiam ou os determinam. Quanto mais iletrados e incultos forem os indígenas mais facilmente serão arregimentados e espoliados dos seus direitos de cidadania.
No que concerne às particularidades políticas e sociais da Madeira estamos perante um quadro de uma ditadura partidária legitimada pelo sufrágio popular alcançado através da enorme preponderância de uma abrangente estrutura político-administrativa da qual depende economicamente grande parte da população. Assim estão criadas relações psicológicas de subordinação e reconhecimento pela entidade patrão. O qual é, aos olhos do povo, o habilidoso Alberto João Jardim. Ele é a face visível do Poder a quem inúmeros cidadãos devem respeito, obediência e gratidão. Outrossim, agradecimento e aplauso pelas muitas e grandes obras públicas realizadas durante os seus mandatos. O caudilho madeirense, neste aspecto, teve mérito.
Daí, as eleições na Madeira terem os resultados facilmente previsíveis
Para destemperar o discurso também faremos coro com o articulista Saraiva: as eleições da Madeira e a vitória de Alberto João Jardim só tiveram o efeito de acirrar os ânimos lá e cá. O resto é conversa fiada… Sem dúvida: foi mais um desperdício de milhões de euros desencadeado sob o pretexto de eles faltarem à Madeira.
Fim
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