ACONTECE-ME!...
Brasilino Godinho
30 de Julho de 2021
Quando nasci, obviamente sem então me aperceber, tive muita sorte: o meu nascimento ocorreu numa família de exemplar formação moral e mui fraterna. Sem meios de fortuna, mas que cultivava os valores de harmonização humana e era seguidora de edificantes princípios que, sobremodo, acatava com rigor e determinação.
Naturalmente, sem sobressaltos e desvios censuráveis pelos critérios atinentes aos preceitos morais e éticos vigentes à época, fui - no seio da família - sendo educado e nela se processou a formatação/sedimentação do meu carácter. Tratou-se de um enriquecimento espiritual que se manteve latente ao longo da minha extensa vida de quase nonagenário.
Dele tenho feito uso e aplicação que, felizmente, são reconhecidos por muita gente de bem.
Uma das facetas da minha personalidade e de que bastante me orgulho é a de respeitar o próximo e de proceder com esmero educativo para com toda a gente.
Talvez por, neste tempo, tal maneira de ser e estar em comunidade nativa ser relativamente depreciada e tida como algo de dispensável no tecido social incorporado na portugalidade, a ponto extremo de ela andar por aí perdida pelas ruas de muitas amarguras colectivas e dos imensos desnaturados procedimentos individuais, vão ocorrendo atitudes que desgostam o cidadão íntegro que sou e me levam a cometer o “pecado” – face à mentalidade prevalecente – de lhes atribuir o carácter de falhas pouco condizentes com o normativo cívico, ético e moral, que reputo essencial existir na grei portuguesa.
E para não me alongar mais em considerações tão molestas para as numerosas criaturas sempre lançadas no rumo do desvario e de todas as modernaças e obscenas superficialidades da vivência com que se contemplam em todos os momentos; apontarei um exemplo que dir-se-á ser de natureza simples mas de muito significativa textura.
De vez em quando acontece que envio correspondência e mensagens reportadas a meu interesse pessoal e dirigidas a pessoas que considero com apreço e que, nem sequer, me acusam a recepção das mesmas. Tomo tal atitude como desconsideração. E, neste ponto, também sinto a tentação pecaminosa de retribuir a desconsideração. Porém, não “peco” pela forte razão de em mim sobrelevar o reconhecimento pelas atenções anteriormente tidas para com Brasilino Godinho; as quais, a sobreporem-se definitivamente à desconsideração de que, nessa altura, ele está sendo alvo.
Esta a pública comunicação da forma de relacionamento brasiliano com o semelhante a traduzir o hábito de Brasilino Godinho nunca deixar sem resposta todas as mensagens que lhe são dirigidas e que sempre agradece. Excepto as cartas anónimas. Essas vão directamente para o lixo.
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