UMA ORIGINALIDADE CONFRANGEDORA
E REPULSIVA DO ESTADO DE PORTUGAL
Brasilino Godinho
25 de Julho de 2021
A Assembleia da República na sexta-feira p.p. encerrou actividades. Os deputados iniciaram o gozo de férias.
Está assim criada a oportunidade para tomarmos consciência da invulgar situação funcional em que ela se encontra. Porventura, um caso único no mundo civilizado.
Ou seja: a Assembleia da República é presidida por um indivíduo que se está cagando para a Justiça e seus segredos específicos - segundo ele próprio informou em tempo não muito recuado. O que decerto, vergonhosamente, emporcalha e empesta o meio ambiente em que está ocasionalmente envolvido.
Nada mais desonroso do que a segunda figura da hierarquia suprema da República Portuguesa, expondo-se sem sentido de responsabilidade de Estado, ter tão obscena e indecorosa conduta, de deseducação, de desrespeito pela Justiça, tremendamente lesiva da Ética, e desvirtuadora de elementares deveres cívicos.
Ó gentes! Reparai quão deveras é lamentável o facto de que nem um único deputado tenha manifestado repúdio por partilhar assento com tal desclassificado presidente, num auditório que dir-se-ia ser dignamente representativo do povo.
É uma aberração do sistema vigente com a qual se acomodam os parlamentares e também, infelizmente, uma sociedade demasiado condescendente que abstrai a imperativa dignidade nacional.
Infelicidade reflexa do patamar de degradação geral (considerando um todo de usos, costumes, deseducação, irresponsabilidade/impunidade, corrupção, clientelismo, ilegalidade, fanatismo partidário e clubístico, manipulação de consciências, iliteracia e exploração oportunista) a que se chegou na Nação Portuguesa.
Afinal, para efectiva desonra nacional - que nem pode ser iludida com expedientes falaciosos - trata-se de UMA ORIGINALIDADE CONFRANGEDORA E REPULSIVA DO ESTADO DE PORTUGAL.
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