NESTE DIA
Há 1 ano
26 de Agosto de 2019
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A APETÊNCIA BRASILIANA E
A EXCEPÇÃO CONFORMISTA
Brasilino Godinho
As pessoas que mais de perto lidam comigo, principalmente aquelas que, pela sua intrínseca condição de mulher são lindas e cativantes flores, dotadas de apurada sensibilidade e fina percepção de estados de alma masculina, sabem de ciência certa ou já, laboriosamente (…) se aperceberam que tenho grande, (direi mesmo: enorme) apetência pela companhia feminina. Apetência que redobra de intensidade, se ela for adornada de deslumbrante estrutura firmada em conformidades várias: estonteante beleza física, superior funcionalidade intelectual, excelente carácter e boa formação moral.
Mas talvez ignorem que este meu peculiar vigor de expressão sensorial relativo ao esplendoroso e eterno feminino, confronta existência assídua de um elemento masculino; ao qual, me encontro bastante ligado – diga-se desde já, sem sombra de quaisquer pecados…
Aliás, até se dá o caso de ele ter a virtude e o bom senso de não manifestar ciúmes, nem constituir obstáculo à mantença da minha predilecção pelos magníficos ornamentos da Natureza que são as belas flores da maior veneração da criatura brasiliana.
Aqui, entre nós, sem escândalo público, vos digo: ainda bem que o sujeito é sensato. Não o sendo e logo seria “despachado” a extrema velocidade para o fundo do Inferno…
Perguntará o leitor: quem é esse “animal”?
Num pronto, formulo a revelação: o meu computador portátil Toshiba.
Ele, meu prestimoso colaborador. Japonês, naturalizado português, dominando a nossa língua, de porte atlético, está activo diariamente: de manhã, à tarde e à noite. Só descansa algumas horas de madrugada – poucas, para não criar maus hábitos de preguiça…
Todavia, porque não sou egoísta nem tenho prática de exploração do trabalho de outrem e por, generosamente, me ter dado a mim mesmo oportunidade de lúcido altruísmo e correlativamente intuir que o dedicado colaborador talvez desejasse repousar um pouco mais do que as pausas das madrugadas, decidi que nos precedentes três dias da minha ausência, era boa altura de o deixar em paz e sossego no seu “habitat”.
Agora, regressado, apresso-me a informar os leitores - eventualmente, mais preocupados com o bem-estar do meu colaborador japonês Toshiba, do que propriamente com o Brasilino Godinho - de que pressinto que ele me está grato e predisposto a forçada e esforçada participação nas tarefas que partilhamos no quotidiano.
O que me deixa feliz e contente...
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