Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, agosto 20, 2020

 

NESTE DIA

há 2 anos

 

169. Apontamento

Brasilino Godinho

20/Agosto/2018

 

O MISTÉRIO DO BOM CANÁRIO

QUE, DE LIVRE VONTADE,

VOLTOU À SUA GAIOLA

 

É dado adquirido que um idoso tem uma larga colecção de histórias para contar. Pela parte que me diz respeito até acresce que algumas são extraordinárias. Ultimamente, tenho publicado algumas Há instantes, lembrei-me de uma impressionante que se passou com o meu pai, na década dos anos dez, do século XX, cerca da cidade de São José dos Campos, actualmente integrada na grande S. Paulo, Brasil.

Na casa do meu avô paterno existia um canário que era uma ave de grande estimação do chefe da família. O meu pai tinha a seu cargo a alimentação do pequeno animal e a limpeza da sua gaiola.

Um dia o meu pai ao fazer a limpeza da caixa gradeada teve a infelicidade de deixar escapar o canário. Nem imaginava as consequências do seu involuntário descuido. À noite, chegado a casa, e após tomar conhecimento da dramática ocorrência, o Manuel Godinho, meu avô paterno, ficou fora de si e aplicou uma grande tareia ao adolescente, seu filho, António Godinho. Mas foi mais impiedoso e longe no castigo; proclamou em voz estridente que jamais lhe daria a bênção e não mais falaria com ele. Decisão terrível! Naquele tempo havia o hábito de todos os dias de manhã e logo no primeiro encontro, o filho aproximava-se do pai e com profundo respeito quase se ajoelhava e pedia ao progenitor que lhe desse a bênção. Esta não ser concedida era algo humilhante e profundamente traumatizante. Era como um estigma de maldição que ficava gravado na mente da criança.

É de anotar que Manuel Godinho era pessoa de rígidos princípios, dotada de temperamento severo e bastante rigorosa nos procedimentos do dia-a-dia.

Pois nos dias seguintes nem bênção era concedida, nem palavras eram dirigidas ao filho; submetido ao ostracismo, como se não existisse.

Tal terrível situação manteve-se durante doze dias.

No décimo segundo dia registou-se um milagre: o canário regressou à gaiola. E logo, nesse dia o relacionamento entre pai Manuel e filho António voltou à normalidade, incluindo a distribuição da bênção matinal diária.

Explicação do fenómeno que teve como protagonista o canário? Até hoje, desde a data da ocorrência do retorno voluntário da ave, persiste o mistério.

Pois que o canário, enquanto vivo, optou por fechar-se em copas… E depois de morto deve ter devolvido a alma ao Criador…