483. Apontamento
Brasilino Godinho
15/Agosto/2020
MAIS UM OVO DE COLOMBO, AGORA
PARA ALIJAR RESPONSABILIDADES.
TAMBÉM MAIS UMA “PRECIOSIDADE”
DO MANHOSO LINGUAJAR GOVERNATIVO
Os distintos membros de ambos os sexos de seleccionados clãs familiares, os companheiros a dedo em riste escolhidos entre sectários grupos partidários, os fanáticos confrades operacionais das seitas mais ou menos irmanadas na adoração do Grande Arquitecto do Universo; que vemos colocados no elevado patamar da desgovernação nacional, podem ter várias carências, bastantes fragilidades, muitas inaptidões; mas numa vertente são, geralmente, grandes artistas e possuidores de inauditas capacidades de manipulação: qual seja, a de improvisarem esquisitas desculpas das bacoradas que proferem e das acções patéticas e danosas que cometem com a maior desenvoltura, escandalosa impunidade e a mais acentuada desvergonha.
Ainda há poucas horas tivemos, desse engenho bacoco e presteza saloia, demonstração inequívoca.
A ministra da Segurança Social, aparentando segurança num contexto de nula segurança formal, descobriu uma nova formulação palavrosa que é mais uma ofensa à inteligência do cidadão minimamente letrado e se apresenta como uma lança que é atirada ao bestunto de qualquer jornalista, tal e qual como se fosse uma Espada de Dâmocles apontada à sua cabeça pensadora.
E pense o jornalista o que pensar nunca deverá esquecer a fórmula engenhada pela ministerial figura, por ela, na sua inédita textura, ser uma ameaça latente com previsível uso no futuro por parte de algum ministro useiro e vezeiro a dizer disparates ou apanhado a circular em contramão no alargado campo de manobras da desgovernação do país.
A senhora, de cara muito sisuda, disse que a sua frase - tida como reveladora de insensibilidade face à gravidade da pandemia Covid-19 - foi “descontextualizada de forma grave”.
“Descontextualizada”… Que grande palavrão!
Palavra demasiado rebuscada. Quase se sufoca ao pronunciá-la,.. A respectiva audição assustará as criancinhas. E arrepia quem estiver desprevenido quanto à capacidade da pessoa ministerial sacudir água do capote sobre os jornalistas de modo a deixá-los encharcados e… precavidos de que não devem comentar e analisar as palrações das incríveis criaturas do (des)Governo.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal