Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, maio 26, 2020


431. Apontamento
Brasilino Godinho
25/Maio/2020

SITUAÇÃO DE PANDEMIA
UM TEMPO DE REFLEXÃO

01. A pandemia Covid-19 é um flagelo para a humanidade. Diria Senhor De La Palisse!
Precedendo algumas reticências e impressões de entidades governamentais, de que ela não teria acolhimento em Portugal, manifestadas durante os meses de Janeiro e Fevereiro do corrente ano, ei-lo que - repentinamente, desperto como se o fora de sono profundo, e disso dando conhecimento às massas através das aparições televisivas das duas senhoras da Saúde, com assento e altar na governação do País - o colégio da executiva administração central, presumidamente, a contragosto há decretado estado de emergência num Estado, Portugal, que, por sinal identitário, está sempre empalamado e nunca emergente, como seria se na condição de Direito. 
Passados dois meses a entidade governamental decretou o estado de calamidade pública.

02. Estados de emergência e calamidade que convergem numa comum disciplina, imposta em dois termos de acatamento pelos cidadãos: o uso de máscara e o confinamento.

03. A obrigação da máscara a envolver queixo, boca e nariz, de imediato gerou confusão nos espíritos e rejeições mais ou menos ostensivas. Viu-se isso logo nos governantes, parlamentares e políticos. Mais que quaisquer outros cidadãos, eles faziam gala em surgirem nas reportagens televisivas sem tais peças de resguardo e segurança.
Situação curiosa e que, aparentemente, passava despercebida aos jornalistas. Mas não passou a quantos portugueses estão atentos ao quotidiano da vida comunitária portuguesa e ao patético sentido artístico dos actores do circo político.
Era por de mais evidente que quem - como esses astutos membros da fina elite política que tanto afligem a sociedade portuguesa - todos os dias se apresenta por tudo quanto é sítio oficial ou lugar de diversão, mascarado de pessoa credível, solidária, competente, democrática, de boa reputação partidocrático, se julgaria dispensado de se mostrar com nova e recomendada máscara. Tanto assim se foi demonstrando constantemente, que o presidente da Assembleia da República, na véspera da celebração do aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974, declarou que não achava necessário que os deputados usassem máscara. De facto, por talvez uma única vez, sua excelência teve razão. Quase todos os parlamentares andam sempre mascarados como se estivem permanentemente festejando os carnavais das suas enriquecidas vidas.  Aliás, como sobreleva em vários sectores da sociedade, também muita e generalizada é a hipocrisia. O que também transpareceu em muita gente de anónima condição que obstinadamente rejeitou as máscaras, visto que delas faz uso diário.

04. A sujeição ao confinamento foi uma medida não muito cumprida pela população. Mas compreende-se que necessária e potencialmente a mais eficaz, visto que o contágio é feito por contacto pessoal ou com objectos manuseados por alguém infectado.
Bem apreciada esta caracterização do vírus, forma de transmissão e expedientes e meios de segurança a ter em atenção preventiva e de resguardo pessoal, até fica sugerido que se a Covid-19 teve ou tem algo de positivo, tal efeito se enquadra num aspecto utilitário: o de a sua consequência: a quarentena proporcionar tempo e oportunidade para reflectir sobre as condicionantes da vida pessoal e da vivência do colectivo dos cidadãos.
Era – é – oportunidade também para cada qual criar uma mentalidade verdadeiramente consonante com os princípios da Moral, da Ética, da Fraternidade, da Liberdade, da Igualdade e da Política.
Outrossim, tomarmos consciência de que a sociedade precisa de se renovar e que urge reformular conceitos e orgânicas político/administrativas por forma de a governação ser orientada no sentido de zelar prioritariamente o bem comum.
O Ser humano tem que se sobrepor a todas as ouras considerações, por muito importantes que elas sejam num contexto de comunidade.

05. Numa breve síntese: há que extrair da dramática situação que estamos vivendo, o único factor positivo (para além dos grandes negócios das funerárias); qual seja, todo um conjunto de ilações e de lições que nos habilitem a melhor retomarmos os cursos das nossas vidas em boa harmonia social e convencidos de que é grande a fragilidade do ser humano face à grandeza da Natureza e às suas imprevistas manifestações de grande intensidade destrutiva.