429. Apontamento

Brasilino Godinho

23/Maio/2020

EIS A MINHA DESCONFIANÇA

DE PACTO SECRETO ENTRE O

GOVERNO E O VÍRUS CORONA

Nos últimos dias escrevi dois Apontamentos (424 e 426) sobre o hipotético relacionamento entre o governo e o famigerado vírus. O que me foi suscitado pelas animadoras informações oficiais que faziam crer que o maldito teria sido controlado, domesticado e posto de quarentena.

Logo a seguir os factos, entretanto relatados nos órgãos de comunicação social, davam a ideia de que a realidade era muito diferente: o ministério da Saúde não só nem conseguira “tratar da saúde” do malicioso coronavírus; como fora mais uma vez fintado pelo invisível jogador do macabro desporto que, muitas vezes é demasiado virulento e violento, levando os forçados desportistas ao fatal colapso. O clandestino assassino tomava a ofensiva e investia com agressividade crescente em várias áreas do território nacional.

Todavia, mantém-se latente no meu espírito a impressão de que as relações entre as entidades Governo e Covid-19 não se encontram inteiramente quebradas ou suspensas…

E para mais alento dar ao meu pensar, hoje a ministra da Saúde, com grande alarido publicitário, veio dizer que amanhã irá haver “um aumento brutal de recuperados” da virose: 17357. Fantástico!...

Ora, face a tanta brutalidade manifesta, repentinamente, de um dia para o outro, se bem interpreto o conteúdo da informação, isso acontecer, precederá, forçosamente, de um qualquer acordo secreto firmado entre as duas partes: ministério e (papá ou família) Covid-19.

Note-se a singularidade, quiçá bondade extrema da criatura virose, em atenuar o seu poder atacante por forma de proporcionar à ministra a bombástica nova de se ter conseguido tantas libertações de doentes dos cuidados intensivos a que, sofredores, estavam sujeitos.

Para já, fica-se com a inquietante expectativa de como evoluirá o esquisito relacionamento entre a senhora da Saúde e o vírus corona.

Tudo isto explanado para, de pé atrás, anotar que “quando a esmola é grande, o pobre desconfia…”