423. Apontamento
Brasilino Godinho
17/Maio/2020
TAL E QUAL COMO NOS PAÍSES
DO TERCEIRO MUNDO
Urge termos consciência do
escabroso ponto de depravação dos costumes, de abusos prepotentes, de incríveis
expedientes de aproveitamentos pessoais, de ostensivos actos de violação de
elementares deveres éticos, de incumprimento dos deveres de cidadania
responsável e de total falha de acatamento dos princípios da Igualdade e
Fraternidade, consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem; a que
se chegou em Portugal.
Repare.se nesta ignomínia:
Premiados por deficiente gestão financeira.
O Novo Banco falido que está,
todos os anos a ser financiado pelo Estado e que esta semana recebeu mais 850
milhões de euros remetidos pelo governo, a satisfazer pedido formulado pela
respectiva administração, em pleno período de calamidade pública, agora
disponibiliza uma verba de milhões de euros para distribuir como prémios de
gestão pelos administradores. Por sinal, rica gestão… – cifra-se num prejuízo
de milhões de euros.
Também consta que na TAP,
igualmente em situação de falência, os seus administradores se preparam para
abichar vultosas maquias de euros a título de prémios pelo riquíssimo(…)
resultado de prejuízos que a conduziram ao seu colapso funcional.
Isto sucede num país, Portugal,
em estado de ruína financeira e com milhares de pessoas passando fome, sem emprego,
com inúmeras carências e enormes dificuldades para prosseguirem dolorosas vidas
de periclitante sobrevivência.
Mais se repare que tudo isto e
muito mais que se poderia mencionar, em contraposição com aquilo que se passa
noutros domínios da sociedade. Por exemplo:
Foi noticiado que o governo nega
pagamentos de horas extraordinárias aos médicos e enfermeiros que diariamente
se esforçam, até ao limite das suas forças, nos estabelecimentos hospitalares,
para tratarem os doentes com afinco e cuidados redobrados. E nalguns casos, já
registados, até com sacrifício de vida.
Decididamente, esta
Partidocracia, de tão iletrada que nem se pode dizer que nada aprendeu com a
História, por que dela tem alheamento, está prosseguindo um rumo que conduzirá
o País para o surgimento de uma ditadura-tipo salazarista, precedida da
exclusão de Portugal do seio da União Europeia; por acaso, ela ameaçada de
implodir. O Brexit foi o primeiro passo nesse sentido.
Relembro que o descalabro da
monarquia constitucional facilitou a proclamação da república. A anarquia da primeira
República deu azo à implantação da ditadura militar que precedeu a ditadura de
Oliveira Salazar. À medida que passa o tempo vou-me convencendo que a Partidocracia
vigente, que conserva tiques do regime do Estado Novo, vai ser substituída por
uma ditadura mais violenta do que é a actual ditadura partidocrática. Nela e
como antevisão que lhe corresponde, lhe insiro memória dos expedientes autocráticos
do aprendiz de feiticeiro ditatorial que foi a criatura coelhal dos passos
desordenados e fatídicos em sede da detestável e terrível austeridade.
Se calhar e infelizmente não
haverá algures nenhum Deus, dos vários adorados em múltiplas religiões, que
salve este país dos infortúnios que se vislumbram no sombrio horizonte que os
portugueses mais atentos descortinam à frente deste desditoso e ensombrado
jardim à beira-mar plantado no extremo ocidental da Europa.
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