HOJE FAZ 6 ANOS!
RECORDANDO GRANDE EXPEDIÇÃO DE
MAIS DE 100 MERCENÁRIOS À CHINA,
COMANDADA PELO CHEFE ANÍBAL
DO CAVACO DE SILVA DE BOLIQUEIME
GRANDE CHEFE ANÍBAL
COMANDA UMA EXPEDIÇÃO À CHINA.
PORQUÊ? PARA QUÊ?
PARA CHINÊS SE DELICIAR
COM O CAVACO DO SENHOR SILVA?
COMANDA UMA EXPEDIÇÃO À CHINA.
PORQUÊ? PARA QUÊ?
PARA CHINÊS SE DELICIAR
COM O CAVACO DO SENHOR SILVA?
No retorno dos expedicionários
há que bem “espremer o limão”.
De custo elevado, veremos que sumo será extraído?
há que bem “espremer o limão”.
De custo elevado, veremos que sumo será extraído?
Brasilino Godinho
A criatura muito venerada nos enriquecidos domínios do clã que tem uma seta
de cor alaranjada no seu brasão de acutilantes armas e nas suas bem fornecidas
bagagens, grande chefe Aníbal, partiu hoje de Portugal ao comando de uma
expedição à China. Uma viagem incomum que parece ser apreciada na área das singularidades
governativas como uma promissora mudança de ares que, eventualmente, resulte
numa parcimoniosa ligeireza da complexa mente presidencial.
Este corpo de exército de bem-aventurados é constituído por mais de cem* operacionais que (imagine-se!...) em si próprios compatibilizam o amadorismo do pessoal exercício turístico com a rentável especialização decorrente da rotineira partilha dos numerosos roteiros do turismo oficial. Registe-se: turismo oficial sempre sustentado pelos indiferenciados contribuintes indígenas.
Também, no contingente expedicionário, estão incluídos os ajudantes às ordens da excelentíssima oficialidade. Todos beneficiando da invulgar e facilmente adquirida condição de compulsivos praticantes do ofício turístico; este, levado a todas as proveitosas consequências à pala do indígena pagante ao Fisco.
Desta vez, os expedicionários portugueses, não sendo militares de carreira, nem seguindo as rotas dos seus antepassados marinheiros por “mares nunca dantes navegados”, seguem por ares muito navegados e utilizando frotas de aproximação rápida ao objectivo localizado nos confins da Ásia.
É de prever que todos os destemidos expedicionários se empenhem com grande energia e a maior pertinácia nas muito diversificadas e bastante transcendentes operações correlativas aos seus atributos profissionais e em conformidade com as exigências funcionais da estratégia delineada pelo comandante-chefe, Aníbal, para o teatro das ditas acções bélicas.
Também há informação de que para obterem os ambicionados resultados gloriosos das, certamente, indesmentíveis façanhas que se vislumbram no horizonte, além continente asiático, dispõem de uma semana.
Claro, é conveniente afirma-lo, que serão glórias erguidas a crédito valorativo das capacidades dos invulgares lutadores envolvidos nas várias contendas previstas no guião oficial da expedição às cercanias da célebre Muralha da China.
Sinal dos tempos obscuros que estamos vivendo é que, em vez do aliciante interesse e gratificante admiração por um Aníbal, general cartaginês, notável estrategista militar, que se envolveu em ferozes campanhas guerreiras contra os romanos na península italiana, temos agora a sensaboria, o desinteresse, a suprema desilusão, o profundo desagrado e o inapelável desconforto, de depararmos com um Aníbal português que, disfarçado de modesto senhor Silva, quer ir dar cavaco aos chineses na convicção que estes estarão interessados na dança do corridinho de matriz algarvia.
Certamente, por tal perspectiva de natureza folclórica é que se dá a circunstância de na expedição estarem incorporadas algumas senhoras da nossa melhor sociedade festivaleira, com o atraente encargo de emparceirarem nos sucessivos jogos de lazer e nos ocasionais, embaladores, passos de dança.
Destaque-se tão inspirada iniciativa de tom e som femininos que até se supõe como sendo atilada, expedita, divertida e bastante funcional alternativa à ausência do emblemático, emproado, grande chefe da irrequieta e, ainda por cima, autoconvencida família instalada em sede palaciana/residencial de S. Bento, le maitre de plateau du cirque politique de Portugal, credenciado pássaro bisnau da estirpe dos Psitacídeos (vulgo, papagaios) que acode ao nome de Passos; por sinal atreito a exibir-se no exercício de obscenas danças e bastante apreciado no seio da família alaranjada como exímio artista contorcionista de muitas mágicas estonteantes e de inúmeros malabarismos de ocasião…
Ao que consta, os expedicionários não levam armas de fogo para serem utilizadas na altura do posicionamento em terra, logo após o desembarque; o qual, se julga ser feito sem perturbações da ordem pública. Mas suspeita-se que na trama de negócios que terá sido congeminada para convencer os chineses, haja sido providenciada a provisão das pacíficas armas que, entre nós, são normalmente utilizadas nas acções gastronómicas, tendo em conta que naquelas paragens e para idênticas funcionalidades, se usam os tradicionais pauzinhos de difícil manejo para os ocidentais.
Também admitida terá sido a hipótese de, por baixo ou por cima da mesa das actividades gastronómicas, os tais mortíferos instrumentos de guerra ‘made in Portugal’ serem apresentados de forma atractiva aos dirigentes da grande nação asiática.
Por outro lado, sobressaindo na expedição um cavaco de rígido formato exterior e de monolítica textura, dir-se-ia desta que reminiscência do mamífero primata superior - arcaico homo sapiens - a denotar que em Portugal as achas ainda têm frequentes aplicações no desencadear de grandes fogos e que as pequenas hastes se usam nos jogos de entretenimento público, é de crer que tenha sido considerada a possibilidade de, entre as provisões da expedição, estarem incluídas para além da singular peça cavacal mais algumas varas indispensáveis para as demonstrações dos jogos do pau que encantarão os convivas do Celeste Império. Além disso, as varas podem ser de grande utilidade como instrumentos de repressão mais adequados nas investidas da polícia chinesa contra amotinados actuando na imensa Praça da Paz Celestial (Tian’anmen). Aliás, a Amnistia Internacional iria aplaudir o recurso aos cavacos portugueses nos serviços de manutenção da paz celestial no Império do Centro.
Dai que – e da nossa parte, para não prolongar mais este texto e sem mais delongas, comentários ou formulação de conjecturas sobre quais são os verdadeiros objectivos da expedição cavacal aqui em foco - possamos admitir que a consumar-se a aquisição das varas por parte dos dirigentes chineses ficaria registado para a posterioridade o rotundo/untuoso, o espampanante, o espectacular, o fantástico, o extraordinariamente festejado (no imediato, logo após o regresso à base do corpo expedicionário) sucesso/alcance da expedição do nosso inconfundível Aníbal - o algarvio Cavaco Silva – e dos seus caprichosos, dedicados e mui agradecidos camaradas de armas, denodados participantes de tão aguerridas acções bélico/turísticas…
Afinal, uma esbanjadora viagem (com nítidos sinais de natureza turística) muito dispendiosa em termos financeiros, que vai ser custeada com os dinheiros dos contribuintes. Avantajada despesa que não se compreende, nem se aceita num tempo de penúria generalizada em Portugal e de grandes privações (imensas carências do necessário à vida, generalizada miséria, muita fome) e sofrimentos que afectam milhões de portugueses. Precisamente tudo aquilo que passa ao lado dos sobreditos, acomodados, expedicionários à China…
Finalmente:
Esperamos que o Presidente - que tem uma numerosa corte palaciana de servidores e lacaios - logo após o regresso, tenha a mínima bondade, a suficiente gentileza, a pequena parcela de lucidez a brotar do privilegiado cérebro que nunca se engana e raramente tem dúvidas e, ainda, o louvável bom gosto, de apresentar aos portugueses um circunstanciado relatório dos resultados práticos desta sua inoportuna e esquisita iniciativa.
Fim
Este corpo de exército de bem-aventurados é constituído por mais de cem* operacionais que (imagine-se!...) em si próprios compatibilizam o amadorismo do pessoal exercício turístico com a rentável especialização decorrente da rotineira partilha dos numerosos roteiros do turismo oficial. Registe-se: turismo oficial sempre sustentado pelos indiferenciados contribuintes indígenas.
Também, no contingente expedicionário, estão incluídos os ajudantes às ordens da excelentíssima oficialidade. Todos beneficiando da invulgar e facilmente adquirida condição de compulsivos praticantes do ofício turístico; este, levado a todas as proveitosas consequências à pala do indígena pagante ao Fisco.
Desta vez, os expedicionários portugueses, não sendo militares de carreira, nem seguindo as rotas dos seus antepassados marinheiros por “mares nunca dantes navegados”, seguem por ares muito navegados e utilizando frotas de aproximação rápida ao objectivo localizado nos confins da Ásia.
É de prever que todos os destemidos expedicionários se empenhem com grande energia e a maior pertinácia nas muito diversificadas e bastante transcendentes operações correlativas aos seus atributos profissionais e em conformidade com as exigências funcionais da estratégia delineada pelo comandante-chefe, Aníbal, para o teatro das ditas acções bélicas.
Também há informação de que para obterem os ambicionados resultados gloriosos das, certamente, indesmentíveis façanhas que se vislumbram no horizonte, além continente asiático, dispõem de uma semana.
Claro, é conveniente afirma-lo, que serão glórias erguidas a crédito valorativo das capacidades dos invulgares lutadores envolvidos nas várias contendas previstas no guião oficial da expedição às cercanias da célebre Muralha da China.
Sinal dos tempos obscuros que estamos vivendo é que, em vez do aliciante interesse e gratificante admiração por um Aníbal, general cartaginês, notável estrategista militar, que se envolveu em ferozes campanhas guerreiras contra os romanos na península italiana, temos agora a sensaboria, o desinteresse, a suprema desilusão, o profundo desagrado e o inapelável desconforto, de depararmos com um Aníbal português que, disfarçado de modesto senhor Silva, quer ir dar cavaco aos chineses na convicção que estes estarão interessados na dança do corridinho de matriz algarvia.
Certamente, por tal perspectiva de natureza folclórica é que se dá a circunstância de na expedição estarem incorporadas algumas senhoras da nossa melhor sociedade festivaleira, com o atraente encargo de emparceirarem nos sucessivos jogos de lazer e nos ocasionais, embaladores, passos de dança.
Destaque-se tão inspirada iniciativa de tom e som femininos que até se supõe como sendo atilada, expedita, divertida e bastante funcional alternativa à ausência do emblemático, emproado, grande chefe da irrequieta e, ainda por cima, autoconvencida família instalada em sede palaciana/residencial de S. Bento, le maitre de plateau du cirque politique de Portugal, credenciado pássaro bisnau da estirpe dos Psitacídeos (vulgo, papagaios) que acode ao nome de Passos; por sinal atreito a exibir-se no exercício de obscenas danças e bastante apreciado no seio da família alaranjada como exímio artista contorcionista de muitas mágicas estonteantes e de inúmeros malabarismos de ocasião…
Ao que consta, os expedicionários não levam armas de fogo para serem utilizadas na altura do posicionamento em terra, logo após o desembarque; o qual, se julga ser feito sem perturbações da ordem pública. Mas suspeita-se que na trama de negócios que terá sido congeminada para convencer os chineses, haja sido providenciada a provisão das pacíficas armas que, entre nós, são normalmente utilizadas nas acções gastronómicas, tendo em conta que naquelas paragens e para idênticas funcionalidades, se usam os tradicionais pauzinhos de difícil manejo para os ocidentais.
Também admitida terá sido a hipótese de, por baixo ou por cima da mesa das actividades gastronómicas, os tais mortíferos instrumentos de guerra ‘made in Portugal’ serem apresentados de forma atractiva aos dirigentes da grande nação asiática.
Por outro lado, sobressaindo na expedição um cavaco de rígido formato exterior e de monolítica textura, dir-se-ia desta que reminiscência do mamífero primata superior - arcaico homo sapiens - a denotar que em Portugal as achas ainda têm frequentes aplicações no desencadear de grandes fogos e que as pequenas hastes se usam nos jogos de entretenimento público, é de crer que tenha sido considerada a possibilidade de, entre as provisões da expedição, estarem incluídas para além da singular peça cavacal mais algumas varas indispensáveis para as demonstrações dos jogos do pau que encantarão os convivas do Celeste Império. Além disso, as varas podem ser de grande utilidade como instrumentos de repressão mais adequados nas investidas da polícia chinesa contra amotinados actuando na imensa Praça da Paz Celestial (Tian’anmen). Aliás, a Amnistia Internacional iria aplaudir o recurso aos cavacos portugueses nos serviços de manutenção da paz celestial no Império do Centro.
Dai que – e da nossa parte, para não prolongar mais este texto e sem mais delongas, comentários ou formulação de conjecturas sobre quais são os verdadeiros objectivos da expedição cavacal aqui em foco - possamos admitir que a consumar-se a aquisição das varas por parte dos dirigentes chineses ficaria registado para a posterioridade o rotundo/untuoso, o espampanante, o espectacular, o fantástico, o extraordinariamente festejado (no imediato, logo após o regresso à base do corpo expedicionário) sucesso/alcance da expedição do nosso inconfundível Aníbal - o algarvio Cavaco Silva – e dos seus caprichosos, dedicados e mui agradecidos camaradas de armas, denodados participantes de tão aguerridas acções bélico/turísticas…
Afinal, uma esbanjadora viagem (com nítidos sinais de natureza turística) muito dispendiosa em termos financeiros, que vai ser custeada com os dinheiros dos contribuintes. Avantajada despesa que não se compreende, nem se aceita num tempo de penúria generalizada em Portugal e de grandes privações (imensas carências do necessário à vida, generalizada miséria, muita fome) e sofrimentos que afectam milhões de portugueses. Precisamente tudo aquilo que passa ao lado dos sobreditos, acomodados, expedicionários à China…
Finalmente:
Esperamos que o Presidente - que tem uma numerosa corte palaciana de servidores e lacaios - logo após o regresso, tenha a mínima bondade, a suficiente gentileza, a pequena parcela de lucidez a brotar do privilegiado cérebro que nunca se engana e raramente tem dúvidas e, ainda, o louvável bom gosto, de apresentar aos portugueses um circunstanciado relatório dos resultados práticos desta sua inoportuna e esquisita iniciativa.
Fim
* Referência transcrita da imprensa diária.
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