421. Apontamento
Brasilino Godinho
11/Maio/2020
PELA BOCA MORRE O PEIXE
PELO VÍRUS DA CENSURA
FENECE A PARTIDOCRACIA
Geralmente o peixe morre pela boca.
No regime da Partidocracia em que este país vegeta
e vai sucumbindo, o peixe graúdo, de humana configuração, que nele se acolhe,
se alimenta e se engorda, por mais que destrambelhadas sejam as suas evoluções
e muito abra a boca das formas mais desordenadas, nunca corre o perigo de
colapso. É uma singularidade de tal espécie marinha que traduz uma aberração da
Natureza.
Por desvario da humana desconformidade que amolda a
Partidocracia, estão neste regime concebidos, organizados e actuantes os instrumentos
que zelam a manutenção do sistema e das prerrogativas concedidas ao desbarato a
tão específica fauna marítima das grandes profundidades mais ou menos
subjacentes à (des)governação do país.
E tal como acontece com o vírus corona que veio
facilitar a concretização do desígnio de tristes figurantes do teatro-circo
político e dos poderosos Donos Disto Tudo, de acabar com a “Peste Grisalha”;
também está por aí radicado, em sede da Comunicação Social, o peçonhento vírus
da censura; o qual, se tendo admitido como extinto com o estertor do Estado
Novo, de pronto reviveu e vem sofrendo mutações que escapam ao público. Neste
nosso tempo actua mais à sorrelfa, de forma perversa e subterrânea, do que na
época de Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano.
Não estou falando por falar.
Esta noite, fui vítima do vírus da censura.
Pretendi inserir um quadro contendo as imagens de duas senhoras vedetas da TV,
correlacionadas com a Saúde e as afirmações que fizeram nos passados meses de Janeiro,
Fevereiro e Março, nos sítios onde costumo publicar meus textos. Em qualquer
desses sítios foi anotada a indicação: “imagem rejeitada pelo servidor”. Assim
fica resguardada a sageza política das governamentais criaturas, segundo o que
se pode presumir seja do interesse do PS e do seu governo.
Só que, em termos de generosidade, indico-lhes que
estão reeditando os processos censórios próprios da ditadura salazarista e
contribuindo para maior descrédito da partidocracia à usança portuguesa.
Desta excentricidade processual de impedimento da
livre expressão do pensamento do cidadão que ousa exercer os seus direitos
cívicos e de crítica séria, independente, formulada em termos correctos,
educados, construtivos, a bem da Nação, entendi dever facultar conhecimento aos
meus leitores.
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