Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, maio 09, 2020


BRASILINO GODINHO
224. APONTAMENTO
09 de Maio de 2019

A PREMISSA INCONSISTENTE DO
ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990

A premissa em que assentou a formulação do Acordo Ortográfico de 1990 era a hipotética necessidade de haver um normativo linguístico de abrangência universal que facultasse a adopção do Português como língua oficial da ONU e facilitasse os relacionamentos dos povos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Bastante gente se deixou influenciar por esta ideia e, sem reflexão prévia, caiu no logro.
Pessoas, como Vasco Graça Moura, com inegável capacidade de discernimento e bagagem intelectual, de imediato, levantaram veemente contestação e colocaram sérias reservas quanto à justeza de tal premissa.

Naturalmente era de prever que os cidadãos, sensatos e sabedores, se confrontariam com a natureza invulgar do convénio a nível mundial. E estranhariam que não o inglês, nem o francês ou o árabe, chinês e idiomas eslavos, jamais tenham sido regulados com acordos de unificação idiomática. Sabe-se que, por exemplo, o inglês falado nos Estados Unidos da América tem diferenças relativamente ao Inglês da Inglaterra e o Francês de França diverge do Francês do Canadá e conserva diferenças linguísticas nas várias nações africanas. Algo idêntico acontece com o Espanhol e o Árabe, nos diversos países das Américas, do Magreb e de África.

Inevitavelmente se deveria objetar relativamente à pretensa facilidade de o Português, transfigurado no “acordo”, ser aceite como língua oficial da ONU; pelo que se impunha apontar para os casos das línguas usadas pelos serviços da instituição universal e aqui citados.

Não ter o Português, em má hora arbitrariamente convencionado em 1990, obtido o estatuto de língua da ONU traduz um fiasco e é demonstrativo da fragilidade da argumentação então evocada pelos autores e propagandistas de tal peça abortiva, que se obstinaram em fazer finca-pé no pretenso êxito; o qual, davam a entender estar garantido. Em termos populares, seriam favas contadas. Afinal, as ditas estavam algures perdidas no pântano mal cheiroso da desonestidade intelectual e do oportunismo sociopolítico onde se acoitam obscuros interesses, corrupções de altíssima magnitude e condenáveis procedimentos de lesa-pátria.

Enfim, decorridos 29 anos de existência de tal peça rançosa, qual excrescência linguística, haja agora a sensatez de a remeter para o caixote do lixo da História. Que, por sinal, é o confinado espaço onde ela tem lugar e para o qual há muito tempo deveria ter sido remetida.