É OPORTUNO REEDITAR
BRASILINO GODINHO
222. APONTAMENTO
07 de Maio de 2019
A MAQUIAVÉLICA E FALACIOSA
NEGAÇÃO DAS CONSPIRAÇÕES
Penso que poucas
pessoas se terão apercebido de que quando um cronista ou um cidadão de alguma
notoriedade, independente, dotado de espírito atento e com sentido crítico
objectivo, fala ou escreve, denunciando acontecimentos e situações gravosas
para a nação; que correlaciona com poderosas forças obscuras; logo surgem os
comentadores avençados dos órgãos de comunicação social, geralmente conectados
com os “donos disto tudo”, que nem precisam de letreiro na testa por serem
conhecidos de ginjeira, a proclamarem com descaro e desonestidade intelectual:
lá veio ele “com a teoria das conspirações.”
Dir-se-á
ser tão primária observação erguida como teoria e porta-bandeira de uma
rejeição da seriedade do que foi afirmado pelo autor da declaração que, de
imediato, se pretende desvalorizar e até, algumas vezes, ridicularizar. Acima
de tudo desautorizando o autor da análise que lhes é dificilmente rebatível.
Falo
com conhecimento de causa e recordo o que se passou com a invasão do Iraque.
Que teve precedência de uma internacional conspiração urdida, com muitas
mentiras e indecências processuais, por George W. Bush, Tony Blair e José María
Aznar e a conivência oportunista de Durão Barroso. Tratou-se de uma conspiração
logo denunciada e que foi objecto de desdenhosos comentários pejorativos do
género: eis “a teoria das conspirações.”
Lembro-me
de, há anos, ter visto o ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva na Assembleia
da República a declarar, em tom indignado, que não havia corrupção em Portugal.
Precedendo crónicas em que afirmava o contrário e depois de o ouvir, voltei à carga
reiterando - em escrito publicado em blogue e jornais - que corrupção em
Portugal era mato. Pois fui mimoseado com o expediente habitual de certos
comentadores: “Lá vem ele com a teoria das conspirações.” Afinal uma expressão
que é pano para toda a obra de indecência cívica e desnorte político.
Fiquem
os leitores cientes do desonesto jargão político aqui posto em foco.
Também
acreditem que estão ocorrendo conspirações de que todos os dias temos
presciência ou evidência factual.
Urge
activar o espírito observador e desenvolver a acuidade crítica. A Bem do Povo!
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