"O NAZISMO ELIMINAVA IDOSOS,
A HISTÓRIA NÃO PODE SE REPETIR”,
diz actor António Fagundes
02/Maio/2020
(Transcrição da Rede Globo)
"O nazismo eliminava idosos, uma história que não pode
se repetir. Eliminava-se também os que pensavam diferente, os deficientes. O
mundo está passando por isso de novo", afirmou o ator Antonio Fagundes, ao
comentar sobre a pandemia
O ator Antonio Fagundes falou sobre a pandemia do novo
coronavírus e comparou o discurso adotado por alguns com as políticas adotadas
no período nazista.
"É horrível quem não valoriza idosos. Todo esse cenário
me faz lembrar da frase de Edmund Burke: 'Quem não conhece sua história, está
condenado a repeti-la'. Esse mesmo tipo de preconceito já foi visto na
história, com a eugenia. Na Alemanha, o nazismo eliminava idosos, uma história
que não pode se repetir. Eliminava-se também os que pensavam diferente, os
deficientes. O mundo está passando por isso de novo. Milhões de pessoas
morreram pela irracionalidade. E parece que não aprendemos nada com isso",
disse o ator de 70 anos em entrevista à Veja.
"Vão morrer alguns [idosos e pessoas mais vulneráveis]
pelo vírus? Sim, vão morrer. Se tiver um com deficiência, pegou no contrapé, eu
lamento", disse Jair Bolsonaro em recente entrevista.
Fagundes criticou ainda o discurso do "Estado
mínimo", pois diante da crise gerada pelo Covid-19, "vimos agora as
falhas da política econômica liberal que se diz independente do Estado".
"O Estado tem, sim, funções e obrigação em participar
de políticas econômicas, como projetos para a criação de emprego e uma melhor
distribuição de renda. A principal dessas atribuições é a saúde, que não pode
ser privatizada. Se o mundo não der atenção à ciência e à saúde nos próximos
anos, a próxima pandemia vai ser muito mais letal", advertiu.
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