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URGE ENSINAR A
HISTÓRIA DE PORTUGAL
Brasilino Godinho
09/Outubro/2019
Verdade
de Senhor De La Palisse: acontecer que as pessoas portuguesas, desde a sua
nascença, ficam indelevelmente, para sempre, possuídas do vínculo de ligação ou
sentido de pertença à terra onde despertaram para a vida. E por esse elo lhes
fica adquirido o estatuto da cidadania traduzido na condição de integrados na
Nação/Estado Português. Implicitamente, adquirem direitos e ficam sujeitos a
obrigações concernentes à condição de detentores da nacionalidade portuguesa.
Durante
séculos existiu em Portugal o culto da História Pátria. Pois que ela se
representa como acervo identitário de Portugal e dele ser dada configuração de
instrumento de informação e referência, com o alcance dos cidadãos se reverem
nas raízes da sua comunidade nacional e aperceberem a valia da herança dos
valores e princípios que foram prosseguidos ao longo dos tempos sincrónicos e diacrónicos
da existência do País. História também encarada como guião inspirador das novas
gerações assegurarem continuidade dignificante a Portugal.
Claro
que entre direitos e obrigações dos cidadãos, figuram a conveniência
patriótica, a obrigação ética e a imposição cívica, de bem conhecerem a
História do país que lhes serviu de berço.
E
nesse cuidado de bem cuidar da divulgação da História de Portugal, durante
séculos, as escolas dos ensinos primário e secundário, desenvolviam uma
meritória tarefa que tinha o condão de bem zelar por um ensino proficiente.
Infelizmente,
a partir dos anos setenta do século XX, a disciplina de História foi sendo
desvalorizada e (ou) suprimida dos currículos escolares. Tão aberrante e
condenável circunstancialismo foi ocorrendo em consequência das absurdas
políticas educativas de sucessivos governos, que se devem considerar de lesa
pátria.
Agora,
surgiu a notícia de que vai ser criada a disciplina de “HISTÓRIA, CULTURAS E
DEMOCRACIA”.
A notícia não é
entusiasmante. Lamento!
Porque embora seja
urgente ensinar História aos portugueses, há que providenciar com a devida
prudência para que seja encontrada a melhor solução.
Precisando, explico-me:
Julgo que prosseguiria mais relevância educacional e objectividade
cultural, a autonomia do Ensino da História. Ela não deve ser amalgamada com o
ensino da Democracia. São matérias distintas. E a democracia, per se, nada acrescenta, não distorce,
nem condiciona ou introduz sentidos de interpretações várias ou equívocas à
essência do facto histórico; melhor expressando: o ensino da Democracia, por
válido que seja, é praticamente inaplicável ou se quisermos, assaz inoperante
no estudo da Filosofia da História.
Por outro lado e complementando o comentário anterior: melhor seria criar
uma disciplina que enquadrasse a Cultura e a Democracia no âmbito das Ciências
Sociais e segundo um formato ou esquema de Estudos Culturais
URGE ENSINAR A
HISTÓRIA DE PORTUGAL.
Até como forma de
reduzir uma parcela do analfabetismo cultural.
Fim
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