Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, outubro 08, 2019


1. NÃO VOU “CHOVER NO MOLHADO”
2. NEM MUITO BATER NOS CEGUINHOS
3. MAS - PORÉM - TODAVIA – CONTUDO

Brasilino Godinho

1. NÃO VOU “CHOVER NO MOLHADO”

Portugal está profundamente doente. Todo o mundo reconhece esse estado. O povo português sente-o penosamente. A caracterização da enfermidade é a de endemia que, latente desde o século XVI, se aprofundou a partir do século XIX, atingindo maior amplitude no início de século XXI. E a situação é de extrema gravidade.
Tenho escrito bastante sobre as patologias de que sofre a nação portuguesa.
Para não maçar os meus leitores que bastante conhecem das crónicas elaboradas ao longo da minha longa actividade de escritor independente e das correlativas análises/críticas referentes ao estado da Nação; aqui e agora não o vou esmiuçar nas considerações que se seguem. Até porque seria “CHOVER NO MOLHADO”.

 2. NEM MUITO BATER NOS “CEGUINHOS”

Também me vou abster q. b. de bater nos “ceguinhos”. Eles são inúmeros, de diferentes morfologias; por vezes, agentes activos com grandes e negativas interferências nas patologias com que se confronta esse organismo vital do País, que é a nação portuguesa.
Dada a extensão e complexidade da concernente matéria doentia, não cabem, neste texto, propósito e amplo espaço de seu correlativo e adequado acolhimento e, também, extensa exposição.

3. MAS - PORÉM - TODAVIA – CONTUDO

Mas nesta data, de celebrações eleiçoeiras, é pertinente escrever algo sobre os “ceguinhos” de diferentes estirpes que bem ou mal intencionados, com maior ou menor habilidade vocal e engenho na escrita, se vão entretendo em investir contra as abstenções e os abstencionistas dos actos eleitorais.
O que sucede reflectindo o estado de degradação do País.

É precisamente nos períodos eleitorais que mais se evidência a degradação moral, a debilidade intelectual e os crónicos analfabetismos: primário, funcional e cultural, existentes na Nação. E mais são postos a nu os préstimos dos partidos do arco do Poder em serem agências de emprego, bastiões de defesa das causas inúteis e desvirtuadoras da Política e da Democracia e incansáveis propagandistas dos seus gloriosos feitos de abastardamento da sociedade, de desavergonhados aproveitamentos gastronómicos à mesa do Orçamento e de milionários esbanjamentos que desfalcam imenso o Erário.

Um deprimente quadro que de forma muito expressiva dá visibilidade e definição pejorativa à sociedade que partilhamos e que dela ele deriva em termos de aberrante decorrência.

Porém, a este ponto chegado, detenho-me sobre o que aparece frequentemente comentado sobre as abstenções registadas nas eleições portuguesas.
Geralmente, comentário formulado nos seguintes termos:

“A abstenção não é opção”. Votar, mais que um dever cívico é uma obrigação moral para todos quantos lutaram para que hoje possamos exercer este direito em liberdade.”

No espaço doentio em que Portugal vem penosamente sobrevivendo, a ideia e o argumento de imposição moral de comparência às urnas não tem valia, nem é susceptível de ser bem aceite pela maioria do povo português. O que logo, à partida e no p.p. dia 06 de Outubro, foi evidenciado pelos milhões de portugueses que se abstiveram de votar.
Tem certa piada que haja pessoas que condenem as abstenções nos sufrágios eleitorais; e nem sequer critiquem as abstenções que ocorrem em sede da Assembleia da República, no decurso das votações feitas nos plenários.

Depois, há que afirmar que não votar é uma decisão legítima, protestativa, necessária, do cidadão, se nativo de um País em que a Democracia e o Direito são, respectivamente, fantasia e miragem perdidas nas ruas das muitas amarguras que dilaceram os indígenas. A propósito: infelizmente Portugal é um país de fingido Estado de Direito e onde predomina o abuso do “faz de conta”.
Igualmente, se Portugal fosse uma DEMOCRACIA e ESTADO DE DIREITO, fazia sentido evocar o dever cívico e obrigação moral de votar. MAS NÃO É!

Todavia, no presente, até se pode afirmar “que para todos quantos lutaram para que hoje possamos exercer este direito em liberdade” é imperativa a recusa de participar na fraude eleitoral; a qual, é factor decisivo para estimular a continuação da bandalheira que arrastou o povo luso para o abismo em que está mergulhado. Mais se acrescenta: agora em Portugal não votar é uma forma de protesto de quem não pactua com uma nefasta e asquerosa Partidocracia que alimenta a desgovernação, favorece a corrupção e causa a desgraça nacional; esta, dispersa pela maioria dos sectores da comunidade portuguesa.

Contudo, eu e muitos portugueses vivemos dezenas de anos de ditadura do Estado Novo a desejar eleições livres. Toda essa angústia não foi sofrida para nesta altura vivermos na ditadura da Partidocracia e de nos convocarem para participar em eleições falseadas, com todos os requintes de disfarçada malvadeza e ostensiva hipocrisia institucionalizada e admitida como habilitação funcional da sociedade.
Pior, ainda, como expediente obsceno de pretensa legalização de um sistema governativo tendente à ruína do País e à continua progressão da miséria da maioria dos portugueses, tratados como cidadãos de segunda e terceira classes.

Concluindo:

No sufrágio universal de 06 de Outubro de 2019 registaram-se os seguintes resultados:

Votantes:           5 092  424
Votos no PS:     1 866 407
Votos em branco: 129 610
Votos nulos:           88 551
Não votaram:     4 250 274

Habitantes inscritos:           10 811 436

Os portugueses fiquem cientes de que o PS não se pode arrogar o desplante de se vangloriar de que, para governar autoritariamente e à tripa forra, tem a aprovação e o apoio da população portuguesa.
Somente um milhão, oitocentos e sessenta e seis mil, quatrocentos e sete portugueses nele confiaram. Número demasiado pequeno se enquadrado com o conjunto populacional de dez milhões, oitocentas mil e quatrocentas e trinta e seis almas.
Como o Dr. António Costa disse um dia : “É POUCOCHINHO!”  
Oxalá que, enquanto governante, tenha essa compenetração!