279 Apontamento
Brasilino Godinho
29/Setembro/2019
EM PORTUGAL
GUARDADO ESTÁ O LUGAR
DE DEPUTADO para
quem se “cagar no segredo de justiça”, for “habilidoso” na arte de muito se
alimentar no feudo do Palácio de S. Bento, Assembleia da República e melhor se
acomodar à mesa do Orçamento. Tudo por conta do contribuinte e das penosas
vidas de milhões de portugueses muito sujeitos a explorações e ofensivos tratos
dos detentores do Poder.
A Constituição da República aponta, consagra, incentiva, este
desígnio tão do agrado e proveito dos insaciáveis comedores, esforçados
oportunistas, fraternos familiares que mutuamente se protegem e nomeiam, incansáveis
turistas que, bastantes vezes, viajam através do Mundo, a expensas do Erário,
cometendo a arrojada proeza de isso fazerem sem saírem de Lisboa ou de,
residindo em Lisboa, cobrarem subsídios de marcha pelos trajectos de
fim-de-semana supostamente efectuados para moradas em distantes lugares da
Província.
Por assim ser preenchido o feudo da Partidocracia, sito no Palácio
de S. Bento, não se pode aceitar a ideia de que a Assembleia da República o
seja de facto (da República que somos) e ostentando a emblemática do Direito
inequívoco; nem que os deputados sejam os representantes do Povo. Eles são
agentes promocionais de si próprios e os obedientes serventuários dos partidos
que os nomearam.
Por sinal, pretensamente “eleitos” por uma minoria do
colectivo da Nação. Esta realidade de caracterização eleitoral é sempre
escamoteada pelos arautos da situação partidocrata. E pelos cujos, malcriados e
obscenos, que, sem respeito por ninguém, defecam por todos os sítios ao
alcance; o que fazem em ofensa à Moral, à Ética, à Justiça e à elementar
Educação.
O leitor retenha esta verdade: Portugal é um Estado que, sendo
o contrário a modelo de Direito, é torto de facto. E repulsivo – por sua
aberrante natureza.
E não é com eleições falaciosas e viciadas como as próximas
de 5 de Outubro, que o País tomará o rumo da democracia, da seriedade, da
justiça, do bem-público, do desenvolvimento e… da DIGNIDADE. Com verdadeiro
repúdio da corrupção.
Nota de infelicidade: parece que sucede com a peste
parlamentar o mesmo que com o Toyota: veio para ficar. Neste caso, uma desgraça
nacional!
Nota de máxima degradação política, depravação cívica, achincalhamento da
Assembleia da República:
- a indecente circunstância de o indivíduo que, a qualquer momento, expele
excrementos para a Justiça, ter sido deputado e (pasme-se!) eleito para
Presidente da Assembleia da República - a segunda alta personalidade do topo da
hierarquia do Estado.
Daí se extraírem as duas óbvias conclusões:
- O Palácio de S. Bento é mal frequentado e cheira bastante mal. É tal a
pestllência que se torna detestável para quem cultive a higiene; sobretudo, a
higiene mental.
- Estado português é um Estado de merda... e com muita dela espalhada a
esmo.
Quanto à Constituição da República (do figurino actual) que, em parte
substancial, serve de cobertura a um Estado de merda - passe a porca e
fedorenta palavra - é de crer que terá lugar no caixote do lixo da História.
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