Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, setembro 12, 2015



NOVA POLÍTICA CIENTÍFICA EM PORTUGAL

Brasilino Godinho
12 de Setembro de 2015

Decerto que o Professor Doutor Moisés de Lemos Martins dispensaria o meu aplauso apontado ao seu artigo POLÍTICA CIENTÍFICA: POR ONDE RECOMEÇAR? hoje publicado no Facebook e que acabo de ler.
Porém, não me dispenso de manifestar o agrado que senti ao proceder à sua leitura.
E relevo a passagem que transcrevo:                                                    
“Precisamos de respeitar a língua portuguesa como língua de cultura e pensamento, e em consequência, reconhecê-la como língua de conhecimento. Fazendo-o, precisamos de atribuir valor estratégico à construção da comunidade de investigação lusófona.  
Por outro lado, da mesma forma que o crescimento económico e tecnológico não pode dispensar a dimensão cultural, também a ideia de desenvolvimento não pode dispensar as CSH. Na era da globalização da economia, pela potência da tecnologia, as CSH revêem-se na ideia do desenvolvimento harmonioso, da solidariedade humana e da coesão social. Porque se entendem como parte inteira no convívio das ciências e como parte inteira no desenvolvimento colectivo.”
Apraz-me destacar a antecedente transcrição. É que há muito tempo venho escrevendo em prol da valorização da língua portuguesa e pugnando para que lhe seja conferido o estatuto de língua de conhecimento.
A que, necessariamente, há que associar a dimensão cultural e a ideia de desenvolvimento – dados mui objectivos que não podem ser dissociados das CSH, como, proficientemente, o Prof. Moisés de Lemos Martins sublinha no artigo em causa.
Um texto que surge oportunamente num tempo e durante a vigência de uma desastrada política (da coligação PSD-CDS//PP) a qual subverte valores que enobrecem a vida e dignificam uma sociedade civilizada.
Por outro ângulo de apreciação, importa valorizar o factor económico inserido no contexto linguístico da grande comunidade de gentes e países lusófonos; pois que incluindo a CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e núcleos de falantes espalhados pelo mundo, se contam 345 milhões de pessoas que falam a língua portuguesa.

Concluo, dirigindo-me ao Professor Doutor Moisés de Lemos Martins:
Bem-haja!

E formulo um voto: que a valorização da língua portuguesa seja prosseguida vigorosamente e com activo repúdio do incrível (sublinho: inexplicável) Novo Acordo Ortográfico.

P.S. Assinale-se como circunstância anómala e preocupante o que há dois anos foi noticiado pela imprensa: na Faculdade de Economia, da Universidade de Lisboa, as reuniões do Conselho Científico (e talvez as do Conselho Directivo), eram realizadas com exclusivo recurso à língua inglesa, em detrimento do português. Uma aberração! Um escândalo! Um procedimento de lesa-pátria! Que, na altura, suscitou veemente repúdio da minha parte e de alguns professores universitários, nomeadamente do conhecido Professor Doutor Jorge Miranda.

Aliás, este caso prenuncia o que, de absurdo e de dramático, virá a médio prazo na sequência do maior empenho que, agora, é posto no ensino do inglês (e, também, do chinês) logo no ensino básico.
A língua portuguesa já está sendo escandalosamente menosprezada a partir dos primeiros anos de escolaridade. As crianças terão de saber bem o inglês. Não importa que mal saibam o português.
Os grandes mentores deste aviltamento da língua pátria dão, na actualidade, elucidativas mostras dos resultados da política do Ensino que implementaram e da assimilação que fizeram da língua nativa. Reparem nas falas dos nossos altos personagens políticos: Cavaco, Sampaio, Coelhos, Relvas, etc., etc..  
É de ficarmos estupefactos, indignados e com os olhos em bico – sem ainda sermos cidadãos chineses…