Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, agosto 31, 2015



PORTUGAL NO ABISMO

É refém do teatro/circo político,
das irrevogáveis universidades,
do fantasioso discurso do Chefe,
da pobreza da Nação,
da falta de liberdade.


Foto: dn.pt
Passos Coelho: Não entrou mosca! Saiu asneira! Entrou cisco no olho esquerdo que me alterou a visão das coisas… e me leva a fixar-me em tudo aquilo que, providencialmente, está à minha direita.


Brasilino Godinho
(30 de Agosto de 2015)

01. A primeira transmissão de uma peça de teatro, que se efectuou em Portugal, aconteceu em Fevereiro de 1930 através da Rádio.
O teatro radiofónico em Portugal teve o seu apogeu nos anos quarenta do século passado. Que o digam actores ainda vivos como Carmen Dolores, Ruy de Carvalho e Camilo de Oliveira.
Veio a seguir, nos anos sessenta, o teatro televisivo que tinha grandes audiências, certamente devidas a grande qualidade: quer das peças; quer dos actores intervenientes.
Na época actual teve início e grande desenvolvimento o teatro/circo político - agora, prevalecendo o obsceno figurino coligativo - que está em contínuo funcionamento em Lisboa e arredores e que tem excessiva projecção mediática que lhe é facultada pelas televisões.
Por vezes, as sessões de tão incrível espectacularidade ocorrem em várias localidades, além capital saloia: Lisboa.
Trata-se de um teatro burlesco, melodramático que se caracteriza por ser composição de má qualidade: não só quanto aos temas das peças; como no que concerne á confrangedora qualidade artística dos actores que nelas participam.
Poderá dizer-se que os espectáculos desta nova modalidade teatral têm sempre um público tipificado nas claques de apoio e nos indígenas que, habitualmente, parecem afectados por problemas de Alzheimer, visto que perdem a memória dos elementos reais que estão associados à temática fictícia em que, geralmente, assentam as peças representadas.

02.  Isto anotado para aludir à impressão que me deixou a teatral cena da discursata de Pedro Passos Coelho, hoje efectuada em Castelo de Vide, à hora de almoço, transmitida pela SIC Notícias.
Antes de mais considerações há que fixar atenção à designação do ridículo teatro de experimental tom e som alaranjados: Universidade de Verão, do PSD.
Uma nota de referência também a reter: a rapaziada da JOTA do PSD tem uma especial apetência pelas universidades. Já não lhe basta as universidades modernas que tão prestimosas e compinchas se mostram em fornecer licenciaturas arrelvadas.
Outro aspecto a focar: Há anos que o aparelho do PSD criou a Universidade de Verão. Aguarda-se, com curiosidade, o surgimento das licenciaturas concedidas por esta universidade sazonal. Provavelmente, estão na calha as criações da soturna Universidade de Inverno, da amorfa Universidade de Outono e da brejeira Universidade da Primavera. Sem se esquecerem que também falta criar a fantástica Universidade Social-Democrática Pedro Passos Coelho em Lisboa e a extraordinária Universidade Cavaco Silva em terras algarvias.
Enquanto isso não sucede as meninas e os meninos das jotas do PSD e do CDS/PP, contentam-se com as magníficas credenciais das presenças no repetitivo espectáculo de Castelo de Vide que os habilitam a integrar, a breves prazos, altos postos especializados nos ministérios e nos quadros dos respectivos partidos.
De pequenino se torce o pepino e se preparam os altos voos para quem, comprovadamente, tem vocação de pára-quedista e inequívoca devoção clubista/partidária aos partidos da famigerada coligação do sector mais conservador da sociedade portuguesa.
Diga-se que apropriadamente, o espectáculo de Castelo de Vide incentiva o surgimento de tão auspiciosas vocações artísticas do teatro/circo político de Portugal. - o que lhes é sobejamente facilitado pelos exemplos e contribuições dos seleccionados, grandes artistas/professores que vão palestrando ao longo das sucessivas sessões do patético teatro que naquela terra alentejana é exibido anualmente na época estival.
Particularidade nem menos interessante é a presumida circunstância da camada jovem que acorre ao acontecimento de Castelo de Vide estar ciente de ser viçosa; por que na enternecedora condição de inexperiente…  -  o que, convenhamos, é indício de que  bastantes proveitos individuais serão facilmente acolhidos no seu desocupado seio. Está bem visto! E do melhor espalhafato concretizado…

03. Pois enquanto almoçava frente ao aparelho da televisão fui acompanhando a transmissão da longa e fastidiosa discursata, de nulo valor assertivo, de Pedro Passos Coelho. E nulo por ser da autoria de tão desacreditado personagem político.
Tive de socorrer-me de todas as minhas reservas de paciência para assistir a todo aquele rosário de apreciações desajustadas da realidade do país e de vãs promessas de um próspero e idílico futuro para a atormentada população portuguesa que tanto tem sofrido por força das políticas destrutivas do governante Pedro Passos Coelho.
Há muito que Passos Coelho vem fazendo uso da mentira como forma de exercer o Poder. Em tal domínio, possui a enorme potencialidade adstrita à credencial de mentiroso que lhe é generosamente concedida.
Com pesar interrogo-me: como é possível que, em Portugal, haja alguém que não fazendo parte do núcleo dos amigos e confrades de Passos Coelho e que possua uma razoável capacidade de discernimento, acredite nas patacoadas que ele vai lançando às plateias que, fanaticamente, o aplaudem?
Claro que sabemos que as mentiras à força de serem repetidas acabam por ser aceites como verdades, pela maioria dos indivíduos desatentos ou algo deficitários de entendimento.
Registe-se que Passos Coelho e seus apaniguados jogam com os analfabetismos primário e funcional e a iliteracia cultural do povo português.
Quem durante os últimos quatro anos inúmeras promessas fez e não as cumpriu (geralmente, fazendo o contrário); quem tanto tem mentido; quem tanto maltratou inúmeros portugueses; quem tanto tem destruído o tecido socioeconómico; quem tanto desprezou e achincalhou funcionários públicos, idosos, e reformados (estes últimos classificados como peste grisalha); como pode, agora, ter a lata de vir intrujá-los prometendo outro melhor mundo de atenções e de benefícios? O que, indecentemente, faz em vésperas de eleições, para captar votos.
Mais: Pedro Passos Coelho andou quatro anos a provocar as maiores desigualdades sociais e na actual época eleitoral vem dizer que as vai combater, se ganhar as eleições do p.f. 4 de Outubro.
Pergunto: Como podem os portugueses depositar confiança num chefe de Governo, Passos Coelho, que a toda a hora e nos mais diversos lugares, mente sem desfalecimento e com notória falta de pudor.
Caso para se dizer: com passas e bolos se enganam os tolos.
Ficou, assim delineada, por parte de Pedro Passos Coelho, a propaganda eleitoral da coligação: acentuar a hipotética vertente de preocupação com a reabilitação do tecido social, ocultando os aspectos mais escabrosos e destrutivos das políticas que vem implantando na vigência do seu muito detestado mandato. Ele confiando na perda de memória dos milhões de portugueses maltratados e espoliados.
Aliás, igualmente configurado se situa o quadro que envolve a dramática situação do país e as condicionantes das eleições.

04. A situação se evidencia na generalizada pobreza que, tendo sido anunciada por Passos Coelho, foi, por ele, persistentemente, promovida com a maior desumanidade.
E a correlativa política - como temos apontado nas nossas crónicas, ao longo dos tenebrosos quatro anos de governo Passos Coelho - não foi aplicada por mero acaso ou impulso ocasional. Mas, sim, consequente de caso pensado.
É que quanto mais pobre, inculto e sofrido estiver o povo mais vulnerável se encontra face à tirania do opressor.
«A pobreza é o maior de todos os males» proclamou Salomão.
«A pobreza é a maior inimiga da liberdade» escreveu Almeida Garrett.
Logo, se conclui que estando a maioria da população num estado de elevado grau de pobreza e noutro acentuado estádio de iliteracia, inúmeros portugueses não reúnem as imprescindíveis condições de efectiva liberdade para apreenderem o sentido da gravidade da situação que os aflige e de, conscientemente, optarem por uma alternativa sociopolítica que, no plano eleitoral, transcenda a parolice e a desonestidade de um discurso patético, fantasioso e ameaçador da regular vivência da comunidade lusa.

Concluo, decerto em comunhão com o pensamento de Almeida Garrett:
Os portugueses têm de se consciencializar que neste entristecido Portugal, trajando fatiota da social-democracia à moda de Passos e Portas - formatizado com repúdio do Direito; em permanente conflito com a Constituição da República Portuguesa; e em conjunção com os desígnios de Pedro Passos Coelho; decadente e de generalizada pobreza; em estado de constante violação dos preceitos humanitários e das normas democráticas - não há liberdade.
E não havendo liberdade o país sucumbe às mãos dos opressores.
A isso estamos assistindo. Com tristeza, muita amargura e bastante preocupação.

Nota final:
Ainda um reparo sobre o final da transmissão em causa: a locutora do serviço de noticiário SIC estava radiante com a conversa de Passos Coelho e o comentador nem disfarçava a ligeireza com que, ostensivamente, dava o melhor acolhimento à charla de Passos Coelho. Por de mais, uma e outro, se esquecendo da nula credibilidade que suscitam as repetitivas conversas de Pedro Passos Coelho – creditado como irrevogável mentiroso…