SÃO JÁ HOJE REALIDADE EM PORTUGAL
Brasilino
Godinho
23 de Setembro de 2015
Foto: diáriodigital.sapo.pt
Sim! Uma realidade dramática inquestionável.
Os leitores leiam e comparem com a actual situação dramática que afecta
os portugueses. Reparem nas referências que a poetisa açoriana Natália Correia
(1923-1993) faz às primeiras décadas do milénio:
“As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome,
corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. Estando na
segunda década do milénio aí estão visíveis, sofridas, a miséria, a fome, a
corrupção, o desemprego, a violência. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista
do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas
rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência
e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito
pobres.”
Esta é a situação de Portugal e da maioria
esmagadora da população portuguesa, de que o governo de Passos Coelho e Paulo
Portas é o maior responsável. Urge afastar os actuais governantes. O próximo
dia 04 de Outubro é uma oportunidade que não se pode perder.
A Bem da Nação oprimida e espoliada!
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Eis as citações do livro "O Botequim da Liberdade", de
Fernando Dacosta, que a seguir transcrevemos:
«A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país,
a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande
agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista. A sua
influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas
agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje
crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e
determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que
não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre,
dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos
profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair
na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá,
talvez vingança!
Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural,
como toda a Europa, todo o Ocidente.
Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda
querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não
depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica. Os neoliberais
vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos
idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente
neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão.
Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de
Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores? As
primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção,
desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia
vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de
Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas
rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência
e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito
pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das
cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras
derrocadas a vir.»
Natália Correia
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