SOBRE
OS ESCOMBROS DO PAÍS
RESPLANDECE
A RIQUEZA DO PALÁCIO DE BELÉM
Palácio de Belém
Brasilino
Godinho
14 de Setembro de
2015
A
imprensa de hoje noticia que o presidente Aníbal Cavaco Silva, num próximo e curto
período de um mês, fará viagens aos Estados Unidos da América e à Itália.
Está
bem visto! Pois que se há pobreza generalizada por tudo que é sítio e gentio de
Portugal tem sentido mostrar ao mundo que ainda existe um luminoso foco de
riqueza em Portugal. E o presidente Cavaco Silva bem entendeu, conforme seu
alto e inspirado critério que, em véspera de saída dos aposentos presidenciais,
nem se deveria abster de cumprir, com alegria e aprazimento, a obrigação moral (…)
de arejar as massas privativas do
Palácio de Belém, confiadas à sua guarda e gestão.
Vem
a propósito salientar que o venerando chefe do Estado sui generis que temos, presidente Cavaco Silva, tem-se empenhado na
competição com o irrevogável ministro Paulo Portas pelo cobiçoso maior número
de viagens turísticas ao estrangeiro, compaginadas com as actividades típicas
de caixeiros-viajantes portadores de variegados catálogos dos produtos internos
mais ou menos brutos made in Portugal…
Tem-se
notado que os dois (Cavaco e Portas) voluntariosos excursionistas compulsivos viajam
muito, à custa dos contribuintes, sem jamais denotarem fastio, incomodidade ou ideia de abandono da
específica actividade aqui referida. O que é um dado muito curioso… Porém, estranha-se
que nada relatem aos indígenas quanto aos respectivos custos financeiros e aos
proventos alcançados, decorrentes de tão exaustivas, cansativas e complexas
tarefas…
É
uma confrangedora realidade. Por esses antecedentes se prevê que nem será agora
que sua excelência presidencial, Cavaco Silva, se dará ao incómodo de fazer
brilhante e sofisticado relatório dos absorventes trabalhos turísticos a que,
certamente, associará invulgares alardes de convincente dialéctica, de singular
retórica, de inusitada pertinácia e de acendrado patriotismo…
Enfim,
apeteceria dizer:
-
Haja luz! Só que se Deus o disse e terá havido luz, aqui (em Portugal) e agora,
nem a Divina Criatura se disporia a repetir a exclamação.
-
Haja paciência! Ela bem seria necessária. Todavia, há muito se esgotou. Já não
há lugar e disposição para seu uso ou aplicação.
Melhor
e sem reticências ou descabidas, escandalosas, cedências, será proclamar: Decoro e sentido de Estado,
exigem-se!
O venerando chefe do Estado, presidente Cavaco
Silva fotografado quando, de mão fechada, parece estar a mostrar simbolicamente
que tem as massas na mão. E que,
portanto, está prestes a fazer mais umas viagens devidamente agasalhado com o sobretudo e prevenido das
ditas com que se compram os melões.
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