Ela disse…
A Dr.ª Joaquina Madeira, Provedora da Casa Pia, foi ontem, 15 de Novembro de 2007, falar à “Grande Entrevista” da RTP.
Das declarações que prestou, destacam-se as seguintes referências:
- Ela não conhece casos de abusos de menores da Casa Pia.
- Ela não tem suspeitas de ocorrências dessa natureza.
- Ela preocupa-se com as crianças.
- Ela ficou preocupada com alguns “ruídos” que repercutiram na Casa Pia.
Comentário: Os “ruídos” ter-lhe-ão afectado os ouvidos sensíveis?
Em todo o caso, talvez se recomendasse mais cuidado no fechamento de portas e janelas. Mesmo encarar a hipótese de as calafetar… E acabar com os telhados de vidro…
Em contraposição:
- Ela sabe que nas instalações da Casa Pia não se praticam actos condenáveis.
Comentário: A Srª. Provedora da Casa Pia tem a sorte de não sabendo disto e daquilo que anda nas bocas do mundo, sabe que a situação está controlada. Neste capítulo não tem dúvidas. Impressiona tanta convicção.
- Ela sabe que há indícios de suspeitas…
Comentário:
Indícios de suspeitas? Entende-se que ela não tem indícios nem suspeitas. Logo, nos poderemos interrogar quanto ao interesse que poderia haver em atribuir importância a indícios de suspeitas ou, vice-versa, suspeitas de indícios? Aqui, releva a perspicácia da senhora provedora.
Informação relevante:
- Ela, Provedora da Casa Pia, na plena compreensão do seu papel de coadjutora do ministro que a tutela e das limitadas margens de manobra de que disporá em correspondência com as directivas superiores, pediu autorização a Sua Excelência para suspender um funcionário que estará envolvido em abusos de menores da Casa Pia. Então, o senhor ministro, condescendente, usando da sua prerrogativa de acompanhamento das situações anómalas e de disponibilidade para intervir em questões disciplinares, que subtraiu à autoridade da provedoria, decidiu autorizar…
Estes insólitos procedimentos da Provedora da Casa Pia e do ministro da Segurança Social (que seria suposto não se ocupar destas áreas funcionais e menores) está em correspondência com as novas orientações do Governo de sujeitar as investigações criminais aos prévios despachos dos ministros em que estes fazem a avaliação e selecção dos casos e das prioridades a considerar pelas polícias.
De registar que os ministros umas vezes dizem que as sanções disciplinares são da alçada dos directores de serviços e noutras ocasiões procedem ao contrário, como no caso vertente.
Assim vai a (des)governação deste país.
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