Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, outubro 24, 2006

Um texto sem tabus…

A QUASE CERTEZA… ELES “HADEM”!...

Brasilino Godinho

Na faixa letrada da nossa sociedade e reportada à época da ocupação romana da Península Ibérica, está radicada a ideia que o povo lusitano seria insubmisso, não se saberia governar, nem aceitaria a governação de estranhos. Com a passagem dos séculos e a transição para a matriz portuguesa, algumas qualidades desses ancestrais foram perdidas; entre elas, a da insubmissão ao estrangeiro. Hoje, os portugueses das classes ditas superiores ou mais influentes, desvalorizam o País, não apreciam a História de Portugal, subestimam os valores pátrios, desprezam a sua língua e colocam-se de cócoras perante tudo o que venha da estranja.

Dadas as condições deploráveis em que nos encontramos, temos de nos preparar para o futuro que se aproxima avassaladoramente. E enquanto não somos anexados à Espanha, segundo as prioridades (“Espanha! Espanha! Espanha!”) do Engº. José Sócrates, consoante as formulações iberistas do ministro Mário Lino e conforme os desejos de alguns renegados da Pátria, nem é conseguida a solução de todas as milhentas crises que nos atormentam, nos empobrecem e chagam a paciência, talvez não fosse despiciendo confiarmos os destinos da Nação aos tecnocratas credenciados da União Europeia, que actuam em Bruxelas - com a natural exclusão do famigerado e inconsistente Durão Barroso… como é óbvio! - e que destacados, em comichão (desejo grande de actuar, entenda-se…) de serviço, tomariam conta do nosso aparelho de Estado…

Entretanto, há fortes indícios de que o actual governo tendo chegado à triste conclusão que, à semelhança dos muitos que o antecederam, não tem unhas para tocar a viola da governação e que os executantes de que dispõe estão inadaptados à usual pauta que consideram ultrapassada e que já deu o que tinha para dar, ensimesmou e após laboriosas sessões de debates, encontrou uma fórmula que só não é mágica porque é aparentada com o ideal anarquista de quanto pior, melhor…

Que esta é a nova política governamental já não há dúvidas. Ela expressa-se num programa que visa equilibrar o Orçamento. O qual, na sua aplicação, segue uma via sinuosa, invulgar e revolucionária. Nunca explorada em Portugal. Nada mais, nada menos, que criar, pela negativa dos bons propósitos e pela positiva dos indecentes resultados, uma situação de galopante desgaste físico e precipitada ruína mental dos cidadãos que, fatalmente, conduzirá à redução progressiva dos níveis populacionais – qualquer coisa que talvez se pudesse designar pela solução final…

Curioso, o leitor perguntará: Como isso é conseguido?

Respondo: O governo, apoiado nas ideias brilhantes de algumas das suas mais ilustres “cabeças pensadoras” serve-se de vários esquemas operativos que, paulatinamente, vai criando na Administração Pública e nos diversos sectores da sociedade.

Assim, o Governo considerando que a culpa do défice orçamental, dos sucessivos aumentos das tarifas de consumo de electricidade, dos telefones, das portagens, do elevado custo de vida e do descalabro social, cabe aos numerosos portugueses que teimam em engrossar o contingente dos que aspiram a longa existência, decidiu providenciar no sentido contrário: mentalizá-los - sobretudo os idosos; os inválidos; os deficientes; os desempregados; os portadores de Sida, despachados, cautelosamente, para as farmácias no intuito de lhes facilitar a evolução rápida da doença; os pais, as mães e os filhos de famílias na miséria por causa dos despedimentos selvagens; os imprestáveis empatas e os obstinados descontentes com as regaladas condições oferecidas pelos governantes - que devem desejar (ou conformarem-se a tê-la) uma curtíssima vida. Todos satisfeitos… Contemplando-se na radiante perspectiva de uma tripla vantagem: o Estado encurtava as despesas com a Previdência; os idosos, os doentes e outros enfraquecidos, libertavam-se dos achaques que lhes infernizam a vida; os restantes portugueses que preenchessem os exigentes requisitos da abastança e da conformação ao meio ambiente político-social, uma vez livres da companhia ou vizinhança da escumalha enferma e inútil, ficavam assépticos e seguros, usufruindo da garantia de folgada existência e da boa e compensatória santa aliança entre os que desgovernam e os desgovernados – isto, no pressuposto que tal estádio de aprimoramento da sociedade possibilita e recomenda um salutar desgoverno total…

Entretanto, o núcleo duro da governança, possuído da paciência de Job e detentor da manha do Chico Esperto, espera dos portugueses a devida resignação que os leve, descontraidamente, a colaborar com a dádiva das suas vidas na arrojada iniciativa do (des)Governo; esta, exposta sem reticências embaraçosas no conjunto de medidas atinentes ao desígnio apontado e cujas fases de concretização se querem a imediato e médio prazos. Para já, devem continuar os fogos florestais, as inundações, a insegurança nas ruas, as carências nos lares e o incremento de um clima de tensões sociais. Acima de todas as possíveis conveniências, haverá que prosseguir, sem quebras de interesse, falha de meios e desânimos dos governantes, a redução do poder de compra das camadas mais desfavorecidas da população com vista a acentuar o desnível de vida existente entre ricos, mal remediados e pobres. Porque, de acordo com a genial ideia, toda esta salada russa é desejável para abrir caminho ao desespero e ao sofrimento do maior número de portugueses… E daí, o correspondente desfecho de tiro e queda definitiva e irremediável - condição sine qua non para o ambicionado êxito governamental…

A título de ilustração do problemático quadro atrás descrito, importa sublinhar os aspectos do processo que está em curso. Sobressaem os seguintes procedimentos ultimamente tidos na “Quinta Lusitana”: a redução das pensões dos aposentados; os aumentos dos impostos indirectos (como a eliminação das SCUTS, os acrescentos dos preços das portagens, dos combustíveis, da água, da electricidade e dos telefones); a dilatação das percentagens de juros dos empréstimos e das comissões bancárias; os acrescentos dos custos da escolaridade; a instigação e favorecimento da inflação; os cortes nos subsídios aos pensionistas; as maneiras de dificultar a sobrevivência dos idosos (percebendo-se a intenção de pô-los a pão e água); a redução dos abonos de família; a criação das taxas dos internamentos e das cirurgias nos hospitais; o deslocamento das mulheres portuguesas, ocupadas em trabalhos de parto, para Espanha afim de parirem espanhóis, com a vantagem da reduzir o número de portugueses e facilitar a rápida integração de Portugal na Espanha; a cativante obrigação dos reformados abrirem os cordões das recheadas bolsas e com discrição pagarem impostos; a eliminação dos serviços de urgência nas unidades hospitalares e quejandas; a introdução do maior número de seringas nas prisões e outros expedientes que facilitem a propagação das doenças (Sida, hepatite, tuberculose, etc) para abreviar colapsos fatais dos detidos, imprescindíveis à baixa dos índices de lotação dos estabelecimentos prisionais; os aumentos dos preços dos alugueres das casas e dos transportes; as limitações do consumo dos medicamentos por parte da malta que está a mais neste vale de lágrimas – que o é para tantas criaturas que cometem a leviandade e o pecado mortal de se julgarem gente e que sobremodo convém despachar, em acelerada velocidade de cruzeiro, para os jardins das tabuletas…

De facto, é preciso diminuir a longevidade dos portugueses… Retirando-lhes os rendimentos. Ficando, eles, à fome e ao abandono, sem recursos financeiros, sem consultas médicas e sem meios de tratamento das doenças, de certeza que num curto espaço de tempo vão desta para melhor… Ou seja: batem a bota!

Aliás, se têm que morrer porquê a teimosia de se manterem vivos por mais uns tempos, aparentemente sem término? Tenham juízo! Facilitem a tarefa ao (des)Governo…

Pois! Ingratos e egoístas de uma figa: Morram o mais depressa possível…

Para chateação dos governantes, já chega de tantas presenças!... Sabiamente, o primeiro administrador da “Quinta Lusitana” e seus atilados rapazes e expeditas raparigas, mais ou menos distintas crianças – tal como o chefe, igualmente tocadas pelo amor e dedicação à Espanha - muito propensas a infantilidades de natureza económico-financeira, a jogos de corridas para as maternidades de Badajoz e à veneração pela língua inglesa, com activo repúdio do Português e profunda rejeição da Filosofia nas escolas, querem rever-se nas favoráveis ausências daquelas numerosas pessoas que são hoje as incómodas presenças…

Alcança-se pela inteligência… O (des)Governo, compenetrado que a maioria dos indígenas dispõe de rendimentos semelhantes aos auferidos por aqueles que integram o soberbo grupo dos privilegiados deste País, a saber: governantes; altos dirigentes da Administração Pública; presidente do Conselho de Administração do Banco de Portugal (o sacrificado, angélico, Victor Constâncio, célebre pela sua constância na mantença dos seus privilégios e atrevido no empenhado propósito de marcar a agenda da contenção dos vencimentos da Função Pública e dos salários dos cidadãos mais desfavorecidos); administradores dos bancos, das grandes empresas e dos institutos; deputados; autarcas (todos, membros de um escol que deve ser bem preservado das crises que estão por aí espalhadas) – entendeu, no seu alto critério, que urge reservar para a minoria configurada nesses indivíduos de primeiríssima classe o maior somatório de regalias, de fabulosos vencimentos, de grandes ajudas de custo e de avantajados ganhos e nulas perdas de poder de compra. Em contraposição, os indígenas - que somos todos os excluídos dessa casta superior - ficam obrigados aos sacrifícios que levem rapidamente à libertação redentora. Nossa e deles. Nós, passando para o lado de lá, no Além, livrávamo-nos deles. Eles, de modo fácil assumindo a condição terreal, felizes, requintados, mundanos, sentindo-se mais soltos, brincalhões como cabritos em prados verdejantes… Assim, entoando hossanas ao Criador e rasgados elogios ao clã socialista, se libertariam da incómoda companhia da malfadada plebe.

Sim, a quase certeza… Por este andar desconcertante eles “hadem”…

(“hadem” conseguir… como diria o finório laparoto instalado naquela lura, de conhecido largo do rato, que - aos ocupantes - oferece todas as facilidades e comodidades…).

Fim