Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, outubro 20, 2006

NÃO SOU FREQUENTADOR DE TABERNAS…

Por: Brasilino Godinho

Não sou frequentador de tabernas. Porém, desta vez, caiu de pára-quedas na minha caixa de correio electrónico um “Balcão de Taberna”; no qual, estavam fixados dois pequenos escritos que mencionavam meu nome englobando coisas sem nexo. Também, sem ligação à realidade. Menos ainda, com qualquer correspondência à verdade...

Abaixo (incluindo o título), tal e qual as singulares redacções, reproduzimos os ditos.

Balcão de Taberna!...

Primeiro escrito. “Oh Sr. Godinho........Por amor de Deus...pare com esta coisa do plagiarismo, sobretudo tratando-se de pessoas sem o mínimo interesse!!! Não acha o facto do orçamento de 2007 vir cheio de mentiras e êrros mais importante ? Porquê que não escreve algo CONSTRUCTIVO sobre este assunto ou sobre a corrupção dos autarcas , etc., etc.!!!!”

Bernardo Lancastre

Meu comentário: As duas pessoas em causa são dois importantes escritores da língua portuguesa. Continuam a merecer-me respeito e consideração. O orçamento de 2007 ainda não chegara ao conhecimento do grande público e já o Sr. Lancastre conhecia “o facto” de ele “vir cheio de mentiras e erros mais importantes”. Surpreendente! O foco aponta à invulgar premonição…

Segundo escrito“Francamente, é preciso mesmo ter lata para mandar um e-mail destes para a cambada de corruptos e incompetentes que constituem a assembleia (com letra pequena !!!). Eles já não fazem nada e ainda por cima iam perder tempo a ler uma coisa do género !!

Este Sr. Godinho está a sair mesmo "uma pescadinha com o rabo na boca" !!

Diga-lhes mas é para ,ao menos, não faltarem ás sessões e tentarem saber um pouco mais sobre as regiões que, supostamente, representam, irra !!!”

Bernardo Lancastre

Meu comentário: Tomo de trespasse a palavra de indignação - sem me deixar dominar por esta - e exclamo: Irra! O Sr. Bernardo Lancastre não toma emenda…

Não conhece o cidadão Brasilino Godinho não folheou o ensaio

“A QUINTA LUSITANA, - O “ESTADO DE TANGA E… ALGO DEMAIS!”, provavelmente não visita o seu blog http://quintalusitana,blogspot.com e, pelos vistos, não lê ou não compreende as crónicas que ele subscreve - muitas delas, neste portal inseridas; nas quais, os temas da política (com minúscula) e da situação do País são matérias decorrentes.

Assim me exprimo porque não quero admitir que, lendo-as e apreendendo-lhe os sentidos, o Sr. Lancastre venha a público, de caso pensado, transmitir a ideia contrária.

Observo que, em qualquer dos casos, não deixa de ser deplorável falar sem o conhecimento das coisas.

A propósito, com repúdio da linguagem desrespeitadora, a título informativo e para elucidação dos leitores, transcrevo da minha obra “A QUINTA LUSITANA - O “ESTADO DE TANGA” E… ALGO DEMAIS!, editada em Novembro de 2004, os seguintes trechos.

“Os homens do 25 de Abril de 1974, militares dignos e valentes, cumpriram seus deveres cívicos. E foram bastante fundo nos meandros da coerência: não fizeram partilhas entre si do que restava do património da grande quinta nacional. Sem delongas, em 1975, puseram-na em leilão eleitoral e entregaram-na de mão beijada, dividida em lotes de exploração intensiva, aos grémios partidários – entretanto formados sob as chefias de conhecidas trutas da nossa ilustre sociedade democrática – que mais votos arrebanharam.

Assim, a “Quinta Lusitana”, gerada e absorvida no seio da ditadura do Estado Novo, passou em herança, disputada eleitoralmente, para a posse das formações democráticas emergentes à data de 25 de Abril de 1974. E de imediato, ela foi objecto de uma reformulação orgânico-administrativa, evolutiva que descambou no “estado de tanga” que hoje se lhe reconhece e, por demais, é sentido… e consentido!” (pág. 15)

“Esta assembleia de subsidiados da República que vem sendo eleita de quatro em quatro anos, cegamente submissa às vontades dos chefes dos grupos parlamentares, não será antes uma assembleia de comissionados, em representação das chefias partidárias, nada tendo a ver com os repúblicos que somos?

Como julgarmo-nos representados por uma garotada, autoconvencida, petulante, glutónica, desprovida de espírito de serviço público, arrogante, fanática, sem honorabilidade, desrespeitadora de si própria, sujeita aos jogos do seu partido, que com a maior desenvoltura e impunidade alardeia os maiores dislates, comete grandes atropelos à ética, menospreza princípios e valores básicos, que mente descaradamente, afirmando hoje o que desdiz amanhã, que engana o povo, que baralha os assuntos e que lança, deliberadamente, a confusão nas pessoas para mais facilmente extrair dividendos pessoais, benesses de classe e proveitos políticos? E não só…

Estaremos tão permissivos ao ponto de nos identificarmos com quantos parlamentares se manifestam a toda a hora empenhados em sacar do Erário o mais que a imaginação pode conceber e os alçapões das normas e das leis proporcionam aos menos escrupulosos?

Os portugueses que prezam os valores da cidadania poderão assistir com indiferença ao que se passa no Palácio de S. Bento no que se refere a tudo aquilo que traduz postergação e explícita negação de valores imprescindíveis?

Será possível revermo-nos nessa gente? – Jamais!

“Deputados: nossos dignos representantes”? Quem o disse convictamente? – Nem uma coisa! Não a outra! (pág. 265)

“Neste país, de gente amordaçada pelo sistema hermético da partidocracia, de cidadãos confundidos pelos fingimentos dos “políticos” e de pessoas molestadas pela inaptidão ou má-fé de governantes irresponsáveis, tem faltado o tempo, não houve espaço, não existiu o bom ambiente, nem surgiram as pessoas capazes, para se afirmarem os valores dos princípios, as mais-valias das competências, as riquezas dos saberes e as extremas autoridades advindas das experiências acumuladas“ (pág.76)

(…) a Revolução de 25 de Abril de 1974 terá sido uma revolução traída nas suas intenções básicas de alcançar o desenvolvimento do país e de introduzir melhorias substanciais nas condições de vida dos portugueses. (pág.17)

Para terminar apenas este apontamento: “A QUINTA LUSITANA – O “ESTADO DE TANGA” E… ALGO DEMAIS! foi só o livro mais censurado pós 25 de Abril de 1974. Tanto, que para além do boicote dos órgãos de comunicação ditos nacionais (televisões e jornais; destacando o Jornal de Notícias que noticiou o lançamento da obra e lhe fez crítica favorável), até em livrarias com dezenas de exemplares em depósito nas caves, se dizia aos interessados compradores que a obra não existia ou então que não a tinham à venda.

Isto, num país onde existem pessoas desavergonhadas que ousam declarar que não existe censura.

E o que fica descrito não dará para qualquer pessoa compreender o que se passou - e continua a ocorrer - com esta obra? E mesmo com outras minhas actividades literárias?

Brasilino Godinho