UM TEXTO SEM TABUS…

Brasilino Godinho

07/Março/2021

 

UMA CANTORIA INGLESA DE INCONFORMIDADE PÁTRIA

QUE, POR ISSO, BASTANTE MAL REPRESENTA PORTUGAL

 

Ainda bem que não vi pela televisão a disputa das cantorias de que resultou o apuramento daquela que irá representar Portugal no Festival Eurovisão.

Poupei-me o desagradável sentimento de repulsa por uma atitude de desprezo e desvalorização da língua pátria, tida pela equipa vencedora.

Ela canção, autor, intérpretes, promotores, produtores e júris, todos indecentemente afinaram pelo mesmo diapasão: o da pacovice, da subserviência por tudo que é estrangeiro e da falha gritante de brio próprio. Outrossim, de nuns e noutros se evidenciar a inexistência da substancial, vibrante, relevância patriótica.

É inadmissível que a representação de Portugal, qualquer que ela seja, se faça em língua estrangeira. O que sucede com achincalhamento e desvalorização de uma bela língua das cinco mais importantes do mundo civilizado.

Pelo que se pode anotar que tais procedimentos execráveis de desvinculação pátria decorrem da estúpida política de ensino nos três níveis: básico, secundário e universitário, que vem sendo aplicada: de desprezo pelo português e de sobrevalorização do inglês.

Desde o ensino básico que se incute nos infantes e nos jovens a idiotia de que é chique e muito fino falar e escrever em língua inglesa e mal usar a língua portuguesa.

Com tal mentalidade e propensão para denegar valores e princípios de imprescindível afirmação cívica e a condescendência imperante face à obscena abdicação do sentimento pátrio que se vêm consolidando nos governantes e nas novas gerações, muito incerto é o futuro de Portugal e da sua rica, muito bela língua.

Culpas extremamente graves hão de se colocar no cartório onde procedem irregularmente muitos políticos e insensata gente da governação. Nele ocorrem frequentes, inegáveis e ultrajantes crimes de lesa-Pátria.

Concluindo: Para honra de Portugal e salvaguarda do pundonor dos portugueses é desejável que a inglesa canção obtenha uma fraca expressão classificativa! Oxalá que os júris das nações europeias façam a mercê de a rejeitar significativamente.

De volta, cá estaremos para lhes manifestar regozijo e o devido reconhecimento.