Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, setembro 27, 2020

 

NESTE DIA

há 6 anos

Brasilino Godinho

27 de Setembro de 2014

  ·

Conteúdo partilhado com: Público

 

CAMÕES, MAGNÍFICO CAMÕES,

PERMITE-ME O USO DO TEU ESTRO

 

Cesse tudo o que a Musa recente canta porque outro valor mais alto se alevanta:

- a redentora «garantia» da coelhal figura.

 

Explicitando:

A Musa recente vem cantando insistentemente umas coisas esquisitas relacionadas com uns singulares, pétreos, passos de humana criatura da nossa afamada classe política; por sinal, modos de andar mui desencontrados e vacilantes, exercitados por maus caminhos. Nestas veredas se teria embrenhado o presidente do Conselho de Ministros, venerável irmão da fraternidade governamental, grande-chefe Pedro Passos Coelho.

 

O valor mais alto que se alevantou (corrigimos o termo verbal) foi a redentora «garantia» visionada por jornalista do 'Correio da Manhã' e ontem trazida a público através da publicação no SAPO NOTÍCIAS, de que:

- o “Primeiro-ministro «garante» no Parlamento que as acusações de que é alvo não têm fundamento.”

 

Logo, a inevitável ilação a extrair: Jornalista «garante» que Passos Coelho «garante». Garantido o que está garantido pelo(a) jornalista e, supostamente, por Pedro Passos Coelho. Tão simples, quanto isto... Pode o governante Coelho dormir descansado e a malta, um pouco atordoada, remeter-se ao sombrio abrigo das catacumbas; o que deve fazer em silêncio para não afugentar - melhor dizendo, não sobressaltar - os ameaçadores morcegos que sugam o sangue das inocentes criaturas.

 

Porém, há motivo para um pertinente reparo que urge formular: -“Quando a esmola (a «garantia») é grande o pobre desconfia.” Desconfia porquê? É fácil de perceber: porque o desgraçado não tem garantias nenhumas – faltam-lhe as verdadeiras, palpáveis e vistas a olho nu.

Se o artista cómico Badaró fosse vivo certamente que não se dispensaria de exclamar:

- “Toma e embrulha!”

 

E bem embrulhado vai ficando o Zé-Povinho envolvido nestas singularidades das obscenas “garantias” solidárias com que, pelos solícitos jornalistas da nova vaga, são generosamente presenteados os governantes, sempre que suas excelências abrem a boca para afirmar, dizer, negar, declarar, seja lá o que for referente a comportamentos, intuitos e pretensas justificações de actos ilícitos ou de duvidosa natureza ética e moral.

 

Mas em todo este episódio desenrolado no patético cenário do circo político que actua em Lisboa, há uma coisa que avulta no meio da multidão de espectadores das televisões que viram e ouviram o cidadão Pedro Passos Coelho nas suas intervenções no hemiciclo da Assembleia da Republica: a generalizada sensação de que ele negou as acusações, mas que deixou a pairar dúvidas sobre a sua verdadeira conduta. Faltaram esclarecimentos a muitas questões que foram colocadas.

 

Mais a considerar o seguinte:

- ainda existe necessidade de tomarmos consciência dum importante dado: o chefe do governo (ou qualquer governante) quando nega e refuta acusações não está a garantir coisa nenhuma.

 

E perante a nota jornalística, aqui evocada, e o espanto que o respectivo teor provoca em quem assistiu à sessão parlamentar, impõe-se a obrigação deontológica de o público ser esclarecido pelo jornalista nos seguintes pontos de interrogação:

- Quais foram as garantias que Pedro Passos Coelho apresentou no Parlamento? Como as mesmas foram explicitadas? O que, em termos concretos, irrefutáveis, foi presente ao Parlamento por forma a assegurar veracidade às declarações do governante Passos Coelho?

 

Uma certeza retemos: milhões de portugueses face ao que viram e ouviram da boca de Pedro Passos Coelho estão cientes de que ele não deu a garantia vislumbrada na fértil imaginação de quem subscreveu a peça jornalística neste texto referenciada.

 

Uma última precisão: Palavras, e mais palavras, saem facilmente da boca de quem as pronuncia. Na maioria das vezes e com proveniência dos políticos que sobrevivem enriquecidos no conforto do pântano - de que falava o famoso António Oliveira Guterres, actualmente refugiado no Alto Comissariado dos Refugiados, da ONU - o vento leva-as para nenhures... E quando assim sucede todos ficamos agradecidos à Natureza, visto que elas não ficam poluindo o ambiente...