UM TEXTO SEM TABUS…
Brasilino Godinho
20 de Setembro de 2020
O MALFADADO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990
E A COLONIZAÇÃO INGLESA DE PORTUGAL
Um dos episódios mais negros e estúpidos, sem nexo inequivocamente científico, da História de Portugal, atentatório quer da identidade nacional, quer da irmanação linguística da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), foi o da promulgação do Acordo Ortográfico de 1990, por um governo português chefiado por um cidadão inculto (Aníbal António Cavaco Silva) e uma câmara de impreparados; na sua maioria, falhos de domínio e sabedoria da Língua Portuguesa.
Sublinhe-se: um Acordo Ortográfico negociado por outro não menos inculto político: imagine-se, quem? O “menino guerreiro”, cidadão, dotado de confrangedora incultura e de nula compenetração linguística: Pedro Santana Lopes. Ele, secretário de Estado da Cultura, do tempo de governança do chefe Cavaco Siva, confesso ouvinte empolgado dos concertos para violinos de… Chopin. Significativa demonstração da falta de cultura, imperdoável num governante e, ainda, mais condenável num negociador de pacto linguístico. Mas que evidencia a falta de qualidade e de aptidão de membros da classe dirigente de Portugal. Esta é uma realidade inadmissível e que deveria ser vivamente repudiada pelo povo.
O documento aqui em foco é um aborto linguístico fecundado em Lisboa por um grupo chefiado por Malaca Casteleiro, que terá actuado como coveiro da língua nacional. Tanto quanto ao referido acordo, como relativamente à elaboração do Dicionário da Língua Portuguesa sob sua orientação; o qual consagrou um inaudito abandalhamento do idioma.
Nele, acordo ortográfico de 1990, sobressaem os desacertos etimológicos, as grafias avulsas e as eliminações de consoantes mudas que desvirtuam o nexo semântico; em muitos casos dificultando a interpretação e apreensão do sentido da frase falada ou mesmo escrita.
Proposto como convénio (falacioso, diga-se!) de unificação da língua, afinal, incongruente, manteve diferenças ortográficas mais patentes na corrente linguagem (variante) brasileira, relativamente em contraposição à matriz portuguesa.
Felizmente, a maioria dos países da CPLP não aprovou o Acordo e Portugal que devia posicionar-se empenhado em preservar a estrutura e a bela harmonização da Língua Portuguesa é o país que muito a maltrata, despreza e desvaloriza pela intervenção de governantes que geralmente a falam mal e a escrevem pior e que, obstinadamente, se opõem à revogação do malfadado documento, por condenável opção de má, rasteira, política e, também, por notória, lamentável, falta de conhecimento e domínio do idioma nacional. Aqui, tem cabimento observar-se que a ignorância é muito atrevida – e se encartada, é ostensivamente autoconvencida, pedante, soberba, obscena e redunda em desastre total.
Um estádio de absurdo e deplorável tratamento governativo que é agravado pela existência de população maioritariamente enferma de crónicos analfabetismos: primário, funcional e secundário. O que é terrível circunstância que facilita a cegueira política dos governantes, de manterem tamanha aberração linguística.
Como se tudo isto fosse pouco os governos têm promovido o inglês e o mandarim como se fossem línguas nacionais, em detrimento da aprendizagem e aperfeiçoamento do português.
Hoje, em Portugal é moda e bastante chique escrever textos de opinião e científicos e designar instruções, serviços, actividades, instituições e estabelecimentos públicos e comerciais, na língua inglesa.
Quer dizer que agora existe uma prevalência do inglês - por obra e desgraça de pessoas que se demitem da qualidade de portuguesas - que nem o regente do Reino de Portugal, marechal Beresford, há conseguido.
Por este andar da carruagem de maltratar o português, qualquer dia até o Diário da República é escrito em inglês.
Presumivelmente, daqui a 15 anos - ainda persistindo a anacrónica e conspurcada Coroa Britânica - se assistirá no Palácio de Belém a um discurso de Sua Majestade Britânica sobre o estado da colónia inglesa da parte ocidental da Península Ibérica… em parceria institucional com Gibraltar…
Para já, turista norte-americano que chegue a Portugal decerto que ao desembarcar no Aeroporto de Lisboa, no Aeroporto de Pedras Rubras ou no Algarve, pensará que está entrando numa colónia inglesa…
Uma nota final para assinalar que a China tem vários dialectos, o inglês falado na Inglaterra, difere do inglês usado nos Estados Unidos da América e no Canadá e que o francês da França tem várias diversidades (variantes) do francês que se usa nos países africanos e no Canadá.
Só uns pretensos “iluminados” de Lisboa, associados a inaptos políticos e governantes, quiseram e conseguiram em 1990 impor uma pretendida unidade ortográfica do português.
Aliás, unidade “inconseguida”; como diria a antiga/jovem senhora loira, Assunção Esteves, actual reformada, excelentemente, da presidência da Assembleia da República dos repúblicos que nela têm assento, alimentação de luxo, ginásio, computadores, salas de fumo e de lazer, usucapião do lugar parlamentar e usufruto de outras várias modalidades de extras consumistas… e um “regimento” de assessores, secretárias e ajudantes de campo (perdão, ajudantes de gabinetes, de corredores e… de passos achados – que não PASSOS PERDIDOS).
Confrange ler no final dos textos de opinião a nota: "Este artigo foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico".
Que tristeza! Que falta de sentido de portugalidade.
Se gente incompetente e alheia ao interesse e valorização do património cultural de Portugal aprovou tão aberrante e desconforme acordo, seja ela, unicamente, a dar-lhe o interesseiro cumprimento.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal