380. Apontamento
Brasilino Godinho
17/Março/2020
É DEVER: RECONHECER E PROCLAMAR
A TERRÍVEL, DRAMÁTICA, REALIDADE
Outrossim, é imperioso não dourar a
pílula.
O que neste conturbado
tempo de tragédia - que decorre na continuidade de uma virulenta guerra que afecta
a vida dos portugueses e sobremodo os ameaça de lhes encurtar a sobrevivência -
está sendo dito, feito, omitido, aldrabado, assaz entretecido para escamotear
falhas e erros das entidades oficiais, é inqualificável expressão de política e
procedimentos de natureza criminosa. Há que reconhecer este tenebroso quadro da
nossa actual vida colectiva.
É meu dever
cívico proclamar esta verdade - o que faço, frontalmente, sem cedências e
tibiezas,
A maioria dos
portugueses tem a obrigação de se compenetrar que esta é uma situação inadmissível
e que urge ser condenada de imediato, com todo o rigor.
Estamos todos em risco de morte. Os governantes têm enormes
culpas.
Um dos
procedimentos mais condenáveis e que mais têm contribuído para a transmissão acelerada
do coronavírus é a manutenção da abertura de fronteiras terrestres, aéreas e
marítimas e a não declaração do estado de emergência; a qual, está,
incrivelmente, há cinco dias adiada até à reunião do Conselho de Estado de amanhã,
quarta-feira, dia 18 de Março de 2020. Até parece que se concedem todas as
facilidades para o inimigo, coronavírus, investir com maior ímpeto.
Aliás, em
consonância com tamanhas facilidades a Directora Geral da Saúde, deu nota de que
pior que o vírus é o alarme. Logo, combata-se o alarme e deixe-se o vírus
expandir-se e consolidar-se como mal menor. Igualmente como foi dito por
ministerial criatura e empresários de fina estirpe, em primeiro lugar de
preocupação e de tomada de medidas está a economia e só depois as pessoas.
Reflectindo o
pensamento e a recomendada orientação de tais luminárias, o governo tem actuado
em conformidade, sem suscitar a veemente repulsa de uma opinião pública amorfa,
embalada pelas conversas bacocas e falácias dos governantes e dos publicitários
avençados das televisões e dos jornais.
Francamente,
estamos confrontados numa guerra em que um dos contendores tem tudo a seu favor
e o outro, desgraçadamente, se revela incompetente e que reage mal, sem nexo e
atabalhoadamente. Ainda, por cima, desguarnecendo a retaguarda e não protegendo
as suas tropas da combativa frente sanitária. Também arrastando para a morte
milhares de pessoas.
Acrescento que
os comandantes operacionais desta terrível guerra, instalados no aquartelamento
governamental, procedem tão desgraçadamente que não facultam a aceitação,
confiança e garantia de segurança, que lhes seria imprescindível para bem
merecer apreço e adequada colaboração dos portugueses.
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