BRASILINO
GODINHO
172.
APONTAMENTO
31de
Agosto de 2018
BRONCA EM ITÁLIA
O chefe do governo português
esteve hoje em Itália. E falou em reunião pública. Deu-se a triste
circunstância que, na menos melindrosa hipótese, se terá esquecido da língua
materna, pois que falou em francês. Lapsos desta natureza costumam ocorrer
quando um indivíduo está com os copos. Não terá sido o caso, visto que não
deixou transparecer que tivesse emborcado alguns decilitros de álcool. Embora
seja pudente não exagerarmos numa avaliação que, mais conforme, envolveria o
acto de soprar no balão de apropriada maquineta. Então porquê não usou o
Português?
Logo, na Internet surgiram
comentários sobre mais esta manifestação de desprezo pela nossa língua, nos
quais se manifestava surpresa.
Face a estes procedimentos de
lesa-língua nunca me surpreendo. Sei qual é o hábito de ostracismo, por parte
dos governantes de Portugal, para com a Pátria que é a nossa Língua. Por sinal,
uma das mais importantes à escala universal, falada por 250 milhões de pessoas.
Procurando achar explicação
para este modismo dos nossos governantes darem impressão - para inglês ver - que
são poliglotas, tenho pensado que, provavelmente, por falarem mal na sua língua
e recearem engasgarem-se e ficarem mal na fotografia, recorrem ao francês e ao
inglês porque, por muito desastrados que tenham sido nas suas falas, têm sempre
a desculpa de a francesa e a inglesa serem estrangeiras.
Sobre o caso aqui exposto, alguém
faça meritória mercê de reavivar na mente do chefe do governo a sua condição de
português (pois que ele não é francês, segundo julgamos saber) e as obrigações
exigíveis a quem está investido de tão alto cargo na hierarquia do Estado.
E, também, acenem-lhe com a
memória da língua. Mais o informem que o Português ocupa um lugar cimeiro no
conjunto das línguas de projecção internacional e é falada por mais de 250
milhões de pessoas.
Entretanto, ficamos ignorando
se o chefe do governo português desistiu de falar a língua mãe, igualmente em
Portugal; tal e qual como acontece numa Faculdade de Economia, sediada em
Lisboa, que há anos adoptou como língua oficial o Inglês, passando o Português
a ser usado como dialecto residual.
Por tudo isto reitero a
impressão de que, relativamente ao nosso idioma identitário, se desenvolvem
expedientes a nível oficial para o denegrir e desprezar no imediato. E a prazo
para, rapidamente e em força, provocar o colapso da Pátria Portuguesa/Língua
Portuguesa.
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