23.
APONTAMENTO DE
BRASILINO
GODINHO
14 de
Novembro de 2017
SE CALHAR A FATIA MAIOR DO DINHEIRO
VAI PARA A EMPRESA JÁ AGORA CRIADA
EM VEZ DE SER APLICADA NA FLORESTA
Em Portugal, há uns anos,
gerou-se a obsessão pelas empresas de meio-termo, englobando o que seria
suposto ser público e o eventual privado; e, no mesmo passo, seguiram-se as
empresas municipais cuja proliferação fazia lembrar a produção de cogumelos em Trás-os-Montes.
As primeiras foram inspiradas nas ideias de capitalismo popular de Margaret
Thatcher. Desde então acentuou-se a falência do sistema não só na Grã-Bretanha
como em Portugal. O país detendo uma economia frágil sofreu mais graves
consequências do que outras nações.
As empresas municipais foram uma
espécie de ovo-de-colombo para muita gente nelas se asilar e melhor se haver no
desfrute de bem remuneradas ocupações. Elas terão sido sorvedouros de recursos
financeiros e de empréstimos contraídos na banca que arrastaram bastantes
câmaras para desesperadas situações de endividamento incomportável para as
finanças municipais e para o Erário.
Persistem inúmeros laboratórios,
institutos, comissões, observatórios e ainda empresas públicas, para tudo e mais
alguma coisa por de mais inverosímil.
Como se este desacreditado
panorama da nossa sociedade sociopolítica não fosse perturbador de um regular
sistema financeiro e de suscitar o surgimento de mecanismos ou instrumentos
que, potencialmente, obstam a uma proficiente administração, acaba há instantes
de chegar a notícia de que o governo vai criar uma empresa pública para a
gestão da floresta. Era mesmo só o que faltava para acudir à floresta…
Há escassos meses chegou o fogo
impetuoso às florestas. Agora vão chegar-lhe, em força, os parasitas de humana
textura.
Façamos uma simples pergunta:
qual a razão dos governos que vamos tendo na má rifa da nossa amargurada e
maquiavélica sorte, não recorrerem aos serviços do Estado, nomeadamente à
Direcção Geral das Florestas e aos qualificados quadros do Ministério da
Agricultura? Que fazem centenas de funcionários nos gabinetes em Lisboa? É
enorme o desperdício inqualificável!
E note-se: com quadros técnicos
dotados de gente competente, forçadamente inoperante. Detestável
irresponsabilidade é a do governo que despreza os funcionários do Estado para
distribuir atenções e proventos a rostos pálidos (bastantes deles mal ornados
com licenciaturas arrelvadas e socráticas de primeiríssima apanha) que gravitam
na órbita das partidarites agudas e perversas.
Verdadeiramente a pergunta sobre
o que se ocupam os servidores do Estado nem fará razoável sentido. A maioria
dos portugueses tem a resposta: são mais umas centenas de tachos que se
distribuem pelas rapaziadas das jotas e numa penada, enquanto o diabo esfrega
um olho, é alcançada e exibida triunfalmente mais uma diminuição da taxa de
desemprego em Portugal.
Isto traz-nos a ideia de que o
Presidente Marcelo talvez se lembre em criar uma empresa pública, em sede
palaciana de Belém, para gestão do governo.
Ou então que em Portugal se
repita o exemplo da Bélgica. Ainda não passaram muitas luas sobre aquele ano
(ou dois anos) em que a nação belga esteve sem governo constituído. E, claro,
não se deu mal com isso.
Quanto a Portugal cremos que
seria útil o país remeter a actual classe política dominante no circo político,
para o limbo das coisas inúteis - definitivamente afastada do nosso espaço
circundante. Pelo menos o ar tornava-se respirável para quem dele precisa para
ter vida mais sadia.
Mapa do centro de Portugal num dia dos fogos
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