6. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
29 de Outubro de 2017
CONSTITUIÇÃO ESPANHOLA
A PRETENSA VACA SAGRADA
DO GOVERNO DE ESPANHA
(E QUEM DIRIA?)
DO GOVERNO DE PORTUGAL
Brasilino Godinho
As constituições são concebidas e moldadas por homens.
A todo o tempo podem ser alteradas. Nenhuma constituição deve ser ratoeira para
aprisionar nações dentro dos seus próprios territórios.
Quando está em jogo a autodeterminação de uma Nação
inteiramente estruturada não há cabimento para considerações de natureza
económica, de formatação política, de âmbito financeiro, nem para equívocos e
interesseiros aproveitamentos por parte de Estados que, eventualmente, se
julguem atingidos nos seus diversos interesses e posições de ordenamento
político.
Aliás, se o artigo 155.º da Constituição de Espanha
impede a independência da Catalunha, o artigo 5.º da Constituição da República
Portuguesa impede que a Espanha continue a ocupar a faixa territorial de
Olivença.
E que fazem os governantes portugueses no sentido
de obrigar o Estado espanhol a devolver a Portugal a soberania de Olivença?
Nada! Nem uma simples observação, falada ou escrita, de referência à anómala
situação.
Mas agora os nossos governantes, no que concerne à
submissão ao Poder instalado em Madrid, vão mais longe: preocupam-se em apoiar o governo de Mariano Rajoy, em detrimento
da obrigação de tudo fazerem no sentido de reaver e assegurar a unidade do
território nacional – actualmente amputado da parcela oliventina.
Reparem os leitores para a tremenda, abrangente,
anomalia (direi mesmo: indecente aberração) política, jurídica, ética,
patriótica e moral, decorrente do facto de dirigentes nacionais de Portugal se
exibirem, obscenamente e com ostentação mediática, como devotados e apressados
defensores da unidade do Estado espanhol; enquanto desvalorizam a sua qualidade
de portugueses e não se empenham em assegurar a unidade do Estado português.
Unidade que, precisamente, está inviabilizada pela Espanha. Assim se encontra
perdida nas ruelas da ignomínia, algures em Lisboa, a honra da nação portuguesa;
por obra e desgraça de quem não se revê no sentimento patriótico.
O que configura a suprema degradação da identidade
de Portugal compaginada com uma grande ofensa à dignidade do seu povo. E que eu
considero um procedimento de traição à Pátria.
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